Carassauga apela aos 5 sentidos
Uma vez por ano Mississauga vibra com as cores, os aromas, os sabores, as sonoridades e sensações de mais de 30 países. O Festival Multicultural Carassauga oferece três dias de festa que apelam aos cinco sentidos. Este ano o certame decorreu de 25 a 27 de Maio, no Hershey’s Centre e outros pontos em redor.
De África ao Peru, da China ao Egito, passando pela Jamaica, Índia, Iraque, México e Havai, Egito – foram dezenas de nacionalidades a expôr a sua cultura, entre os seus trajes tradicionais, o seu folclore, a gastronomia, o artesanato e, sobretudo, a sua identidade.
Os organizadores trabalharam durante vários meses para que em três dias pudessemos viajar e dar a volta ao mundo, sem sair de Toronto. Quase literalmente, até porque o bilhete para o festival é um “passaporte” que vai sendo carimbado à medida que entramos no pavilhão de cada país.
A abertura, só por si, foi um espetáculo emocionante, com representantes de cada país e a bênção de figuras políticas como a primeira ministra de Ontário, a icónica ex-Mayor de Mississauga, Hazel McCallion e a atual mayor. “É uma celebração das nossas diferenças. É isto que nós somos, como ontarianos”, diz-nos Kathleen Wynne.
Pelo caminho fomos encontrando visitantes que nos falaram de como “as nossas culturas têm muitas semelhanças”. Vimos vietnamitas a conhecer a cultura portuguesa, mexicanos a descobrir a cultura chinesa, jamaicanos a passear pelo pavilhão da Índia e assim os povos iam-se maravilhando com as tradições, artefactos, gastronomia e arte uns dos outros. “Eu sinto que temos o Mundo todo aqui. Isto é muito bom para nós, esta conexão, a união das culturas com todos os seus aspetos”, conta-nos uma visitante à saída.
Durante a nossa reportagem descobrimos uma riqueza tão vasta que não caberia neste jornal: entre as bicicletas indianas, os serviços de loiça que não faltam em toda a casa muçulmana que se preze, os lindos e apetrechados trajes de cada país, as delícias à mesa… Soube bem perdemos-nos nesta imensidão de detalhes fascinantes.
E claro, damos destaque para o Centro Cultural Português de Mississauga (PCCM) que, durante estes dias, se transformou no pavilhão de Portugal. O presidente do clube, Tony de Sousa, um dos organizadores da participação de Portugal no Carassauga 2018, fomos encontrá-lo com um rosto ansioso, para que tudo corresse pelo melhor, mas feliz por estar a receber algo tão importante para a nossa comunidade: “até agora está tudo a correr bem, tem sido dias de muito trabalho, ainda na quinta-feira saímos daqui à uma da manhã. Estivemos a colocar aqueles chapéus na entrada… já voaram um bocadinho (risos). Tenho de agradecer a toda a gente que tem estado aqui a ajudar e estamos muito satisfeitos com o que está aqui feito”.
Pelo palco do PCCM passou muito folclore português. Dançaram os ranchos, os convidados e até a quase centenária Hazel McCallion. Além dos grupos locais, contámos com atuação do conjunto Baeta e Companhia, que animou os três dias de festival com música popular portuguesa.
Pelo recinto fez-se notar a forte presença do artesanato: os presépios de lapinha, as capas do Espírito Santo, bijuteria em cortiça, os cestos feitos em vime, as bonecas de pano e ainda as pinturas de Carla Antunes, que foram todas vendidas nos primeiros dias.
Mas houve também muitas maravilhas do país tropical. Fomos até ao pavilhão do Brasil, onde encontrámos as suas cores vivas, o seu samba, a água de coco, o açaí, as caipirinhas, o pão de queijo, e ainda todas as pinturas, o artesanato, a sua história, as vestes dos ancestrais, massagens e muitas performances.
Todas as palavras serão poucas para contar tudo o que de bom o Carassauga nos trouxe este ano. É com saudade que nos despedimos da edição de 21018.
Até para o ano, Carassauga!
Telma Pingelo
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