Anne De Melo
Entrevistas

Anne De Melo

 

 

Anne De Melo já nasceu no Canadá, para onde os seus pais tinham vindo, como tantos outros, à procura de uma vida melhor. António, seu pai, sentia que a ilha de São Miguel era demasiado pequena para as suas ambições e, por isso, logo que pôde meteu-se a caminho do desconhecido, pronto para desbravar o terreno para ele e para a família que viria a constituir.

Anne é a filha mais velha e viu a família crescer, com o nascimento dos seus dois irmãos, num ambiente pouco português. Viviam na Dufferin e Lawrence, uma zona que na primeira década dos anos 60 era considerada distante de tudo, principalmente longe das ruas e das escolas onde ouvir falar português era normal. Foi lá que passou os anos que moldam personalidades.

A sua ligação às raízes familiares assentava principalmente nas conversas em casa. Da porta para dentro, com os seus pais, a língua oficial era o português, pelo menos até a convivência diária com o inglês (na escola) ter transformado a comunicação em algo bizarro (apenas para quem não vive ou nunca viveu fora do seu país de origem), ou seja, de um lado falava-se em português e do outro respondia-se em inglês, ou vice-versa. Claro que, sem que na altura se apercebesse, a comida portuguesa também estabelecia pontes com um país que até então só conhecia de ouvir falar. Ainda hoje sente que a sua ligação a Portugal, que visitou poucas vezes, passa muito pelos sabores da comida da mãe.

Cumprindo o desejo de seu pai, que sempre atribuiu muito valor à educação, Anne de Melo fez todo o percurso escolar, ingressando na York para tirar a sua licenciatura, mestrado e MBA. Estava a trabalhar na sua área de formação, no setor público, quando sentiu o apelo de um admirável mundo novo, para si até então absolutamente desconhecido – tornou-se o braço direito de António de Melo, numa aventura chamada Portuguese Cheese Company. E lá está, ainda hoje, como General Manager, e com a suprema missão de dar continuidade ao arrojo e coragem de seu pai, que um dia resolveu comprar uma fábrica, sem fazer a mínima ideia de como se fazia o produto raiz – o queijo.
No quadro da empresa, quando a família Melo a comprou, existiam cinco ou seis pessoas. Hoje a Portuguese Cheese Company conta com 18/20 pessoas, assinalando um crescimento baseado em dois valores essenciais – respeito pela tradição e garantia de qualidade.
No dia-a-dia, Anne de Melo tenta seguir as pisadas do pai, com passos seguros e determinados, e quando há momentos de dúvida ou hesitação sobre o caminho a seguir, junto ao ouvido sente-lhe a presença, como se estivesse ali, a sussurrar-lhe orientações para não se perder no intrincado e complexo mapa-guia de um negócio de sucesso.que me vai trazer muita alegria.

 

 

UMA AVENTURA CHAMADA CANADÁ

O que os seus pais contavam dessa aventura de um dia terem decidido sair da sua terra, São Miguel, Açores, e virem para o Canadá?
O meu pai foi sempre muito empreendedor. A minha mãe vinha de uma família muito numerosa e era muito orientada para a família. Mas o meu pai sempre quis mais. Por isso, a ilha era demasiado pequena para a sua ambição. Por isso, quando pôde, quando a primeira vaga de imigrantes portugueses começou a chegar ao Canadá, ele não foi bem-sucedido da primeira vez, caso contrário, penso que ele teria chegado em 1953, mas foi de facto bem-sucedido em 1956. E então ele veio sozinho. Ele sempre disse que por muito que gostasse dos Açores, não podia conter as suas ambições. Por isso, apesar de ter saído de São Miguel com uma profissão, ele reparava de carros, quando chegou ao Canadá, não podia declarar isso porque só queriam agricultores, pessoas para trabalhar nas quintas. Por isso, foi enviado para Leamington e foi isso que ele fez primeiro. Assim que se estabeleceu, conseguiu enviar dinheiro para a família e para pagar o dinheiro que lhe haviam emprestado para ele vir. Depois, pensou em vir para Toronto, porque sabia que era uma oportunidade para ele cumprir a sua profissão e havia mais pessoas. Assim, ele poderia começar a sua vida de uma forma mais bem-sucedida.

