Na casa de Janette DeSousa, cada canto ecoa uma melodia. Aos 60 anos, vive sozinha, mas nunca em silêncio – a música é a sua eterna companhia. Na sua casa tudo nos remete para a sua grande paixão. Desde os quadros, aos sofás, passando pelas peças decorativas tudo está de algum modo ligado à música. Isto para além de haver instrumentos musicais por todo o lado – dois pianos, um órgão, acordeão, concertina, violino, saxofone… instrumentos que contam a história de uma mulher determinada, teimosa quando necessário, e profundamente apaixonada pela arte de tocar e fazer sorrir.
Nasceu e cresceu em Oshawa, envolta na ternura de uma mãe muito querida e sempre presente e na força silenciosa do pai português (do concelho de Arcos de Valdevez), um homem generoso e trabalhador, que assumiu responsabilidades de adulto desde tenra idade para garantir um futuro melhor à família. Janette herdou-lhe esse sentido de missão, o cuidado com os outros, a dedicação à família. Desde pequena, protegeu as irmãs como quem carrega um legado, sempre atenta, sempre presente.
A sua vida é uma coleção de ofícios e paixões: da tecnologia alimentar ao jornalismo local, da função pública à informática, passando por uma década como voluntária na polícia regional. Mas é na música que Janette verdadeiramente se encontra. Começou com o acordeão aos seis anos, contrariada mas persistente, e nunca mais parou. Tocou e ainda toca em festas, bailes, lares de idosos – sempre com um sorriso, sempre com a certeza de que está a dar algo de genuíno aos outros.
Janette é mulher de muitas vidas numa só. Cuidadora, artista, voluntária, aprendiz incansável. Toca porque ama, porque acredita que a música cura e aproxima. E porque, no fundo, sabe que a sua história – como a de tantos imigrantes – é feita de resiliência, de afetos e de uma vontade irreprimível de transformar tudo à sua volta em harmonia.
A história da Janette DeSousa assenta muito no exemplo do pai de dedicação à família, um homem que emigrou de Portugal para o Canadá para sustentar os irmãos. Cresceu rodeada por uma família unida, onde os laços e o cuidado entre todos sempre foram essenciais.
O meu pai era o mais velho de sete filhos. O meu avô, pai do meu pai, morreu quando eles eram novos, por isso foi o meu pai que assumiu o papel de pai de família. Em Portugal ele vivia em Rio Frio, Arcos de Valdevez, e algumas pessoas da terra ajudaram-no a vir para o Canadá. E ele sabia que Oshawa era a zona onde havia alguns empregos disponíveis. Na realidade, ele não começou em Oshawa, foi primeiro para Prescott, que fica a leste, em direção a Ottawa, onde já tinha um emprego planeado. Ia trabalhar lá numa quinta. E realmente trabalhou e viveu na quinta, isso fazia parte do acordo da imigração – ele tinha de ter um emprego e um sítio para ficar. E depois também arranjou um emprego, em part-time, num restaurante. O meu pai sempre foi um trabalhador esforçado e sustentava a sua família. Essa foi a principal razão para vir para cá, para ter uma vida melhor e para mandar dinheiro para os irmãos, porque era o mais velho e sentia-se responsável por eles.
Acho que sou um pouco como ele, muito determinada. Gosto de fazer as coisas de uma certa maneira. A minha mãe sempre disse: “És tal e qual o teu pai”. É muito frequente. Ele era uma pessoa muito gentil e atenciosa. Como muitos dos meus primos dizem ele era o tio preferido. Sabe, ele estava sempre a olhar pelas pessoas. Tinha cuidado. Por exemplo, sempre que saíamos à rua ele preocupava-se e dizia – “tem cuidado. Tem cuidado contigo”. E estava sempre pronto a ajudar toda a gente.
