O sonho de Tânia Barbosa
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O sonho de Tânia Barbosa

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A descoberta da música em tenra idade

Tânia Barbosa nasceu em Toronto em 17 de abril de 1997. Ela herdou a origem humilde mas determinada dos seus pais, emigrantes que vieram para o Canadá em busca de uma vida melhor como tantos outros fizeram no passado.
Hoje, a família é um dos grandes suportes para um sonho musical que a jovem cantora começou a construir bem nova quando integrou um coro português, Kipapo, onde ela era o elemento mais novo, uma vez que este era composto por crianças com 8 anos de idade ou mais velhas. Mas logo que os responsáveis ouviram Tânia cantar mal podiam acreditar que ela tinha apenas quatro anos de idade.
Justiça seja feita a sua avó Maria de Fátima que, qual olho clínico, não desistiu enquanto não viu a jovem tentar a sua sorte no coro.
“A minha avó achava que eu tinha jeito para a música”, lembra Tânia Barbosa, habituada a cantarolar pela casa.
No fundo, a insistência da avó – que teve um papel importante na criação da jovem – escondia também um pequeno segredo: “Ela quando era pequena também queria ser cantora”, revela Tânia. “Mas não deu para isso. Ela vivia em Portugal, era diferente …”.
Nem mais, a avó poderia assim como que seguir o seu sonho pessoal na voz e talento da neta. “Onde eu vou cantar, ela vai sempre. É uma das minhas maiores fãs!”
Mas não se pense que o apoio vem só do lado da avó. “Eu não estaria onde estou hoje sem o apoio daqueles à minha volta, especialmente os meus pais, que me apoiaram desde o primeiro dia, e por isso eu sou eternamente grata”, pode ler-se na sua breve biografia online.
O interesse de Tânia na música encorajou-a a perseguir outros interesses musicais, como piano e acordeão. A citação favorita da jovem é: “O trabalho duro supera o talento”, justificando que não basta só o talento quando a pessoa não se esforça para potenciar esse mesmo talento e crescer enquanto pessoa e profissional.
Perfecionista por natureza, Tânia não esconde que tem dificuldades em lidar com as emoções quando as coisas correm menos bem.
“Sou muito perfecionista. Não gosto nada de sair fora do lugar ou do ritmo. Não só em cantar, mas na escola, em tudo. As pessoas dizem que sou muito dura comigo própria”, admite.

Dar a conhecer o seu talento nas diversas comunidades

Tânia Barbosa já se apresentou em vários locais dentro da comunidade portuguesa. O seu talento e voz reconhecível têm lhe permitido participar em diversos espetáculos em várias cidades, tanto no Ontário como em Quebec, o que a levou a sair um pouco da sua zona de conforto, a cidade de Toronto, onde tem os seus amigos e pode encontrar mais facilmente o refúgio familiar.
Nos Estados Unidos, Tânia cantou na Casa dos Arcos e Casa Barcuense, ambas localizadas em Newark, New Jersey. Uma experiência diferente, mas enriquecedora, sublinha. Passando ainda pela alegria de atuar em Portugal, em casas noturnas em Arcos de Valdevez e em várias festas ao ar livre em Valença do Minho.
“Cantar em Portugal é muito diferente de cantar aqui!”, reconhece Tânia, salvaguardado no entanto que as pessoas sempre foram simpáticas e apoiaram-na muito.
Na comunidade inglesa, Tânia competiu na Western Fair Rise 2 Fame Talent Competition, bem como na Hidden Talent Competition. Estes alguns dos exemplos que lhe permitiram ganhar traquejo em palco e amadurecer os dotes musicais.
Tânia vislumbrou pela primeira o seu sonho tornar-se realidade quando ela foi aceite para estudar na escola de música de maior prestígio no Ontário, a Escola das Artes em Etobicoke. Ela agora participa em várias produções de teatro musical, como Into the Woods, Annie, Bye Bye Birdie, bem como várias outras.
Tânia também atuou no Air Canada Centre quando ela cantou (em acompanhamento) para Paramore durante a sua canção “Ain’t It Fun”. Um momento inesquecível, como aquele outro em que abriu o espetáculo do artista Marcelo Neves, no caso, dentro do panorama musical de expressão portuguesa.
Recentemente, Tânia venceu um concurso de ária cantando The Prayer de Celine Dion. Um momento único que teve tanto de gratificante como de surpreendente, como a própria reconhece.

