Joana Vasconcelos: Vida e Obra
Arte & Cultura

Joana Vasconcelos: Vida e Obra

Revista Amar - Portugal - Joana Vasconcelos Vida e Obra
Fotografia: Direitos Reservados

 

Joana Vasconcelos nasceu em Paris a 8 de novembro de 1971, filha de portugueses emigrantes e já com sangue artístico na família.

A mãe formou-se na Fundação Ricardo Espírito Santo e o pai, Luís Vasconcelos, é fotojornalista e diretor da Estação Imagem, uma associação cultural sem fins lucrativos que tem como elemento de estudo a imagem.
Joana Vasconcelos chegou a Portugal com quatro anos. Estudou Joalharia e Desenho no Centro de Arte e Comunicação Visual em Lisboa, onde vive e trabalha atualmente.

O ano de 1996 foi muito importante para a artista porque foi a sua estreia em Serralves, com uma peça – Mais Tempo, Menos História . Foi o artista plástico português, Pedro Cabrita Reis, a primeira pessoa a comprar uma obra da artista. Chamava-se As Flores do Meu Desejo e era constituída por espanadores lilases e ferro, que apenas conseguiu realizar graças aos 46 contos [cerca de 230 euros] que o seu pai lhe emprestou.

Joana Vasconcelos foi pioneira em vários momentos. Em 2000, evidenciou-se no espaço público com o prémio EDP e em 2001 criou a sua obra mais controversa – A Noiva. Esta é uma obra trabalhada com 14 mil tampões OB, aço inoxidável, fio de algodão e cabos de aço. Apesar de emblemática, chegou a ser proibida anos mais tarde, em 2012, numa exposição em Versalhes. Na altura, a artista admitiu não ter ficado surpreendida, uma vez que o tampão continua a ser tabu na sociedade. Joana Vasconcelos retirou inspiração do país onde cresceu e em 2005 criou com talheres de plástico translúcido, ferro pintado e corrente metálica o Coração Independente Vermelho. Mais tarde, juntou à coleção o Coração Independente Preto e o Coração Independente Dourado.

Ainda no mesmo ano, tornou-se a primeira mulher a expor na 51ª Bienal Internacional de Arte de Veneza. Em 2012, repetiu a proeza e tornou-se a primeira mulher e artista mais jovem de sempre a expor no Palácio de Versalhes em França. Na capital francesa, a exposição de Joana Vasconcelos bateu o recorde de visitantes dos últimos 50 anos, com 1,6 milhões de pessoas em apenas três meses. Por fim, em 2018, tornou-se a primeira portuguesa a expor em nome individual no museu espanhol Guggenheim. Sejam mais ou menos positivas, as críticas ao trabalho da artista portuguesa mostram que o que faz raramente provoca indiferença.

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Em 2010, chamou mesmo a atenção de François-Henri Pinault, dono da Gucci, que comprou a peça Contaminação. Em 2013, Vasconcelos viu as suas obras expostas no museu da Gucci, em Florença. As obras escolhidas foram Coração Independente Vermelho, Lavoisier e Psycho.

Em 2018, foi convidada no evento promovido pelo grupo hoteleiro madeirense PortoBay, “30 Portugueses, Um País”, onde relatou os dois momentos de maior preocupação na sua carreira. Um deles ocorreu em 2008, quando decorou a Torre de Belém com bóias náuticas, uma vez que encontrou oposição ao projeto por parte de guias turísticos. O segundo foi a transformação artística do antigo cacilheiro Trafaria Praia para representar Portugal na Bienal de Veneza, em 2013. A artista afirmou, na altura, “não ter dinheiro” para avançar com a obra, que só se concretizou após a contribuição voluntária dos portugueses.

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Fotografia: Direitos Reservados

 

A Fundação Joana Vasconcelos nasceu em 2012 e tem como objetivos a “preservação da obra da artista e a promoção e o desenvolvimento da educação artística e cultural.” A instituição atribui bolsas de estudo e participa em ações solidárias, além de acolher pessoas da Associação de Refugiados em Portugal e da Associação de Deficiências Mentais. Joana Vasconcelos ficou conhecida como “artista tampão” ao desafiar o conformismo da sociedade e o comum da arte. Apesar de ser alvo de fortes críticas, a artista não deixa que isso a impeça de continuar a criar e rejeita rótulos.

Paulo Perdiz

MDC Media Group

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