A vida é um Carnaval
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A vida é um Carnaval

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“Pra que chorar? Se a vida é um carnaval, e é mais belo viver cantando?”, já cantava Daniela Mercury. E é seguro dizer que todos podemos concordar que é verdade. Afinal, tristezas não pagam dívidas…Se bem que, de vez em quando, até dava um certo jeito!

Brincadeiras à parte, caminhamos a passos largos para aquela que é, para muitos, a altura mais feliz e divertida do ano, onde aproveitam para dar largas à imaginação e vestir a pele de um sem número de personagens – que podem ir desde celebridades até animais, alimentos… enfim, o céu é o limite no que toca aos disfarces de carnaval!

Bem, mas já que estamos próximos de celebrar, mais uma vez (e agora com mais liberdade) esta festividade, porque não darmos a volta ao mundo para encontrarmos alguns daqueles que são considerados os melhores carnavais do mundo? Há de tudo… e para todos os gostos!

 

 

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Mardi Gras

O Mardi Gras, ou Terça-feira gorda, é o dia que antecede a Quarta-feira de Cinzas e o início da Quaresma. A celebração teve a sua origem na Europa Medieval, viajando posteriormente até aos Estados Unidos da América – ainda que não existam certezas relativamente à data em que ocorreu o primeiro Mardi Gras nos Estados Unidos, a maioria dos historiadores aponta o dia 3 de março de 1699 – altura em que Bienville e Iberville, exploradores franceses, chegaram à área onde hoje é o Louisiana e partilharam esta tradição de carnaval francesa.

No entanto, hoje a festa é bem diferente da dessa altura – se antes podia ser vista como uma celebração dos menos privilegiados, hoje todos querem fazer parte da mesma!

Na realidade, a festa não dura apenas um dia… mas sim um mês inteiro! Entre música, desfiles, os tradicionais king cakes (bolos rei), missangas (aos montes), perucas, chapéus, disfarces, que vão do mais simples ao mais excêntrico e peculiar, álcool e comportamentos mais lascivos… vale (quase) tudo neste carnaval!

 

 

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Carnaval de Veneza

É o maior festival de Veneza e consta-se que se realizou pela primeira vez no século XII – na altura, a folia estendeu-se por mais de dois meses!

Reza a história que a celebração aconteceu depois da vitória da “Serenissima Republica”, a República de Veneza, sobre o Patriarca de Aquileia, Ulrico di Treven, em 1162. Diz-se ainda que o carnaval surgiu como forma da nobreza se disfarçar, sair e misturar com o povo.

O festival foi acontecendo ao longo dos anos até que em 1797, sob o domínio do rei da Áustria, foi totalmente proibido – proibição essa que se prolongou durante décadas.

Já no século XIX, a pouco e pouco, o carnaval voltou a ser celebrado – numa primeira fase em eventos privados, que funcionavam como uma montra para diversas criações artísticas. Só em 1980 é que o carnaval veneziano regressou com toda a força e de forma oficial, como um meio para impulsionar o turismo na região durante o inverno.

Bem diferente de “outros carnavais” ao redor do mundo, o carnaval veneziano é conhecido pelos trajes tradicionais e renascentistas, pelas máscaras de “papier mâché” (massa de papel e cola branca) ou de porcelana e pelo icónico desfile na Piazza de San Marco.

 

 

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Carnaval do Rio

Não só de praias de sonho e de paisagens estonteantes se faz a Cidade Maravilhosa: todos os anos, milhares de pessoas viajam de todos os cantos do mundo para assistir àquele que, para muitos, é O Carnaval.

O desfile das 12 escolas de samba que compõem o “Grupo Especial” no Sambódromo da Marquês de Sapucaí é transmitido para milhões de telespectadores espalhados pelo globo – e se já ficamos assoberbados com aquilo que vemos nos ecrãs das nossas televisões, imaginem ver este espetáculo ao vivo!

Para além deste grandioso desfile, existem ainda bailes de máscaras, festas móveis, bandas de rua e blocos – em 2023, mais de 400 blocos foram autorizados a desfilar durante o carnaval de rua.

Em termos históricos, foi em 1846 que José de Azeredo Nogueira Paredes fez o seu primeiro desfile, dando início à tradição do Zé Pereira no Brasil. Já em 1928 é formada a primeira escola de samba, a Deixa Falar, e em 1932 acontece o primeiro desfile oficial de escolas de samba no Rio de Janeiro.

 

 

 

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Carnaval de Colónia

Este é, provavelmente, um dos carnavais menos conhecidos desta lista – e vem contrariar a ideia que o povo alemão é reservado e pouco dado à folia. Aqui não falta cor, música, e muita animação!

Pela sua importância, esta celebração é conhecida como “a quinta estação”: para além do Carnaval das Mulheres, altura em que as habitantes da cidade vestem trajes festivos para ir trabalhar, existem também bailes de máscaras e festas à noite, mas o auge é mesmo a parada da Segunda de Rosas ou Segunda de Carnaval – uma marcha que percorre Südstadt (a parte Sul de Colónia). Carros alegóricos originais, feitos a partir de materiais inusitados, tais como caixas de chocolates e doces, e a partir dos quais são lançados bugigangas, rebuçados e chocolates ao público, são a principal atração desta divertida (e muito doce!) marcha.

Uma curiosidade: as festividades associadas a este carnaval têm início, sem exceção, no mesmo dia e hora todos os anos: às 11:11 horas do dia 11/11. Ainda que não exista uma explicação para tal, a tradição é respeitada e mantida pelos alemães.

 

 

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Carnaval de Binche

Não haverá melhor forma de definir este carnaval do que esta: foi considerado, em 2003, como “uma obra-prima da herança oral e imaterial da humanidade” pela UNESCO! Já dá para ter uma ideia da grandiosidade e singularidade desta festa popular, não é verdade?

Ainda que, durante o mesmo período, aconteçam outros carnavais na Bélgica, Binche acaba por se tornar no mais importante e ganhar maior destaque graças à sua longa tradição (é um dos eventos mais antigos do género na Europa), que incluiu os famosos Gilles (artistas disfarçados e cujos fatos são preparados durante meses e inspirados sobretudo em eventos atuais), eventos onde se atiram laranjas como sinal de boa sorte, entre outras práticas bastante peculiares.

A preparação para este carnaval é realizada durante um ano inteiro pelos residentes de Binche. Para além disso, é uma honra para os homens locais vestirem a pele de “Gilles”.

Agora resta encontrarmos disponibilidade (financeira e temporal) para conseguirmos viver na primeira pessoa todos estes carnavais! Afinal, e recorrendo mais uma vez à sabedoria popular, a vida são dois dias… e o Carnaval são três!

Inês Barbosa

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