Ruby Anderson
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Ruby Anderson

revista amar - ruby anderson

 

“…não deixes que alguém te diga “não acho que vás conseguir” e te derrube. Sê resiliente! Procura as tuas oportunidades, tenta sempre alcançar as estrelas e sonha sempre. Devemos avaliar as críticas, mas não deixar que elas te consomem. Respeita-te e aceita-te! “

 

 

Ruby Anderson, nasceu a 29 de abril de 2004 em Cambridge, Ontário. A filha mais nova de Nancy e Isaac Anderson, foi criada numa quinta “que tinha feno, porcos, galinhas, vacas… até cabras” com os pais, a irmã Jenna e os avós.

A luso-nativa-canadiana cresceu com as tradições e gastronomia portuguesa.
Com apenas 4 anos, as singularidades da sua voz despertaram a atenção dos seus pais e desde cedo descobriu que tinha um dom especial para as Artes Cénicas, mas foi a música que prevaleceu.

Ruby, chega até nós como uma “velha alma” num corpo jovem com uma voz sensual, porém original, combinando com seu som Gótico-Americana. Cantar tornou-se a sua paixão e um verdadeiro veículo para se expressar. A música chegou-lhe fácil, pois cresceu a ouvir vozes lendárias do “old-country”, do psicadélico dos anos 60, do melódico dos anos 70 e, como resultado, a sua sonoridade é repleta de ecos dessas influências inegáveis. A sua voz é um espelho que reflete familiaridade, mas pouco reconhecida por alguém de sua idade.
A voz de Ruby é tão inconfundível com a sua própria aparência. Com um futuro brilhante e promissor, Ruby chegou e vai ficar por muito tempo.

Revista Amar: Estás a começar uma carreira no mundo da música… mas quem é a Ruby Anderson?
Ruby Anderson: Quem é a Ruby Anderson? Eu nasci, cresci e vivo em Cambridge, Ontário. Tenho 17 anos e estou a estudar no liceu e frequentei sempre escolas católicas. Fui criada no seio de uma família portuguesa católica. A minha mãe chama-se Nancy, é portuguesa (Faial, Açores) por parte do meu avô e é muito tradicional, daí conhecer a cultura e a gastronomia portuguesa, o significado de “família portuguesa” e cresceu em Cambridge. O meu pai chama-se Issac, é canadiano com descendência indígena, irlandesa e britânica, que foi adotado em pequenino e cresceu em Toronto. Eu cresci no campo, numa quinta que tinha feno, porcos, galinhas, vacas… até cabras (risos). Conforme fui crescendo, fomos reduzindo os animais e acabámos por ficar só com o feno. Como cresci na quinta, sei o que é a vida no campo e o que é ser uma “country bumpkin” (risos) mas, mudámo-nos para a cidade há alguns anos, 5 ou 6 anos, e gosto da vantagem de viver na cidade. Tenho uma irmã que se chama Jenna e é 13 anos mais velha do que eu. Sou uma pessoa que tenta dedicar-se à sua profissão. Gosto de escrever canções e poemas porque é a melhor forma de me expressar e onde encontro refúgio. Sou uma pessoa esperançosa que deseja o bem ao próximo. Gostava de ensinar as pessoas a serem verdadeiras e autênticas com elas próprias. Não gosto de me gabar, mas gosto de pensar que te tenho qualidades únicas.

Revista Amar: O que levou os teus pais a mudarem-se para a cidade?
Ruby Anderson: A casa tornou-se muito grande depois que o meu avô faleceu e dispendiosa. Decidimos ir viver para uma casa mais adequada ao tamanho da nossa família.

