Bebé a caminho. E agora?
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Bebé a caminho. E agora?

Ter um filho implica a adaptação dos espaços da casa e novos hábitos de arrumação. Duas bloggers revelam boas práticas para manter um lar ordenado para as crianças, sem pôr em causa a harmonia familiar.

Já se ouve o tiquetaque do relógio biológico e, com ele, a ideia de trazer novas vidas ao Mundo. Chegou finalmente a etapa que muitos ambicionavam atingir: filhos, palavra curta e inofensiva, detonadores de inúmeras mudanças. Incluir os rebentos na vida de uma pessoa implica decorar o quarto do bebé e, por sua vez, alterar a decoração e o ambiente caseiros.

Uma coisa é mais desejada do que certa: a harmonia não pode ser posta em causa, e importa permitir a livre circulação das crianças pela casa. E à medida que elas crescem, as necessidades também se alteram. Se os filhos não viverem a adolescência trancados no quarto, há razões para celebrar.

“Enquanto são bebés precisam de um quarto, onde se possa guardar as suas roupas, mudar a fralda, dar de mamar e, uns tempos depois, começar a dormir umas sestas”, elenca Filipa Cortez Faria, blogger e mãe de três. “Mas, até que o bebé passe a dormir no seu quarto, há geralmente um período em que ficam no quarto dos pais.” Por essa razão, adquirir um berço ou alcofa, e ter por perto uma muda de fraldas extra, “para evitar as idas ao quarto do bebé durante a noite”, são essenciais nas primeiras semanas.

A criadora do blogue Filipa Cortez Lifestyle and Nutrition sublinha que as necessidades dos bebés sofrem alterações, paralelamente ao seu crescimento, “desde logo pelo facto de começarem a brincar e precisarem de espaço para os brinquedos”. É também nesta altura que os objetos lúdicos começam a surgir em diferentes espaços da casa, que não o quarto deles.

Os pequenos crescem mais um pouco, chegam os dias de escola, e surge a necessidade de obter uma cama maior, bem como uma secretária para os trabalhos de casa. A seguir, o verdadeiro aperto dos pais: a adolescência, “o que invariavelmente leva a que os filhos peçam um quarto mais à crescido”.

Pensar na distribuição do espaço para as crianças em casa implica algum planeamento e tomada de decisões, nomeadamente estabelecer se dormem, ou não, no mesmo quarto, se precisam de um local para dormir e outro para brincar, ou se devem ter uma zona deles na sala de estar ou na cozinha, “para que possam brincar e estar com os familiares, enquanto estes preparam o jantar ou fazem serão”.

“Já experimentei a dinâmica de os ter juntos e separados nos quartos e ambas as versões têm as suas vantagens”, revela Filipa. “Quanto a ter zona de brincar nas áreas comuns, sou da opinião que, havendo espaço, é sem dúvida a melhor opção.” Seja uma mesa com cadeiras para fazerem desenhos, uma pequena estante com livros, jogos, plasticinas e puzzles, ou uma minicozinha de brincar na cozinha dos pais, “são oportunidades para estarmos mais tempo juntos e com mais qualidade”.

A cama, a secretária, o roupeiro

Faz sentido separar o quarto dos miúdos em três zonas principais: dormir, brincar ou estudar, e arrumação. A blogger Filipa Cortez sugere alguns objetos essenciais para a decoração do espaço. Além da cama, mesa de cabeceira e um pequeno candeeiro, é imprescindível ter um tapete onde as crianças possam estar sentadas enquanto brincam, completando a zona de lazer com gavetas ou cestos para guardar os brinquedos.

Havendo espaço, uma mesa ou secretária para desenhar e, mais tarde, estudar, também é importante. Para Filipa, é essencial colocar na zona de arrumação uma cómoda, um roupeiro, ou um closet, onde se consiga ter tudo organizado: roupa, calçado e acessórios. “Naturalmente que, se houver possibilidade, consegue-se ainda colocar um sofá ou uma espreguiçadeira, para aqueles momentos de conversa entre irmãos ou pais e filhos”, remata.

Depois da preparação, a manutenção

A mobília está comprada e o espaço para as crianças devidamente preparado. Segue-se o verdadeiro desafio: manutenção. As caixas espalhadas com os brinquedos novos, os pequenos a brincar e a desarrumar constantemente. Mesmo assim, o caos nunca pode tornar a missão impossível.

Catarina Beato é mãe de Maria Luiza e gere o blogue Dias de uma Princesa, onde ressalva que “um bocadinho de desarrumação só traz coisas boas”, mas existe solução. “Há umas quantas práticas que ajudam muito a manter a casa arrumada e que me sossegam os nervos”, conta Catarina. Em primeiro lugar, “as crianças devem escolher a caixa com que querem brincar, em vez de meterem todos os brinquedos de fora”, e é importante “ficar de olho com os que já não brincam, porque, se estiverem apenas a ocupar espaço, mais vale doá-los”.

Ao contrário de outros pais, Catarina defende que o ideal é concentrar “a brincadeira e a desarrumação” numa zona específica, para deixar as restantes divisões da casa livres. “Longe dos olhos, longe do coração”, brinca.

Distribuir o espaço das crianças é essencial, mas para manter a ordem importa transmitir aos mais novos as noções básicas de arrumação e convivência familiar. Um ensino que “pode ser, por si só, uma brincadeira”, explica a blogger. “Com música, dança, há que voltar a colocar os brinquedos no sítio, mas sempre com os miúdos, e criar o hábito todos os dias, de preferência antes de dormir.” Estas rotinas transmitem aos mais novos uma ideia de responsabilidade e maturidade. E “todas as crianças gostam de se sentir crescidas”.

Sofia Marvão

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