Os meus pais conheceram-se no banco. O meu pai não sabia muito bem como preencher os talões de depósito, porque o inglês era um problema. E, por qualquer razão, a minha mãe, também ela uma pessoa prestável, ajudava-o. Acho que um dia, no final do fecho do banco, ele estava à espera dela lá fora. E foi mais ou menos assim que tudo começou. Ao longo da vida a minha mãe tem tido muitos problemas de saúde e de mobilidade, especialmente nos últimos anos, e, por isso, passo muito tempo a ajudá-la e a apoiá-la, o que adoro. Estou sempre feliz por passar tempo com a minha mãe e diria que ela é a minha melhor amiga.
Eu sou a mais velha de três raparigas. E acho que tomo conta delas. Sou cinco anos mais velha do que a minha irmã mais próxima, por isso sempre tomei conta delas quando éramos pequenas. Naquele tempo, a vida parecia mais calma, mas era agradável porque tínhamos todos os nossos primos, tios e tias perto de nós. Em cinco minutos estava em casa dos meus primos. Vivíamos todos perto e passávamos muito tempo juntos. Era a nossa família e o meu pai era dava muito valor a isso. E a minha mãe também vinha de uma família de cinco pessoas. Viviam numa quinta no Norte, Port Perry. No fim de contas, tudo nas nossas vidas era sempre sobre a família. Juntávamo-nos todos no Natal e no Dia de Ação de Graças. É disso que mais me lembro. Íamos juntos para a piscina. Íamos juntos à biblioteca. As nossas vidas estavam bastante interligadas, o que era bom.
A convivência diária com a avó moldou profundamente a infância de Janette. Foi com ela que aprendeu português e com quem criou uma ligação especial — uma amizade feita de afeto, brincadeiras e partilhas inesquecíveis.
A minha avó, a mãe do meu pai, vivia connosco e não falava inglês. Ora eu estava a aprender a falar nessa altura e foi por isso que aprendi português, aprendi com a minha avó. E agora estou muito feliz por conseguir falar português. Os meus tios e a minha avó viviam na nossa cave, por isso eu ficava lá em baixo com eles durante o dia a aprender português, a falar com eles, e depois à noite ficava com os meus pais e falava inglês porque a minha mãe não fala português. A minha avó era para mim uma boa amiga. Passámos muito tempo juntas, e eu era muito chegada a ela. Muito chegada a ela, mesmo. Cresci com ela, estava com ela todos os dias, os meus pais estavam a trabalhar e eu ficava com ela a aprender a falar português. E ela brincava comigo. Eu tentei ensinar-lhe um pouco de inglês. Ela estava sempre connosco, vivia connosco e era muito agradável. Talvez por causa desta relação tão próxima eu sempre quis voltar a Portugal. Quando ela se mudou para lá, eu queria ir só para a ver, tinha de a ir ver e passar algum tempo com ela. Não estava interessada em andar a passear por Portugal só queria ir e ficar com ela. E o mesmo aconteceu com o meu pai, à medida que ela foi envelhecendo, ele gostava sempre de ir na altura da Páscoa. Por isso, eu e ele fomos algumas vezes na Páscoa ou ele ia com a minha mãe e a irmã dele. Na parte final da vida do meu pai, ele tinha Alzheimer por isso, certificávamo-nos sempre de o levar, tínhamos de ir com ele. Ele não era capaz de ir sozinho. Todos os anos, na Páscoa, íamos e era bom passarmos esse tempo juntos.
De Portugal, Janette DeSousa guarda memórias muito especiais de um país que o pai, sempre orgulhoso das suas raízes, fez questão de lhes mostrar de norte a sul, partilhando histórias e tradições.
