“Contra o regresso à normalidade”
Crónicas

“Contra o regresso à normalidade”

Mais de 200 celebridades, entre elas Juliette Binoche, Cate Blanchett, Robert De Niro e Joaquin Phoenix, assinaram um manifesto “contra o regresso à normalidade”. Uma carta aberta publicada no jornal francês Le Monde.
A carta aberta foi dirigida aos líderes mundiais e cidadãos de países de todo o planeta para que evitem desastres ecológicos. Com o título “Não a um Regresso à Normalidade”, o texto pede por mudanças profundas nos estilos de vida da sociedade, do consumo e das economias dos países, aproveitando lições aprendidas durante a pandemia de coronavírus (Covid-19).

Contra o regresso à normalidade
Contra o regresso à normalidade DR

Entre os signatários encontram-se mais de 200 artistas, cientistas e líderes: Juliette Binoche, Robert De Niro, Cate Blanchett, Joaquin Phoenix, Alfonso Cuarón, Jane Fonda, Barbra Streisand, Ralph Fiennes, Madonna, Iggy Pop, Rooney Mara, Marion Cotillard, Adam Driver, Alejandro G. Iñárritu, Jim Jarmusch, Paolo Sorrentino, Mikhail Baryshnikov, Pedro Almodóvar, Guillaume Canet, Penelope Cruz, Spike Jonze, Hirokazu Koreeda, Nathalie Baye, Monica Bellucci, Willem Dafoe e os físicos Aurélien Barrau e Albert Fer.
Segue, em baixo, o texto completo da carta, publicada no Le Monde:

“A pandemia do Covid-19 é uma tragédia. Esta crise, no entanto, está a convidar-nos a examinar o que é essencial. E o que vemos é simples: os “ajustes” não são suficientes. O problema é sistémico.
A catástrofe ecológica em andamento é uma “meta-crise”: a extinção maciça da vida na Terra não está mais em dúvida e todos os indicadores apontam para uma ameaça existencial direta. Ao contrário de uma pandemia, por mais grave que seja, um colapso ecológico global terá consequências imensuráveis.
Portanto, apelamos solenemente aos líderes, e a todos nós, os cidadãos, para deixar para trás a lógica insustentável que ainda prevalece e para realizar uma profunda revisão dos nossos objetivos, valores e economias.
A busca pelo consumismo e uma obsessão pela produtividade levaram-nos a negar o valor da própria vida: o das plantas, o dos animais e o de um grande número de seres humanos. A poluição, as mudanças climáticas e a destruição das nossas zonas naturais restantes levaram o mundo a um ponto de rutura.
Por estes motivos, juntamente com o aumento das desigualdades sociais, acreditamos que é impensável ‘voltar ao normal’.
A transformação radical de que precisamos, a todos os níveis, exige ousadia e coragem. Isso não vai acontecer sem um compromisso massivo e determinado. Nós devemos agir agora. É tanto uma questão de sobrevivência como uma questão de dignidade e coerência.”

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