Parceria biológica e emocional
Psicologia

Parceria biológica e emocional

A palavra “vírus”, que, desde há uns meses, infetou as nossas notícias, as nossas mentes, os nossos hospitais, as nossas cidades e a economia, vem do latim, e significa “veneno” ou “toxina”. Passando por várias “mutações” ao longo da história, acabando por adquirir o significado de “pequenos agentes infeciosos”.

De acordo com o desenvolvimento da ciência, sabemos hoje, que estes pequenos agentes infeciosos são capazes de infetar seres vivos de todos os domínios. Assim, está comprovado que os vírus representam a maior diversidade biológica do planeta, sendo mais diversos que bactérias, plantas, fungos e animais juntos.

Provavelmente, antes desta situação de atual mundial, não tinha consciência de que, enquanto nós estamos na nossa rotina, em simultâneo, existem profissionais notáveis que se dedicam á investigação virológica, no combate de novos vírus e ao constante desenvolvimento da prevenção de pandemias.

São especialistas que viajam pelo mundo, procurando estar um passo à frente de, quando e onde poderá aparecer uma nova variação, uma nova mutação, um novo vírus, salvaguardando o mundo destes agentes infeciosos.
Por outro lado, a preparação psicológica, é também uma área que se deve manter em auto desenvolvimento para combater o contágio dos vírus emocionais na adversidade.

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Créditos © Robert Collins

As emoções negativas

Bruce H. Lipton, uma autoridade internacional, reconhecido por fazer a ponte entre a ciência e espiritualidade e um representante proeminente da nova biologia, alerta-nos para o facto de o maior agente infecioso ser a propagação do medo.

Sabemos que a emoção é um mecanismo desenvolvido pelo sistema nervoso no sentido de se capacitar a gerar resposta imediata a estímulos do ambiente. Quase que poderíamos dizer que as emoções têm “vida própria”. Como assim? Em boa verdade, não controlamos as emoções, mas ao trabalhar os nossos recursos internos, conseguimos desenvolver um sistema imunitário emocional mais forte e alcançar uma melhor autorregulação.

Por exemplo, o medo, quando em excesso, torna-se numa emoção negativa, sem benefícios, gera stress e ansiedade. Ao vivermos em constante estado de alerta, ativamos uma parte do nosso sistema nervoso autónomo, o sistema nervoso simpático que inunda o corpo de “hormonas do stress”. O resultado consiste nas manifestações clássicas do medo. Aumento da vigilância, batimentos cardíacos acelarados, pressão arterial elevada, as palmas das mãos suadas e o aumento de energia. Em suma, preparam-nos para lidar com o problema.

O estado de alerta quando se torna permanente, pode constituir sérias consequências para sua saúde. A sobrecarga de stress mantém-nos presos a estados prejudiciais da mente e do corpo, debilitando o bom funcionamento do sistema imunológico.

As emoções positivas

Por outro lado, a autoconfiança, gera bem-estar, fortalece a autoestima e ativa uma outra parte do sistema nervoso autónomo, o parassimpático, que é um aliado do nosso sistema imunológico, pois gera resposta de relaxamento e desacelera o corpo.

Os nossos comportamentos revelam emoções. Somos seres emocionais e isso é bom, desde que as emoções negativas não se sobreponham às emoções positivas de forma confusa e desorganizada.

Kit antivírus emocional

Esta é uma ferramenta que o desafia a viver estas atitudes, encontrando comportamentos adequados ao seu contexto. Tem como utilidade primária uma melhor gestão das emoções, o fortalecimento da autoestima e a preservação do sistema imunológico.

  • Escolha pessoas positivas para a sua vida, que o contagiem positivamente.
  • Compare-se consigo. Comparar-se com o outro gera auto negação. Viva a cada dia a sua melhor versão.
  • Aprenda estratégias para identificar as suas emoções antes de agir.
  • Cuide de si, da sua imagem, postura física e energia.
  • Seja o seu maior concorrente. Desafie-se.
  • Foque-se no aqui e agora. Viva no presente.
  • Aprenda coisas novas. Expanda a sua mente e desenvolva neuro plasticidade.
  • Coloque-se em prioridade; faça por si e para si. Não dependa da validação dos outros para começar a agir.
  • Seja responsável pelos seus comportamentos e pela sua mudança.
  • Aceite as suas limitações.
  • Crie o hábito de praticar o auto elogio diário, e valorize-se.
  • Tome decisões.
  • Faça uma lista dos seus pontos fortes.
  • Faça uma lista das suas realizações.
  • Reconheça quando precisa de ajuda.
  • Use os seus recursos internos.
  • Aprenda estratégias para dizer não a nível interpessoal e intrapessoal.
  • Tenha uma rede de apoio (amigos/ família).
  • Defina objetivos.
  • Tome consciência do que gosta de fazer.
  • Faça mais do que gosta.

Ter em mente uma série de medidas que combatam o contágio emocional negativo, torna-se imperativo. Ao conseguirmos uma maior auto regulação, sentimo-nos melhor connosco e mais aptos para acolher e estar para os outros. A criação de um kit antivírus surge como uma ferramenta de prevenção, que nos suporta no nosso dia a dia para que, perante a dificuldade ou o desconhecido, estejamos mais fortalecidos e mais hábeis na resposta.

Isabel Rebelo

Psicóloga e Hipnoterapeuta

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