De Portugal gosto muito do Algarve, de Lagos, provavelmente o meu sítio preferido. Já lá passei um mês em várias alturas. Gosto dessa zona. Também gosto do Porto. Já lá estive. Quando fomos pela primeira vez a Portugal, fomos num navio de Nova Iorque, e o meu pai levou o carro dele no navio. Era um Chev 66, por isso era um carro muito grande. E, então, estávamos a passear aquele carro enorme nas ruas dos Arcos de Valdevez, e toda a gente olhava e prestava atenção porque nunca tinham visto um carro como aquele, mas ele levou-nos de norte a sul. Passámos por todas as cidades, Lisboa, Porto, Sintra, e o meu pai conhecia cada zona pelo nome. Ele estava sempre tão orgulhoso de nos apresentar e de nos mostrar o seu país. Tirámos muitas fotografias e tínhamos muitos diapositivos. E ele gostava de olhar para os slides e dizia-nos, ok, aquela é a casa de fulano e o nome daquele sítio é… e eles têm uma igreja bonita… ele sempre teve muito orgulho em Portugal e queria ensinar-nos sobre a música, o país, a comida e as pessoas.
A vida profissional de Janette DeSousa foi marcada pela versatilidade e pelo empenho. Trabalhou em várias áreas, desde a imprensa local até ao Ministério das Finanças, e dedicou-se ao voluntariado policial com entusiasmo e espírito de serviço. Uma verdadeira mulher dos “sete ofícios”!
Depois do liceu, fui para o Durham College e tirei Tecnologia Alimentar e de Medicamentos. Procurei um emprego nessa área, mas não encontrei. Depois arranjei emprego no Orono Weekly Times, um pequeno jornal de Orono. Lá fazia um pouco de tudo, um pouco de reportagem, fotografia, entregas, contabilidade, trabalho de escritório, mas foi uma boa experiência porque é uma cidade pequena e toda a gente se conhece. Depois trabalhei no Ministério das Finanças durante 35 anos, sempre em Oshawa. Comecei a trabalhar como dactilógrafa e, depois, comecei a fazer trabalho de secretariado. Mais tarde, passei a fazer mais porque as pessoas estavam a ter problemas com os computadores e eu ia ajudá-las. Até que comecei a trabalhar mais em informática. Não fiz muitos cursos formais, apenas alguns cursos a tempo parcial, mas gosto de computadores e desse tipo de trabalho. Na altura, antes queria ler um manual de instruções do que ler um romance. Sabe, eu gosto de aprender. Estou sempre a aprender algo novo ou a obrigar a cabeça a trabalhar, a fazer algum tipo de puzzle ou esse tipo de coisas.
Estive com a Unidade Auxiliar da Polícia Regional de Durham, e estive com eles cerca de dez, 12 anos, e era voluntária. Quando era mais nova, pensei que talvez gostasse de ser mulher-polícia, mas na altura havia um requisito de altura e eu era demasiado baixa. Por isso, não fui atrás disso nem nada do género. Mas depois, quando ouvi falar da oportunidade de voluntariado, pensei que podia misturar as duas coisas, para poder ajudar as pessoas. E também podia aprender um pouco sobre o trabalho da polícia e envolver-me nesse tipo de coisas. E gostei imenso. A minha atividade favorita era provavelmente dirigir o trânsito, como num desfile ou algo do género. Também fazíamos visitas guiadas à esquadra com miúdos pequenos. Outra grande oportunidade foi o facto de estarem a homenagear o ano da associação e tinham um quadro pintado por James Lumbers. Eu era o oficial auxiliar na pintura. Foi uma coisa gira. Tenho o quadro lá em baixo. Também fiz uma coisa gira que foi ter ido no helicóptero da polícia durante um turno. Foi interessante. Como se pode ver, recebemos a formação completa que um agente normal recebe, mas não em toda a sua extensão. Aprendemos a disparar, a usar algemas, a redigir relatórios, a dar assistência numa situação de acidente. Portanto, tudo o que se passa na realidade.
Acho que nos pediam para fazer talvez seis horas por semana ou algo do género, mas eu normalmente fazia mais, porque eles precisavam sempre de ajuda extra para coisas como desfiles ou o Dia do Canadá ou esse tipo de eventos em que é necessária uma presença extra na zona.
