Vai mesmo acontecer. A Portugal Space será instalada na ilha de Santa Maria, Açores e promete promover
atividades e negócios no setor espacial.
O projeto deverá arrancar em março deste ano e a ilha de Santa Maria, no arquipélago dos Açores, foi o local escolhido para a construção da base e porto espacial, onde vão ser promovidas novas atividades e negócios no setor espacial, através da observação da Terra com microssatélites.
A Portugal Space vai facilitar uma maior participação de Portugal os programas europeus, tanto da Agência Espacial Europeia, como da União Europeia. Esta aposta no setor espacial vai permitir criar emprego qualificado em Portugal, formar novas empresas e dinamizar novas indústrias relacionadas.
O fabrico e o lançamento de pequenos foguetões e satélites são algumas das ambições do programa, mas há outros setores que podem beneficiar indiretamente do programa espacial português. A informação recolhida pelos microssatélites vai poder ser aplicada na agricultura de precisão, na segurança marítima e no cadastro das cidades.
Este projeto, que conta com a parceria da agêncial espacial chinesa, permitirá a criação de 1.000 novos empregos no setor até 2030, com o investimento das empresas a rondar os 400 milhões de euros. Um aumento significativo para os três dígitos quando atualmente as empresas portuguesas ligadas ao setor espacial faturam cerca de 40 milhões anuais, pela participação nos programas promovidos pela ESA.
Outra meta estabelecida é a captação de 320 milhões de euros do novo programa europeu para o espaço, uma fatia do orçamento geral de 16 mil milhões de euros disponibilizados para o período entre 2021 a 2027.
Para estimular o arranque das operações e ajudar os custos, o Estado irá investir, através da FCT, até um milhão de euros, que incluem a contratação de 10 técnicos especializados. A Portugal Space vai ser dirigida por um perito internacional, ainda por ser escolhido através de concurso. Já os primeiros lançamentos estão previstos para a primavera ou verão de 2021, depois do contrato de instalação e funcionamento da base ter sido assinado (em junho de 2019) pelos consórcios vencedores.
De lembrar que as propostas que deram entrada são maioritariamente da União Europeia, sendo quatro de Espanha, três da Alemanha, uma da Itália, uma de um consórcio França/Holanda e a Valispace, uma empresa alemã, com escritório em Lisboa. Entre os candidatos fora da CE destacam-se a Roscomos (Agência Espacial Russa), a Virgin Orbit (sucursal norte-americana da Virgin de Richard Branson) e a ArianeGroup (acionista maioritário da Airbus).
Portugal à conquista da última fronteira…
Paulo Mendes
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