Estamos a falar da história de vida dos seus pais, concretamente do seu pai que penso foi e é uma referência, precisamente por essa vontade de ir mais além. A Anne sente que, de certo modo, herdou do seu pai essa maneira de estar na vida de não se conformar e querer sempre mais?
Sem dúvida. O meu pai, porque não teve essa possibilidade, deu sempre muito valor à nossa educação. Por isso, fomos ensinados desde muito cedo a respeitar e a tentar ter um bom desempenho na escola e também em todos os empregos que tivéssemos, quer fosse um trabalho de verão a tempo parcial ou outro qualquer, a fazer o trabalho bem, fazê-lo rapidamente e voltar a quem nos empregava e dizer: “Que mais posso fazer por si?” Por isso, acho que isso é também uma coisa cultural que se introduziu na minha maneira de ser e continua a ser algo que me ajudou bastante, obviamente, ao longo da minha carreira. E é esse tipo de motivação que me foi incutida.

INFÂNCIA E PORTUGAL

Que memórias tem da sua infância? Podemos dizer que a viveu num ambiente português?
Nós vivíamos em North York, Lawrence and Dufferin. Eu sou a mais velha e o meu pai e a minha mãe falavam comigo em português, mas quando comecei a ir para a escola, eles falavam comigo em português e eu respondia em inglês.

Mas alguma vez frequentou uma escola portuguesa, como por exemplo a do First Portuguese, clube ao qual o seu pai esteve bastante ligado?
O problema é que não vivíamos numa comunidade portuguesa. Por isso, na altura, viver na Dufferin e na Lawrence era considerado viver no meio do mato. Hum, e por isso era muito difícil. O meu pai estava sempre a trabalhar. Quase nunca o víamos. E a minha mãe estava a tomar conta de nós os três e não conduzia. Por isso, por muito que eu quisesse, não era algo que pudéssemos fazer. Curiosamente, quando fiquei mais velha, acho que tinha cerca de 13 ou 14 anos e nessa altura já andava de autocarro, estávamos no clube Benfica e eles tinham um rancho. E eu gostei muito. E assim pude ir porque podia ir e voltar sozinha. Foi assim que me envolvi na comunidade, mas, como digo, porque os meus pais estavam tão ocupados a tentar estabelecer uma vida e a trabalhar muito. Era impossível ir para a escola portuguesa ou fazer qualquer outra coisa numa idade mais jovem.

De qualquer maneira o que é que ainda resta de Portugal na sua forma de viver e de ser?
É interessante. Quer dizer, provavelmente, posso contar pelos dedos das duas mãos quantas vezes estive em Portugal, mas quando vou, sinto-me em casa. Há uma ligação e é um pouco irónico, porque obviamente eu nasci aqui, mas é mesmo assim, gera algo em mim. No fundo, há uma ligação. Por isso, sinto uma sensação de ancestralidade e orgulho na cultura. Por isso, adoro azulejos azuis e brancos, mas faço tudo o que posso para comprar chouriços portugueses, adoro ir às padarias e adoro promover a comida portuguesa e Portugal como destino de viagem, porque a maioria das pessoas não o conhece muito bem, acho que não temos sido muito bons a promover a nossa cultura dessa forma, mas aqueles que lá foram ficaram agradavelmente surpreendidos.

Mas vai com regularidade, por exemplo, a São Miguel, Açores?
Infelizmente, desde que estou muito envolvida com o negócio, é difícil ir. Já não vou lá há mais de dez anos, mas ainda tenho lá muita família. E espero que no próximo ano vá com o meu irmão.