Ser conhecida como uma voz singular

Prestes a completar 19 anos de idade, Tânia tem uma visão clara de que tipo de artista ela quer ser conhecida como. Aliás, na sua biografia online ela é bem clara: “Eu quero ser conhecida como uma voz singular. Quero que as pessoas ouçam as minhas músicas e saibam imediatamente que sou eu quem as está a cantar.”
E dá o exemplo de Luciana Abreu, uma cantora que adora em Portugal, pela forma como canta, mas também porque as pessoas imediatamente reconhecem a sua voz e o estilo de música.
Por cá, cita os nomes de Sarah Pacheco e de Soraia Mejdoubi como duas artistas com quem se identifica. Cada uma delas no seu estilo musical bem distinto.
Quando perguntado se ela iria viver para os EUA para seguir o sonho da música como fez Sarah Pacheco, a jovem Tânia hesita um pouco, mas lá acaba por dizer: “Se calhar. Seria duro, porque deixas para trás a família … mas se fosse bom, acho que sim.”

Eu quero ser conhecida como uma voz singular. Quero que as pessoas ouçam as minhas músicas e saibam imediatamente que sou eu quem as está a cantar.

O sonho também passa pela formação académica

Por volta dos 14 anos de idade, Tânia Barbosa percebeu que a ideia incipiente de ser cantora, quando em pequena, era de fato um desejo de vida que foi ganhando forma no (ainda) curto percurso de vida.
“Não é só um passatempo”, garante.
Habituada a cantar mais num estilo popular, Tânia surpreende ao revelar que adora cantar fado, ainda que seja uma vertente que pouco ou nada explorou fora da cumplicidade individual. No entanto, o seu ideal seria misturar o popular com o fado, num experimentalismo musical que poderia acabar num trabalho discográfico.
Embora pense numa carreira musical, a jovem tem os pés assentes na terra e quer apostar na formação académica, uma “garantia” para o caso da aventura musical não correr como esperado.
Em junho, acaba os estudos secundários. Em setembro, prepara o seu ingresso na Universidade de Toronto para tirar o curso de Ciências Forenses.
“Além de gostar de música, sempre adorei ciências”, explica.
Tímida por natureza, assim diz, Tânia solta-se quando ganha confiança com as pessoas.
Mais do que ter milhares de amigos – quem foi que falou na rede social Facebook? – a jovem cantora agarra-se ao ditado popular de que “mais vale mais poucos e bons do que muitos e falsos” para dar largas ao seu lado social.
Em plena era digital, Tânia não se deixa impressionar e compreende a linha ténue entre o mediatismo que as redes sociais e outros meios de divulgação online proporcionam aos artistas do século XXI, mas é cautelosa o suficiente para não se deixar “perder” no meio de tantas relações artificiais e supérfluas.
De momento, todo o seu foco está concentrado na carreira profisisonal e no objetivo académico. O lado pessoal, esse, fica para mais tarde, sem pressas e no devido tempo.
A finalizar a conversa com a Revista Amar, Tânia Barbosa deixa o convite para que as pessoas venham ao lançamento do seu primeiro CD. “Vai ser uma noite divertida”, promete.
Desde já agradecemos a amabilidade da Tânia Barbosa para estar à conversa “connosco” na edição de abril.
Votos de muito sucesso para o futuro e, claro, marcamos encontro novamente no próximo dia 16 no Le Tréport Convention Centre, em Mississauga, para a festa de lançamento do álbum de estreia “O Meu Sonho”.

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