AMOR VINCIT OMNIA! - por Dr.ª Patricia Salin
Psicologia

AMOR VINCIT OMNIA! – por Dr.ª Patricia Salin

4Para comemorar um ano da nossa prezada Revista Amar, nada como falar do mais poderoso e ilustre sentimento que nos pertence, o AMOR! Ora salve, salve tão nobre e distinto afeto que manipula nossos corações! Não poderia deixar de evidenciar nesse primeiro ano de revista, toda competência, a visão alargada e o esforço de quem a criou, que lhe dá corpo e gere incansavelmente diante de todos possíveis obstáculos e de todo trabalho que suporta, mas com tanto empenho que consegue transmitir essa gana de conquista diária aos seus colaboradores. Parabéns! Também referir com muita importância e decoro quem dá-lhe conteúdo, tão honrado e dedicado; é muita emoção envolvida! Só posso agradecer a participação e dizer que acredito no que fundamenta e que move a todos quando se dedicam num trabalho como esse, o amor! Sim, tudo realizado com muito amor, cada um na sua área, propagando ideias e ideais, divulgando informações de forma tão atempada, indo muito mais além do que um simples meio de comunicação, um meio de encontros, de artigos feitos com tanta dedicação para promover o conhecimento ou o simples prazer da leitura, de união de toda uma comunidade que mora fora de sua pátria amada e dessa forma pode ver, rever e participar de tudo que está disponível para ela! Fica aqui então registado o meu apreço por tudo isso, que só vem a demonstrar que o amor pode tudo, vence tudo (em latim, “Amor Vincit Omnia”)!
O amor é um sentimento distinguido de todos os outros por uma especial razão, ele de facto é um dos únicos que nos invade sem aparente motivo, e que realmente manípula nossos pensamentos e corações, que é verdade que sabemos sentir, mas agora explicar o que é, lá se vão algumas horas de muita filosofia a bordo e muita conversa! Muitos conceitos, teorias, poemas, livros já foram dedicados a esse sentimento tão complexo, sobre o qual toda gente tem alguma definição, mas certeza que nenhuma foi suficientemente abrangedora para contornar todas nuances que envolvem esse assunto! Sei dizer, e aí já posso garantir que viver sem amor é como não viver, todos precisamos amar, um grande amor aquele que será o seu par, nem que seja um pequeno animal de estimação, as plantas do seu jardim, um amigo, um familiar, algo ou alguém que dessa forma tão grandiosa e generosa, consigamos criar vínculos emocionais e experimentar toda a magia que esse sentimento exprime! Poderia eu trazer para cá algumas teorias que tentam definir o amor, mas deixarei isso de lado, pois não me importam realmente as teorias e sim a prática! Então chegamos à questão que transcende gerações de investigadores: já sabemos que é preciso ter um alvo, um destinatário dos nossos olhares e dos nossos pensamentos para amar, aquele que nos motiva e embala a vida, que nos aproxima dos sonhos, que nos faz querer bem, proteger, zelar. Esse alvo é de todo sincero, é de uma verdade tão profunda que nos rasga a alma, que nos incomoda e nos faz sofrer caso não seja correspondido, invadido, magoado, que dói seja de que forma for… Ninguém compreende a dor alheia até passar por uma semelhante. Então como pode o amor trazer tanta dor? A dor do amor, como diria o grande poeta Camões:

“Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer” …

Essa dor que traz felicidade, essa contrariedade, essa inconstância, ah que delícia é o amor! E tudo de bom que ele pode proporcionar. Intenso e arrasador, nos conduz por uma via de mão única que nem sempre corre bem, mas que quando corre para o lado certo que fantástico poder o viver. Nos motiva a ser melhor, a querer bem o que se tem, e buscar o que se pretende… também nos atormenta quando mal governado e pode nos despertar sentimentos negativos. Quando platónico, leva a imaginar, a planear mil e uma chances de o fazer acontecer, e até aí é bom. É estar vivo com carga máxima, é respirar com sentido, é não ter sentido no que se faz. É sonhar acordado, é cuidar e respeitar. Entorpecer quando se está perto, corar quando retribuído. Uma canção que embala, um cheiro que faz lembrar. O ar que nos falta, o sorriso que insiste, o brilho nos olhos. Até o mar se torna tão pequeno diante da imensidão desse sentimento. Amar é estar próximo mesmo quando ausente. É ser generoso, despreocupado e ao mesmo tempo atento e cauteloso. É viver a intensidade do momento. É prever, esquecer… sobretudo perdoar! Verdade, perdoar é o lado mais digno do amor! Utilizando as palavras de Camões novamente, “é não querer mais que bem querer”, é estar satisfeito, pleno e vazio. Um vazio que só se preenche quando o recebemos de volta. Pode nunca se completar, pode nunca acontecer, mas sempre estará lá, como uma brasa pronta a arder…
Ah o amor, que tudo pode, que tudo vence. Cura feridas, transforma, revitaliza. Ultrapassa barreiras da distância e do tempo, do preconceito, das injustiças. O amor perdoa, só ele tem esse poder. Ele regenera e reconstrói. Habilita e valoriza o invisível aos olhos. É como cair num abismo e mesmo assim, levitar. Por vezes incondicional, tal qual o amor de mãe. Por horas cruel quando ferido e acuado, tal qual o amor traído. Mas sempre será amor justificado. Passional…
Tão empolgada fico em falar sobre o que não sei e nem tenho certeza, mas de algo que verdadeiramente sinto e com tanta força que me legitima a discorrer sobre o tema com tal a vontade que me sinto qualificada em o fazer! É sentimento que enlouquece, que envaidece. Que nos torna capacitados com uma resistência vigorosa contra as intemperes da vida. Só posso afirmar que amar é como respirar, às vezes só respiramos por estar aptos para isso naturalmente, outras porque se não respirarmos nosso fim chega rapidamente, às vezes nos cortam a respiração e temos que procurar nem que seja de forma artificial auxílio para voltar a ter ar, mas que de facto sem respirar não podemos viver, assim o é como amar. É natural a todos, até pode nos faltar, mas procuraremos sempre por um amor e se caso desistimos, acabaremos por findar num eu solitário e incompleto, como um suspiro que ecoa num silencio ensurdecedor… ahhh assim é o amor, é vida que plenifica, e que bom estar vivo porque só isso basta para ser feliz e praticar o mais belo ato de amor: amar a si próprio! É tudo quando se tem, e é tudo o que pode estar a falhar. Quem o tem, que o mantenha. Quem não tem, que não se canse de procurar. Que se comprometa com a esperança de o encontrar, pois há de chegar a hora de o ter cá dentro, batendo forte no coração. Seja ele algo temporário ou tão leal que resistirá à eternidade!
Portanto é isso que desejo hoje para comemorar a vida e as vitórias: um amor para recomeçar todos os dias como se fossem únicos!

 

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