 

 

A VIDA ANTES DE SER EMPRESÁRIA

A Anne tem hoje esta função de gerir a Portuguese Cheese Company, mas até chegar aqui tem um percurso de vida e de estudo. Pode falar-me um pouco desse percurso até chegar à fábrica?
Como disse anteriormente, o meu pai era uma pessoa que apoiava muito a educação. Por isso, eu gostava da escola era um desafio e eu destacava-me, por isso, fiz a minha licenciatura na Universidade de York e depois fiz um mestrado. E, mais tarde, acabei por fazer um MBA. Quando terminei a licenciatura, o meu curso era específico em administração pública, com uma especialização em administração judicial. Por isso, queria mesmo trabalhar para o Ministério da Procuradoria-Geral. E tive a sorte de conseguir um lugar lá e trabalhei lá durante dez anos.

E como foi essa fase, gostava realmente do que fazia?
Gostei, gostei mesmo muito. Lidar com a burocracia, lidar com leis e políticas e tentar instituí-las no seio de um governo provincial foi uma época excitante e desafiante. No entanto, o que descobri foi que era mais parecido com o meu pai do que pensava, o bichinho do empreendedorismo estava a ser criado e a desenvolver-se. Por isso, inicialmente, quando o meu pai estava a pensar em comprar esta empresa, quando foi posta à venda, o meu envolvimento era apenas para fazer o trabalho de investigação, para descobrir, financeiramente, qual era a melhor decisão comercial. E quanto mais investigávamos, mais eu sentia que esta seria uma oportunidade para mergulhar no sector privado, por oposição ao sector público. E isto é algo que acho que o meu pai sempre quis. Ele tinha uma visão para a família, ter uma empresa onde todos trabalharíamos sob a sua direção.

Quando o seu pai avançou para a compra da companhia, ele não sabia nada sobre queijos, foi uma verdadeira aventura. Como foi o arranque da Portuguese Cheese nas vossas mãos?
Foi interessante. A comunidade não era muito grande e o meu pai conhecia o antigo proprietário. Tinham-se encontrado várias vezes e conheciam-se. Por isso, ele tinha ouvido dizer que a loja estava à venda. O meu pai, com o seu lado de empreendedor, estava sempre à procura de uma oportunidade. Ele encontrou-se com o Sr., conversaram algumas vezes e o meu pai explorou a ideia de como seria se avançasse para a compra. E com o meu pai, não importava o tipo de negócio ou o que se estava a fazer, se ele via uma oportunidade, se fosse um negócio viável onde se pudesse fazer dinheiro e potencialmente expandir-se, então ele achava que era uma boa decisão de negócio a tomar. Foi assim que abordámos o assunto, sem qualquer tipo de experiência. Éramos incrivelmente ingénuos. Mas acho que, por vezes, é esse o sucesso, mergulhar de cabeça e aprender à medida que se avança. Cometemos uma série de erros e há muito trabalho árduo, mas, com o tempo, aprendemos, adaptamo-nos e, com sorte, temos sucesso.

Quando chegou a esta empresa, a Anne com certeza que trouxe consigo uma visão mais moderna, mais abrangente. Qual foi a sua preocupação, quando assumiu funções, o que achou que era preciso mudar e fazer diferente para evoluir?
Há algumas áreas, uma delas, em particular, foi a otimização do processo de produção. Tudo estava a ser feito de uma forma muito manual e muito física e trabalhosa. Por isso, foram precisos vários anos para automatizar o sistema, alguns aspetos, mas mantendo a forma tradicional de o fazer e o produto final ser o mesmo. Nem sempre é fácil fazer isso. Por isso, levámos algum tempo, vários anos, a tentar aperfeiçoar isso. A outra coisa é que a empresa estava muito enraizada na comunidade portuguesa e tivemos a sorte de, quando comprámos a empresa, o Sr. Jorge ter começado a ser incluído numa série de cadeias de lojas. Havia um verdadeiro impulso para os produtos alimentares étnicos a nível global. Antes as pessoas tinham de ir a Little Italy se quisessem produtos italianos, ou ao Kensington Market se quisessem produtos portugueses. Por isso, penso que estas lojas de bandeira viram a oportunidade de ter pessoas a fazer compras nas grandes lojas, apesar da etnicidade. E essa foi uma das principais razões pelas quais vimos a oportunidade de fazer crescer a empresa. No entanto, ao fazê-lo, era necessário fornecer um nível diferente de serviço no escritório, sendo capaz de responder a encomendas, satisfazer encomendas, lidar com reclamações. Os organismos reguladores também aumentaram significativamente porque, obviamente, estamos a criar produtos alimentares e estes têm de ser seguros e de ter qualidade. Portanto, tudo isso foram mudanças significativas com as quais a empresa evoluiu ao longo do tempo.