Desde os seis anos, Janette desenvolveu uma paixão profunda pela música, especialmente pelo acordeão. Ao longo da vida, tocou diversos instrumentos e ainda hoje anima comunidades com o seu talento, espalhando alegria em lares, festas e eventos culturais.
Quando eu tinha seis anos, os meus pais disseram que queriam que eu experimentasse o acordeão. Por isso, comecei a ter aulas. E o meu pai adorava o acordeão e a música, mas nem ele, nem a minha mãe eram muito musicais ou rítmicos. Mas foi graças a eles que tudo começou. O meu pai disse “eu gosto do acordeão. Quero que aprendas a tocar acordeão”. E todos os verões eu queria desistir, não queria praticar. E por qualquer razão, os meus pais insistiam –“tens de praticar. Tens de tocar”. E então eu ficava um pouco zangada. E a minha mãe é que dizia: “Está bem, não pratiques. Não pratiques”. E como eu era um bocado teimosa, como o meu pai, disse: “Oh, eu vou. Vou ensaiar”. Então funcionou ao contrário. Conseguiram que eu aprendesse acordeão dessa forma. Mas agora estou muito contente porque as minhas irmãs também tiveram aulas e não continuaram. Os meus pais não as encorajaram tanto como a mim e agora elas gostariam de ter continuado. Então eu tive aulas desde os seis anos de idade. Tinha um acordeão mais pequeno e depois envolvi-me, comecei a tocar fora, porque o meu professor tinha alguns concertos e quando não podia ir eu substituía-o. Depois comecei a ter os meus próprios concertos, a tocar em sítios diferentes. Olhe quando trabalhei em Orono, estava sempre a ser solicitada para tocar em qualquer evento que estivesse a decorrer na Câmara Municipal.
Nunca tive problemas com o peso do instrumento porque, quando comecei, tinha um acordeão mais pequeno, e depois fui subindo, o acordeão ficou maior. E agora, na verdade, há um par de anos atrás, mudei para um mais pequeno, o acordeão que tenho agora tem apenas 18 libras. O meu anterior tinha 30. Por isso, é que quando começo a tocar nem sequer dou pelo peso do acordeão. Acho que é porque estou a gostar muito e me habituei um pouco, eu adoro tanto tocar acordeão que isso nunca foi um problema e espero que não seja. À medida que envelhecemos as coisas podem ficar mais difíceis, eu sei, mas gostaria de continuar a tocar. Foi por isso que comprei recentemente um acordeão mais leve e mais pequeno, porque estou a envelhecer, é melhor.
Toco um pouco de tudo. Anos 50-60, country e western e canto também. Um pouco de rock e um pouco de português. O acordeão é um instrumento que se presta à música irlandesa. Por isso, estou muito ocupada em outubro. Faço muitos espetáculos no Oktoberfest, e toco todo o tipo de coisas. Polcas e valsas e música de estilo alemão. Toquei muito no Pavilhão Ucraniano durante a semana da Fiesta e também toquei no Pavilhão Polaco. Toquei muito em bailes escoceses. Havia o Cairngorm Club de Toronto e toquei lá na primeira quarta-feira de cada mês durante 35 anos, eles tinham um baile na primeira quarta-feira do mês e era eu que garantia a música do baile. E toquei com uma banda de Toronto. Fazíamos um espetáculo no Oktoberfest, a banda de palhaços. Era o mesmo grupo de pessoas, mas mudávamos de roupa e fazíamos uma variedade de espetáculos diferentes. Fizemos isso durante muito tempo em vários locais, especialmente em muitos lares de idosos. Gosto muito de o fazer porque faz toda a gente feliz. Sabes, é leve. Se fosse um emprego podia ser um peso porque era uma obrigação, teríamos de ir trabalhar, mas quando fazemos música por amor, isso faz-nos sentir felizes, principalmente assim que vemos as pessoas a sorrir. E eu ainda toco em muitos lares de idosos, de longa duração, e é tão bom ver que eles podem estar caídos na cadeira de rodas ou algo do género, mas assim que a música começa os seus corpos levantam-se. É realmente bom ver isso, faz-me feliz. Se os vejo felizes, fico feliz. É uma coisa que vale a pena, especialmente com os seniores. Às vezes eles dizem “Oh, fizeste-me ganhar o dia”, e não foi muito difícil para mim, aliás, é uma coisa muito fácil de fazer e traz tanta alegria.