Revista Amar: O que preferes, a vida do campo ou da cidade?
Ruby Anderson: Hmm… é uma boa pergunta. Penso que em dada altura da vida se vai admirar ambos e não se pode escolher uma ou outra. Eu gosto do campo porque é sossegado, pacífico, com muita privacidade – isso era bom! – e liberdade. Mas em criança, eu não podia sair de casa para ir ter com a minha melhor amiga porque nós vivíamos afastado de tudo e de todos, estávamos isolados. Em criança não tive essa oportunidade, de ir até ao fundo da rua brincar com uma amiga. Os nossos vizinhos mais próximos eram parentes, os meus tios-avós (risos). Outro problema era ir às compras ao supermercado, porque era uma viagem de uma hora – isso era mesmo muito chato! Em relação à vida na cidade e apesar de vivermos numa cidade pequena e calma, não deixa de ser uma cidade… com casas, umas à beira das outras (risos). Eu gosto da proximidade da cidade, de podermos chegar em 5 minutos a pé a qualquer lugar… nem que seja ir ao supermercado (risos) e aprecio coisas deste género. Ah! E a internet de alta velocidade… ó meu Deus, a internet é muito melhor na cidade (risos)! Isso salvou-me a vida, especialmente porque ando no liceu e preciso da internet para fazer trabalhos para a escola. Com a mudança para a cidade foi mais fácil fazer amigos, consegui mais trabalhos como modelo e agora também ajuda com a minha carreira musical. Digamos que eu gosto do ambiente do centro da cidade como, por exemplo, Las Vegas ou Toronto, porque tem uma energia que adoro. Há sempre alguma coisa a acontecer e com muito movimento e adoro isso.

Revista Amar: Então conta-nos, com que idade descobriste que sabias e querias cantar?
Ruby Anderson: Tinha para aí uns 4 anos. A história até é engraçada… foi numa viagem de carro para New Orleans, Estados Unidos e estávamos – os meus pais, a minha irmã e eu – a ouvir a trilha sonora do filme “The Princess And The Frog” da Disney. Como é normal, íamos a cantar e os meus pais ouviram um vibrato bonito no meio de uma das canções e baixaram o volume do rádio por uns segundos para perceber se era da canção, – porque nunca se tinham apercebido daquilo no meio daquela canção – e foi quando se aperceberam que afinal era eu a cantar. Pode-se dizer que aquele momento, foi quando se aperceberam pela primeira vez que eu tinha voz e que sabia cantar. Só algum tempo depois, quando tinha uns 10 anos, é que se despertou em mim o interesse em cantar e fazer música e tive aulas de canto, piano, guitarra e também de modelo. Por isso considero que foi aos 10 anos que descobri que sabia cantar. Já no liceu, quando comecei a participar nos musicais da escola descobri que cantar era uma paixão.

Revista Amar: Falaste em aulas de modelo… conta-nos um pouco sobre isso.
Ruby Anderson: Eu só tirei alguns cursos de modelo, como o “Runway Model”, alguns de “Print Model”, de Make-up e cabelo. Os diplomas destes cursos ajudam quando se quer procurar uma carreia profissional como modelo. Acabei por fazer muitos trabalhos de Runways para o centro comercial local. Também fiz alguns trabalhos de Print. A intenção destes cursos foi para me dar algum prestígio e presença, para além que nos ensina a ter uma postura correta, etiqueta, como falar e de estar perante os outros.

Revista Amar: Mas, para se participar em musicais, não basta saber cantar. Também tem que se saber representar, certo?
Ruby Anderson: Certo.

 

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Revista Amar: És uma artista na aceção da palavra. Ora vamos lá recapitular… onde e quando é que começaste a representar?
Ruby Anderson: Comecei na primeira escola primária onde andei. Nessa escola eles faziam pequenas peças para crianças onde participei e realmente até gostei. Eu contei aos meus pais o quanto gostei e me diverti e eles inscreveram-me no teatro comunitário. Com o passar do tempo desviei-me do teatro e de musicais e comecei a pensar mais em filmes… ainda gosto de teatro, mas estava mais interessada em filmes e essa foi parcialmente a razão pelo qual passei um mês em Los Angeles onde frequentei a American Academy of Dramatic Artes (AADA). Quando fui pensei que era um curso de representação de filmes, mas o curso abrange várias áreas da representação e tive aulas de teatro, de make-up, de como ler roteiros, de canto, de dança… foi o pacote completo (risos).

