Nuno André Ferreira
EntrevistasFotografia

Nuno André Ferreira

A fotografia como Arte - II

revista amar - nuno-andre-ferreira-fotografo-se-nao-estivesse-ligado-ao-fotojornalismo-nao-sei-o-que-seria-org-rcdr
Créditos © Ricadro Graça

 

Nascido em 1979, em Leiria, Portugal, Nuno André Ferreira estudou Ciências da Informação em Coimbra no ISMT – Instituto Superior Miguel Torga.

Começou como fotógrafo na Sala de Imprensa do Município de Leiria e em 2006 passou a colaborar em várias publicações do grupo Cofina em Viseu – Correio da Manhã, Sábado, Record, Jornal de Negócios e CMtv.

Nuno André Ferreira, também trabalhou no Jornal do Centro entre 2006 e 2012 e em 2009 começou a colaborar com a Lusa – Agência Portuguesa de Notícias / EPA – Agência Europeia Pressphoto.

 

Prémios e distinções

2010

“Incêndios” venceu o Prémio Estação Imagem Mora 2010 na categoria Meio Ambiente;

2014

“Incêndio no Caramulo” venceu o Prémio AMAN Photo of the Year 2014 – Alliance of Mediterranean News Agencies;

2018

“Nosso Presidente” ganhou o Prémio Rei da Espanha de Jornalismo Internacional 2018;

2021

O fotógrafo vencedor do Prémio World Press Photo 2021 Photo Contest.

2021

Vencedor da BOLSA Estação Imagem 2021 Coimbra

 

revista amar - Nuno André Ferreira - foto
Créditos © Nuno André Ferreira
revista amar - Nuno André Ferreira - foto
Créditos © Nuno André Ferreira
revista amar - Nuno André Ferreira - foto
Créditos © Nuno André Ferreira
revista amar - Nuno André Ferreira - foto
Créditos © Nuno André Ferreira

 

Revista Amar: Recorda-se como começou a sua paixão pela fotografia?
Nuno André Ferreira: A paixão pela fotografia começa de forma normal como outra coisa qualquer. Tirava fotos nas férias com os amigos e volta e meia ia a alguns sítios de propósito para fotografar algo.

RA: O percurso na fotografia teve início como autodidata, ou à medida que o tempo foi passando, obter “aquelas” fotografias exigiu um estudo aprofundado da técnica.
NAF: Nunca fiz nenhum curso de fotografia. Aprendi e fui aprendendo sozinho. A técnica desenvolveu-se naturalmente. Aliás, ainda não tenho muita. Não sou propriamente um fotógrafo, sou fotojornalista. Ambas estão ligadas, mas existem muitas diferenças. Na fotografia é realmente exigida muita técnica. No fotojornalismo a exigência é na informação que a imagem possui.

RA: O seu olhar sobre a realidade fica diferente através de uma objetiva? E esse olhar mudou com o decorrer do tempo.
NAF: Não. Não acho. Muitas das vezes vejo é uma realidade diferente depois de tirar as fotografias.

RA: Como acontece com o impulso de escrever, pintar, desenhar ou esculpir… Fotografar passa a ser uma necessidade, ou surge como um meio de auto expressão pessoal e social?
NAF: Fotografar passa a ser uma necessidade. Não consigo observar algo que possa ser retratado e não o fazer. As nossas memórias estão mais seguras em fotografia…

RA: É difícil captar/obter uma boa fotografia?
NAF: Tirar uma boa fotografia não é difícil. Ser boa ou má também é muito relativo. Até porque a sua representação pode ter leitura diferentes de pessoa para pessoa.

RA: Uma boa fotografia interpela?
NAF: Claro que sim. Sempre que uma fotografia nos alerta para algo significa que nos chamou a atenção.

RA: A fotografia tem género? Podemos falar de igualdade de género quando fotografamos a realidade quotidiana. Ou há algo transformador no olhar do fotógrafo quando atrás da objetiva está uma mulher ou um homem?
NAF: Nada de géneros. Há sensibilidades diferentes e essas não têm qualquer correspondência.

RA: A fotografia faz sonhar… É um instante irrepetível?
NAF: Sim… todas as fotografias são diferentes. Nenhum instante se repete. O incrível é mesmo isso.

RA: Ao percorrer as ruas para fotografar a vida quotidiana em espaços públicos, na chamada fotografia de rua, em que medida essa fotografia é uma invasão da privacidade das pessoas anónimas.
NAF: Como profissional se estiver em trabalho não considero invasão. As pessoas fazem parte do espaço que fotográfo. Elas são parte da minha imagem.

RA: A fotografia é uma espécie de solidão. Ou pelo contrário a fotografia pretende evidenciar o desconhecido aos olhos dos cidadãos comuns.
NAF: Pode ser solidão no momento em que estamos a fotografar. Até pode ser por opção, mas depois sim, temos a vantagem de poder mostrar ao mundo a nossa visão. Podemos partilhar momentos, sensações…etc…

Carlos Cruchinho

Redes Sociais - Comentários

Botão Voltar ao Topo