Tesouro Real
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Tesouro Real

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A última residência dos reis portugueses foi o Palácio Nacional da Ajuda em Lisboa, um edifício de estilo neoclássico. Foi conhecido inicialmente por “Real Barraca” por ter sido construído após o terramoto de 1755, que destruiu o Paço da Ribeira. Com muitas alterações ao longo dos anos, no reinado de Dom Luís e a Rainha Maria Pia (1838-1889), o palácio começou a funcionar como Paço Real.

Com a implantação da República em 1910, o palácio foi encerrado e todo o seu espólio cuidadosamente conservado. Abriria como museu somente cinquenta anos mais tarde. Depois de muitas modificações ao longo das décadas, com uma ala propositadamente construída para alojar uma caixa-forte excecional, o novo “Museu do Tesouro Real” foi inaugurado em 1 de junho de 2022.

Quem se debruça sobre a história do nosso país, fica a saber que a monarquia foi a forma de governo do século XII até ao século XX. Por essa razão, é natural que algumas relíquias desse passado de oitocentos anos sejam exibidas e não fiquem fechadas em cofres, a sete chaves, a que apenas alguns privilegiados têm tido acesso. Pelo que me diz respeito, tive interesse em visitar e conhecer as coleções expostas nesse palácio, que são parte integrante do espólio nacional.

 

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Passada a entrada sob segurança muito apertada, sobe-se até a um cofre-forte de 400 metros quadrados, com portas blindadas e vitrinas à prova de bala. São três pisos que se percorrem para admirar as onze coleções: Ouro e Diamantes do Brasil, Moedas e Medalhas da Coroa, Joias, Ordens Honoríficas, Insígnias Reais, Prata de Aparato de Coroa, Coleções Particulares, Ofertas Diplomáticas, Capela Real, Mesa Real e Viagens do Tesouro.

As lições de história do nosso país são-nos dadas à medida que vamos observando as coleções com textos explicativos sobre coroas, tiaras, relógios, moedas, trajes, pratas, ouros, pedras preciosas e objetos de luxo variados.

Na primeira coleção, por exemplo, conta-se a história da descoberta do ouro e diamantes no Brasil com peças de grande beleza e valor. A riqueza encontrada faz-nos recordar a importância desse achado no final do século XVII, e que iria permitir aos monarcas portugueses a feitura de obras públicas como o Palácio-Convento de Mafra e o Aqueduto das Águas Livres. Dom João V, o Magnânimo, apoiou relevantes obras nos domínios da ciência, da arte e da literatura graças à exploração das minas de ouro em Minas Gerais, no Brasil.

Na coleção Mesa Real, pode apreciar-se um serviço completo de 1766 em baixela de prata e ouro do famoso ourives francês François Germain, única no mundo. Graças à tecnologia digital, podemos observar, sentados à magnífica mesa, o movimento de damas e cavalheiros nobres durante um banquete real.

 

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Vale a pena destacar os objetos de culto religioso, assim como a mostra de insígnias e ordens honoríficas de alto valor. Neles, causam grande admiração, pelo luxo exibido, esmeraldas, rubis e diamantes.

O primor dos colares, pulseiras, anéis, brincos e outros objetos para enfeite pessoal de várias épocas foi, todavia, o que mais me encantou. Quadros com retratos de reis e rainhas mostram como eram usadas as joias ao longo dos séculos, emprestando à monarquia o esplendor desse passado histórico.

O Palácio-Museu da Ajuda já merecia ser visitado, antes deste ano, para se admirar a decoração das salas com mobiliário, tapeçarias, coleções de artes decorativas, pinturas e esculturas no estilo oitocentista. Ao ser enriquecido com o recente edifício, há motivação a dobrar para subir ao alto da colina da Ajuda e conhecer os novos tesouros ali expostos.

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