Revista Amar: E que idade tinhas quando passaste pela AADA?
Ruby Anderson: 15 anos.

Revista Amar: E participaste em mais algum deste tipo de curso?
Ruby Anderson: Sim. Um ano antes do AADA, fiz parte do primeiro grupo selecionado para o Performing Artes Camp na Graceland, mansão do Elvis Presley. A Fundação Elvis Presley, deu início a este projeto inspirada nos filhos de Lisa-Marie Presley, o filho Benjamin Keough (falecido em 2020) que era músico e a filha Riley Keough que é atriz. Com este projeto, Lisa-Marie Presley quis dar continuidade à memória do pai, Elvis Presley através das gerações futuras, uma vez que os fãs do Rei do Rock N´Roll estão a “desaparecer”, o que consequentemente leva à diminuição de visitantes de Graceland, presumindo-se que a história e o legado do Elvis Presley pudesse apagar-se com o tempo. Para reverter isso, Lisa-Marie, criou este curso de uma semana, onde podemos visitar o museu, tocar nas roupas e acessórios, fazer visita guiada à mansão, conhecemos familiares e pessoas que trabalharam com o Elvis, e aprendemos tudo sobre o Rei do Rock N´Roll, é de manhã à noite. Contudo, para se entrar neste curso tem que se ter algum talento… seja cantar, dançar, representar, etc. Durante o curso, que tem professores e alguns deles são atores, tivemos aulas de diversas áreas artísticas e ao fim da semana apresentámos um espetáculo.

Revista Amar: Para além de ficares a conhecer tudo que há para conhecer sobre o Rei do Rock N´Roll, que mais aprendeste neste programa?
Ruby Anderson: Aprendi algumas técnicas de representação, de canto, de presença em palco e foi pela primeira vez que percebi que podemos ter uma ligação com os colegas com quem contracenamos… e isso foi invulgar, porque nunca tinha sentido isso antes. Quando contracenava no liceu, eu partilhava o palco com os alunos da escola que eu via todos os dias ou uma vez por semana. Mas em Graceland, ninguém conhecia ninguém, porque vínhamos de várias partes do Norte da América. Eu adorei isso, porque tínhamos todos sotaques diferentes. Foi uma experiência bonita. Também aprendi a aceitar-me, porque eu sempre tive consciência do timbre da minha voz e lá disseram-me que a minha voz tinha uma qualidade única e que isso era uma coisa boa. E, portanto, foi lá que aprendi que sou única e diferente, e que não há nada de errado nisso.

Revista Amar: Para resumir, foste para Graceland por causa da representação e saíste a aceitar a tua voz. Entras na AADA também por causa da representação, mas desta vez já sais a saber que a tua verdadeira paixão e vocação era cantar e que era isso que querias para o teu futuro…
Ruby Anderson: … Sim! O momento crucial deu-se em Los Angeles.
Revista Amar: Como é que a MDC Music surgiu na tua vida artística?
Ruby Anderson: Ora bem, quando estava com a agência de modelo tive um trabalho no Holiday Train e o tema do comboio é o Natal, normalmente chama-se Santa Train. Eu tive que me vestir de duende e o meu papel era como o do palhaço da festa… entre outras atividades, eu tinha que jogar jogos com as crianças, dançar e cantar – que é engraçado tento em conta o tom da minha voz (riso), mas funcionou. No comboio com a família estava o Reno Silva (MDC Music), agora meu agente e produtor, que me ouviu a cantar e ficou intrigado com a voz que estava a cantar “Jingle Bell Rock” e “Rudolph the Red Nosed Reindeer” e olhava de um lado para o outro à procura da pessoa que estava a cantar, até que viu que era eu. O Reno ficou interessado e a esposa dele, a Pearl, entregou-me o cartão de visitas dele. Depois fui para casa e mostrei o cartão aos meus pais que ficaram contentes. Acabámos por telefonar, marcámos uma reunião e assinei o contrato com a MDC Music… e foi assim que começou.