Para além de tudo isto também toco saxofone. Comecei no liceu, primeiro no clarinete, porque já sabia ler música, depois pensei em experimentar outro instrumento, depois de tocar clarinete durante um ano ou dois, e passei para o saxofone. Tive um ótimo professor, o Sr. Knox, e tínhamos uma banda de Dixieland, uma banda de jazz, uma banda de palco e uma banda de dança. Praticávamos todas as manhãs das sete até à hora de começar a escola. E o mesmo acontecia depois das aulas. Era um bom grupo de pessoas, era um bom grupo de amigos. Foi fácil integrar-me na banda, uma vez que já tocava há 16 anos ou algo do género. Uma Big Band tem 15,17 pessoas e existe uma boa camaradagem entre nós.
Além do acordeão, do clarinete e do saxofone, estou sempre a brincar com o piano. Acho que quando se tem música dentro de nós, podemos experimentar qualquer instrumento. E é isso que eu gosto de fazer. Também estou a trabalhar na flauta transversal, já trabalhei no violino no passado… quando se consegue ler a música, tudo é possível. A música é uma espécie de linguagem e como se fosse qualquer outra língua, quando a aprendemos podemos interpretá-la em qualquer instrumento. É só uma questão de aprender os dedilhados ou de saber onde estão as teclas e coisas do género.
Muito influenciada pelo entusiasmo e amor do seu pai a Portugal, Janette DeSousa tem um histórico de ligação à comunidade portuguesa. Dançou no rancho folclórico, envolveu-se nas tradições culturais com a família e hoje sente orgulho ao ver os sobrinhos a continuar esse legado.
Sim, eu gostava porque o meu pai estava muito envolvido nisso e gostava muito que nós nos envolvêssemos também. As minhas irmãs e eu dançámos no rancho e eu gosto desse tipo de coisas. E para mim, na verdade, não importa o tipo de música. Gosto de todos os estilos de música, mas íamos à festa com toda a família, e dançávamos a Chula, o Vira e coisas do género. E o meu pai estava sempre muito orgulhoso, adorava ver-nos envolvidas nas tradições portuguesas. E a minha irmã mais nova era uma boa dançarina. E o mesmo acontece agora com os meus sobrinhos, que estão a dançar e a tocar concertina, e é agradável de ver. Gostava que o meu pai também pudesse ter visto isso.
O que mudaria na sua vida?
Não sei, estou muito contente com a forma como tudo está a correr, acho que não mudaria nada. A minha vida é um muito simples, não sou uma pessoa muito extravagante, não preciso de muito e gosto de ser assim. E não tenho uma lista de desejos, nem nada do género. Quero fazer isto? Tento fazer. Já viajei muito e gosto disso. Estou bastante contente agora. Reformei-me há três anos e sinto-me feliz a tocar música, por exemplo para os seniores. Não sinto que precise de mais nada. Sei que algumas pessoas pensam e até perguntam: “Não te sentes só?”. A minha resposta é: não. Porque mesmo quando tenho oportunidade de estar em casa, estou muito ocupada a fazer coisas diferentes. Tenho muitos interesses em casa, outros instrumentos para aprender a tocar ou tentar tocar, ou passar tempo com a minha mãe, com os meus sobrinhos. A família das minhas irmãs é uma coisa muito importante para mim. E nunca me senti sozinha, talvez porque a minha vida é muito preenchida, tenho o trabalho no jardim, o trabalho de casa e como adoro música… estou sempre a ouvir música, todos os estilos de música, e sinto-me bastante satisfeita.
Entrevista: Madalena Balça | Fotos: Mike Neal / Família Desousa