Como se concilia o respeito pela tradição, que querem manter, com a necessidade de introduzir inovação?
Estamos sempre à procura de novos produtos e a melhorar os nossos produtos, mas o que nos distingue é o facto de estarmos ligados à forma tradicional de fazer as coisas. Por isso, há sempre uma forma mais recente e melhor e uma forma mais rápida e otimizada, mas será que isso afeta necessariamente o resultado final? Por vezes, sim. Há muitas empresas, grandes empresas que estão a produzir diferentes tipos de queijos. Nós temos um nicho de mercado e o nosso nicho é mantermo-nos fiéis à qualidade, à história, ao tipo de queijo artesanal que produzimos e que nos diferencia dos outros.

É isso que faz com que se consiga uma fidelização do cliente?
Penso que as pessoas são leais a isso. Voltando ao que me perguntou há pouco, como é que se identifica com o facto de ser luso-canadiano? Eu acho que a comida é, em grande medida, responsável por isso. Quando penso nas comidas que a minha avó fazia, que a minha mãe fazia, é isso que me liga à cultura portuguesa, a língua também, obviamente, mas a comida é uma parte importante disso. Por isso, estamos muito orgulhosos pelo facto de continuarmos a manter as nossas raízes portuguesas e de produzirmos um produto que tem vindo a ser produzido durante séculos. Quer dizer, muitas vezes temos pessoas que vêm cá e dizem, “oh, sabe, eu compro este queijo todas as semanas ou quando o consigo encontrar”, ou “venho de longe, porque me faz lembrar o que a minha avó costumava fazer em casa quando eu era pequena”. É isto que nos move, é por isso que nos orgulhamos – poder fazer isso pelos outros.

Ser mulher e empresária, com a responsabilidade de ser General Manager desta companhia, e garantir não há falhas, não deve ser fácil…
Nada é fácil. Quero dizer, é engraçad o, há alturas em que nos sentimos sobrecarregados e pensamos: “Meu Deus, mais um dia”. Lembro-me de me queixar ao meu pai e ele me dizer: “Bem, é isso que significa gerir um negócio de sucesso. Não é sempre algo que nos faça sentir felizes da vida. Há alturas difíceis, e são esses desafios que nos permitem crescer e ultrapassar os limites.

Mas como concilia o seu bem-estar pessoal com a vida profissional?
É difícil. E devo dizer que, muitas vezes, nem sempre sou bem-sucedida a fazê-lo. Porque, mais uma vez, a minha maneira de ser é atirar-me ao trabalho e tentar ter sucesso e fazer melhor. E, muitas vezes, quando se faz isso, algo está a ser prejudicado, quer se trate de outras relações ou da sua própria saúde. É importante que aprendamos com a idade e temos de nos certificar de que os nossos interesses e necessidades também são satisfeitos. E não há nada de errado em tirar algum tempo para nós próprios. E acho que o facto de ser uma mulher no mundo dos negócios é ainda mais importante. Acho que o sentimento geral é que se deve cuidar dos outros, antes de cuidar de si. É importante lembrarmo-nos constantemente de que não há problema em reservar tempo para nós. Porque se eu não conseguir fazer isso, se não estiver bem e saudável e com a mentalidade que é preciso ter, então não posso ser muito benéfica para os outros.