 

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Créditos © Carmo Monteiro

 

Revista Amar: Uma vez que sabes cantar, dançar e tens cursos de modelo nunca ponderaste concorrer num daqueles concursos de “Pageant”?
Ruby Anderson: Ponderei muito! E cheguei estar tentada a fazê-lo, mas nunca concorri. Ao fim ao cabo são concursos de competição e eu não gosto de competições, porque cada pessoa é única à sua maneira e não acho que comparar as pessoas seja justo. Cada pessoa tem qualidades únicas e autênticas.

Revista Amar: E concursos de talentos como o The Voice, American Idols?
Ruby Anderson: (risos) Eu sonhava em participar nesses concursos. Porém participei a cantar num chamado “Rise to Fame” em Paris, Ontário. Neste concurso podem participar cantores, dançarinos e até mágicos (risos)… é um concurso que procura novos talentos.

Revista Amar: Como foi essa experiência? E o que lição aprendeste?
Ruby Anderson: No início, recebi muitas críticas do júri, se calhar por ser uma cidade pequena e por não me conhecerem, como conheciam os outros participantes que eram de lá… mas, não fui muito bem aceite, sabes? Por ser de fora e ser diferente, por tocar guitarra e ter um timbre mais grave . E o que aprendi fui que há sempre críticas, que nem todos te vão aceitar como és, que não podemos agradar a todos, que nem sempre vencemos e que temos que ser humildes para aceitar isso. É a vida. E o que os outros pensam de ti não te define como pessoa ou artista. Mas tive sorte, mesmo com as críticas fui finalista neste concurso! A única coisa que me entusiasmou foi o facto do concurso passar na TV (risos).

Revista Amar: Essas críticas negativas, tornaram-te mais forte e determinada a continuar?
Ruby Anderson: Definitivamente e ensinaram-me que não devemos de deixar de acreditar no nosso próprio valor ou mudar a maneira como pensamos de nós próprios baseado nas opiniões dos outros. Todos vão ter uma opinião e não devemos parar só porque alguém te diz “não vais conseguir” ou “isto é muito diferente e por isso não gostamos”. O principal é sermos verdadeiros com nós próprios e não mudarmos por causa dos outros. Por uma razão qualquer e que nem sei bem porquê, mas, só porque eu não soava como outros cantores eu não fui propriamente aceite… basicamente porque o meu timbre é mais grave e achei isso absurdo… uma idiotice! (risos)…

 

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Revista Amar: … não deixa de ser ofensivo?
Ruby Anderson: Sim, é muito ofensivo e insultuoso! E foi porque eu sou diferente, mas não é isso que deveria fazer a diferença. Porém também tive algumas críticas boas e elogios generosos… não do júri, mas do público e pais de alguns concorrentes. Eu sou tenho que saber que nem sempre vou ser aceite pelo que sou, mas que isso não é razão para eu parar!

Revista Amar: E, tu vais cantar para o mundo e não para agradar a um público específico ou júri de concursos….
Ruby Anderson: … exatamente!

Revista Amar: Como foste criada num ambiente familiar tão diversificado, que tipo de influências musicais e culturais?
Ruby Anderson: Eu gosto e admiro Fado e adoro a Amália Rodrigues! Gosto da parte musical e instrumental do Fado, mas é o lado mais escuro e triste da letra que admiro. A parte instrumental pode até ter um ritmo mexido e alegre, que depois faz contraste com a letra triste e melancólica… e fui inspirada por isso, tanto que se reflete na minha música, letras e canções. Também gosto de Ópera, por ser também um tipo de música que exprime emoções. Admiro essa semelhança entre o Fado e a Ópera. Gosto, também, de Old Country e Jazz porque adoro clássicos… adoro Elvis Presley, Johnny Cash, Chris Christopherson, Frank Sinatra, Sammy Davis Jr., etc…. todos os meus ídolos já morreram (risos)…

