Intervenção na vida profissional
Na história, com a devida análise, é possível encontrar pessoas que fizeram enorme diferença no seu meio, considerando-se os impactos que resultaram do seu conhecimento. Não fosse por elas, muito provavelmente nos encontraríamos em níveis de menor avanço. Não obstante, cada intervenção foi fruto do esforço e da coragem de correr riscos e ultrapassar os limites normalmente autoimpostos pelo ser humano.
É adequado perguntar o que seria da medicina, por exemplo, sem as inovadoras pesquisas acerca das doenças que sempre espreitam a saúde – a estatística médica comparada entre passado e presente é capaz de comprovar amplamente a evolução decorrente. Como estaríamos hoje se a penicilina não fosse descoberta por Alexander Fleming? Há outras exemplificações interessantes, tal como na área industrial, cuja revolução se deu no século dezoito, impulsionando a produção e modificando a vida pessoal e profissional, alterando radicalmente a face do planeta. Posteriormente, carros produzidos em ritmo acelerado a partir da concepção de Henry Ford, e, na administração, sob a perspectiva científica de Frederick Taylor. Na economia, através do liberalismo de Adam Smith, da intervenção governamental de John Keynes, da ideologia de popularização do livre mercado de Milton Friedman. Dentre outros. Todos influenciaram, demonstrando a importância de se intervir.
Cumpre, pois, ponderar a respeito da capacidade de intervenção, com a finalidade de compreender a sua importância não apenas nas grandes dimensões, mas, também, nos menores graus do gráfico progressivo. Ou seja, há aqueles que intervêm de modo amplo, cujos resultados impactam na vida de significativo número de pessoas. Todavia, pode surgir um novo personagem interventor, de menor, mas relevante impressão aos demais: você! Quem sabe? É uma decisão íntima e poderá causar uma interessante transformação.
Há anos, várias companhias tentam contratar ou desenvolver profissionais com boa capacidade de autonomia e intervenção, reduzindo seus custos e aumentando a produtividade ao mirar na competitividade que permite sobrevivência e crescimento no mercado cada vez mais exigente e impiedoso com o primitivismo comercial e económico adotado por alguns profissionais displicentes. Logo, a intervenção ganha estatura na dinâmica da gestão que se atualiza constantemente, gerando sustentabilidade e ajuste às mudanças mercadológicas e ao movimento expansionista.
Não é simples desenvolver a cultura da intervenção, porém, o programa educacional corporativo deve ter como meta tal propósito, além de difundir, através das lideranças, a formação prática cotidiana, com o uso das oportunidades, da cobrança e da avaliação sistemática.
Os profissionais farão muita diferença doravante, se procurarem mais conhecimento e ampliarem a capacidade de intervenção, a qual deverá ser apreciada sobremaneira, além de recompensada, haja vista a organização se beneficiar favoravelmente com a questão. Mas, para dar tal passo, requer-se a intervenção inicial. Sem ela, infelizmente, novas estradas deixam de ser abertas, limitando o destino da jornada – o céu é o limite.
Armando Correa de Siqueira Neto
Psicólogo e Mestre em Liderança
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