 

Foto: Mike Neal

 

A FAMÍLIA DE SANGUE E A DA EMPRESA

A Anne tem dois irmãos e um deles trabalha aqui consigo. É o seu braço direito na gestão de tudo isto?
O John é uma parte significativa da empresa. Sem dúvida. E a empresa é como uma extensão da nossa família, de facto. E, como disse anteriormente, em termos do pessoal que temos, nós já os sentimos como a nossa família. Convivemos diariamente e ao longo dos anos acabamos por conhecer as pessoas. Ficamos a conhecer os seus filhos. É um ambiente muito agradável para trabalhar. É uma empresa familiar, sem dúvida.

E eles sentem-se em casa, aqui?
Espero que sim, quero dizer, é esse o objetivo que tentamos alcançar. E isso é evidente pelo facto de termos uma série de funcionários que estão connosco há muitos, muitos anos e que tendem a sair apenas porque se vão reformar.

Alguma vez se arrependeu de ter deixado a sua antiga vida profissional para assumir esta vida de empresária?
Quer dizer, acho que estaria a mentir se dissesse que não. Acho que se tivesse ficado ou se tivesse continuado a trabalhar para o governo, já estaria reformada (risos). E acho que teria até cerca de 6 ou 7 semanas de férias, que aqui nunca pude tirar, tenho sorte se conseguir sair durante uma semana de cada vez. E, portanto, é esse o tipo de coisas. Ou quando estamos doentes e sentimos que não queremos mesmo ir trabalhar, mas não temos escolha, temos de ir. Portanto, desse ponto de vista, há certos benefícios de que sinto falta, mas nunca poderia ter tido os desafios que tenho tido se não tivesse assumido esta profissão que tenho agora. E têm sido bons desafios. Acho que qualquer pessoa com quem se fale dirá que não é fácil gerir um negócio, por outro lado, o que se consegue alcançar por si próprio ou coletivamente, como grupo… é algo de que nos podemos orgulhar.

Profissionalmente, quais são os grandes desafios ou projetos que tem em cima da sua secretária?
Curiosamente, temos tido um bom desempenho na comunidade latino-americana, que é uma população em crescimento. Por isso, nos últimos cinco anos, diria provavelmente, temos estado muito concentrados na expansão desse mercado. E continuaremos a fazê-lo também. Também estamos a analisar as vias de distribuição e a introduzir potencialmente outros produtos. Por isso, quero dizer, nunca é um status quo.

E AGORA? O QUE FALTA FAZER?

E pessoalmente, o que é que lhe falta fazer? Qual é o sonho que ainda falta cumprir?
Gostava de viajar mais. Adorava aprender línguas. Por exemplo, gostava muito de ter aulas de português. Quer dizer, eu sei falar português, mas seria muito bom mergulhar numa língua como o italiano, o português, o espanhol e explorá-la e desfrutar dela, em vez de a ter como uma ferramenta de trabalho apenas, como uma obrigação. E acho que, simplesmente, ser capaz de apreciar as nossas realizações. Penso que parte do problema é uma coisa boa, mas também é uma coisa negativa, que é o facto de estarmos sempre a elevar o nível de referência. Que mais posso fazer? Quanto mais podemos fazer? Como é que podemos melhorar isto? E acho que, pessoalmente, não passo tempo suficiente a descansar e a reconhecer o que foi feito e apenas apreciar isso. Na realidade, o que acontece é que eu o absorvo sempre como, “ok, ultrapassámos aquele obstáculo, agora temos de ir para outro obstáculo”. Não há nada de errado em ficar nesse obstáculo, reconhecê-lo e apreciá-lo durante algum tempo.

Que futuro vê para a Portuguese Cheese, um dia quando a Anne de Melo resolver sair para descansar?
Não sei. É difícil. É muito difícil pensar dessa maneira. No próximo mês faz dois anos que o meu pai faleceu, e ele ainda está no meu ombro. Faz isto. Não te esqueças disso. Tenho de fazer mais. Tenho de tentar isto. Entrar neste mercado. Com a morte do meu pai apercebi-me que é importante viver o momento e, por isso, não posso… não estou a olhar para muito longe, para além de um ou dois anos, e estou apenas concentrada no agora e a tentar fazer o que posso fazer. E, como digo, estou a gostar do que temos conseguido.

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