Revista Amar: … e de onde vem ou como nasceu essa admiração por estes artistas?
Ruby Anderson: Essa é uma boa pergunta! Na realidade, foi graças aos meus pais e agradeço-lhes por isso. Nós viajávamos muito de carro quando era pequenina e, claro que, era “obrigatório” ouvir música e também não havia muito mais que podíamos fazer (risos). Então, este tipo de géneros musicais e de artistas faziam parte da seleção de musical. A “playlist” abrangia clássicos dos fins dos anos 30 aos finais de 60 e era mesmo muito diversificada e única. Mas, nós somos uma família que gosta e admira música… nós estamos sempre a ouvir música (risos), não há um dia que não ouvimos música!

 

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Revista Amar: Quem é o teu cantor ou cantora favorita?
Ruby Anderson: Eu tenho vários e alguns já não estão entre nós… eu admiro o Johnny Cash, o Chris Christopherson e a Dolly Parton pelo talento que tinham em compor letras. Também admiro o Frank Sinatra, Dean Martin e o Elvis Presley pela presença que tinham palco, a imagem que transmitiam e pela qual tantas pessoas se apaixonaram. Eu admiro a iniciativa e resiliência de alguns novos artistas como a Taylor Swift… quantas canções é que ela já não escreveu? Gosto da paixão e interesses de alguns artistas mais novos, mas não tenho nenhum preferido.

Revista Amar: Com quem gostarias de cantar um dueto?
Ruby Anderson: Se ainda estivesse entre nós, escolhia o Elvis Presley (risos). E dos artistas atuais, o Harris Styles pelo seu carisma e porque a música dele é cativante.

Revista Amar: Como definas o teu género musical e como artista?
Ruby Anderson: Oh… essa também é uma boa pergunta! Eu ainda estou a trabalhar nisso porque eu, como artista, e o meu género de musical é influenciado por tantos artistas, quer seja do passado quando me dizem “o teu estilo é parecido com o da Amy Winehouse” ou do presente quando me comparam com a Adele, que ainda é difícil para mim classificar o estilo da Ruby Anderson. Para já descrevo o meu género musical Gót de fora ico Americana, porque as minhas letras das minhas canções são um pouco sombrias, mas a parte musical é mais mexida. Pessoalmente acho que é relacionável e comparável à vida real, ou seja, mesmo que coisas menos boas aconteçam temos que continuar a viver e muitas vezes num compasso acelerado. É a vida. Eu gostaria que, até um certo ponto, todas as pessoas e de todas idades se identificassem com minha música e a letra. Gostaria de ter uma sonoridade que fosse familiar a uma geração mais velha e que ao mesmo tempo à geração mais nova. Gosto de misturar isso e trazer essa sonoridade de volta, pois é uma “carta de amor” aos meus ídolos. É bom olhar para a história e admirar as gerações mais velhas!

Revista Amar: Tens três originais gravados do teu primeiro álbum e prontos a lançar. Já podes levantar o véu e falar um pouco de cada um dos temas?
Ruby Anderson: Sim, claro! As três canções são sobre “breakups” fim de namoro. O título do primeiro single é I´m Done e que até já tem vídeo, é sobre realçar o senso de empoderamento das mulheres. Ou seja, numa relação as mulheres não precisam de ser dependentes dos homens. As mulheres não precisam de um companheiro nas suas vidas para existirem, porque elas já existem. Elas só têm que sair da relação assim que aparecerem sinais de que as coisas não estão a funcionar ou que não são compatíveis. As mulheres têm que saber se autovalorizar e saber quando é a hora de sair! I´m Done (terminou) significa que a relação para ela chegou ao fim, acabou.

 

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Créditos © Carmo Monteiro

 

Revista Amar: Esta canção, em particular, é sobre uma experiência pessoal?
Ruby Anderson: Um pouco… apesar de nunca ter terminado uma relação por causa de traições ou mentiras. Digamos que, cada relação é diferente com problemas próprios. Existem algumas raízes da canção na minha realidade e nas minhas experiências, contudo não só da minha… ou seja, a canção foi inspirada por várias experiências verdadeiras, como toda a minha música o é. É como um diário. E, eu não tenho um diário e é por isso que escrevo as minhas letras, que são o meu diário.

Revista Amar: Voltando aos singles, qual é o segundo?
Ruby Anderson: É Why (porquê). Este single é mais emocional e tem um lado triste. É uma abordagem desesperada de querer perceber o porquê de as coisas terem acontecido como aconteceram, o porquê de me ter preocupado com a relação, o porquê de te ter dado uma oportunidade, o porquê de não ter acreditado em mim própria, o porquê de ter acreditado em ti ou o porquê de não ter saído há mais tempo da relação. Why, é sobre a mulher reconhecer os problemas que existem numa relação, reconhecer que já deveria ter acabado há muito tempo e que a relação não deveria ter durado o tempo que durou. Até se pode ter medo de ficar sozinha, mas só se tem que aprender a viver com isso e sozinha, porque é a única maneira de se viver livremente. Agora, o terceiro single é o que melhor representa o Gótico Americana porque é um pouco macabra (risos). Dead Things (coisas mortas) é muito parecido com I´m Done, no sentido que é sobre o empoderamento das mulheres e principalmente o reconhecimento da autovalorização. Ou seja, a mulher reconhecer que merece mais do que está a receber e lutar por isso ou acabar. Dead Things tem, contudo, uma sonoridade mexida e até se pode dançar! (risos)

Revista Amar: Já tens uma data para lançar estes singles?
Ruby Anderson: Eu gostava que fossem lançados os três ainda este ano, mas não vai ser possível. A pandemia e o confinamento atrasaram tudo! O meu álbum está pronto e por causa da pandemia decidimos não o lançar, por questões promocionais. Todavia, agora com o desconfinamento já dá para cantar as canções ao vivo e com público e por isso vamos começar por lançar I´m Done em meados de setembro.

Revista Amar: E já tens algum concerto ao vivo agendado?
Ruby Anderson: Ainda não, porque primeiro é lançado nas diferentes plataformas das redes sociais e só depois é que vamos decidir isso, porque até lá tudo pode mudar em relação às restrições devido ao Covid-19… é que tudo pode mudar de repente, pois ainda estamos numa fase muito imprevisível. O que hoje é permitido e está aberto, amanhã pode não o ser assim. Por isso não me quero comprometer com nada, mas espero que brevemente possamos fazer um concerto ao vivo. (risos)
Revista Amar: E onde é que vamos poder ouvir e assistir ao vídeo?
Ruby Anderson: Podem ouvir no Spotify, SoundCloud e podem ver o vídeo no YouTube, etc.

Revista Amar: Gostava de te convidar a deixar uma mensagem aos nossos leitores.
Ruby Anderson: Algumas das coisas que falámos nesta entrevista, como a autovalorização e autoaceitação, mas principalmente a aceitação da nossa individualidade e o criticismo dos outros não são razões para parares. Se cantar ou tiver outra paixão; não deixes que alguém te diga “não acho que vás conseguir” e te derrube. Sê resiliente! Procura as tuas oportunidades, tenta sempre alcançar as estrelas e sonha sempre. Devemos avaliar as críticas, mas não deixar que elas te consomem. Respeita-te e aceita-te! E aceita as tuas qualidades, porque é o que te torna uma pessoa única e sê sempre verdadeiro contigo próprio… porque é isto que faço todos os dias comigo própria, com a minha música e na minha vida! Eu só quero ser eu mesma!

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