Joel Santos rumou à Austrália e sonha ser Mestre do Vinho
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Joel Santos rumou à Austrália e sonha ser Mestre do Vinho

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Joel Santos formou-se em Biotecnologia, mas foi o néctar das uvas que o conquistou. A muitos quilómetros de Portugal, investe em novas experiências profissionais e formações para ser cada vez melhor.

Ofascínio pelo néctar das uvas levou Joel Santos, natural de Fonte de Angeão, Vagos, a cruzar meio Planeta até à Austrália e a ambicionar tornar-se Mestre do Vinho. A entrada neste mundo, porém, foi “atípica”. Cursou Biotecnologia na Universidade de Aveiro e só mais tarde enveredou pelos vinhos. A formação inicial, no entanto, revelou-se uma mais-valia, ao dar-lhe conhecimentos científicos na área da biologia e da química importantes para o ajudar a perceber o que está por detrás dos rótulos. Desde então, abriu muitas garrafas e realizou provas para treinar o palato.

Aos 34 anos, Joel Santos já provou vinhos de quase todo o Mundo e continua a investir na área, procurando novas formas de se desafiar e ser melhor. Atualmente está a fazer o curso Wine & Spirit Education Trust – diploma em vinhos (nível 4), com a intenção de um dia entrar no programa Master of Wine (em português Mestre do Vinho). Algo “muito difícil. Começou nos anos de 1950 e ainda só umas 400 pessoas passaram o exame, não havendo nenhum português com essa graduação”, explica.

Quando era criança, Joel Santos lembra-se bem da “festa” que era a vindima com os avós, nas pequenas parcelas de vinha que a família aproveitava para fazer “vinho para a casa”. Mas nessa altura, e pese embora reconhecesse que era uma bebida “cultural” que está presente na mesa em alturas de “celebrações”, estava longe de imaginar que o seu futuro passaria por ali.

Foi só durante o mestrado, quando teve oportunidade de trabalhar diretamente na investigação ligada aos vinhos e com a realização da tese na área da fermentação de espumantes, que se afirmou o gosto e começou a traçar o percurso profissional. Como se faz, como se obtêm determinados resultados, como se atinge aquele sabor, eram questões que o intrigavam e para as quais buscou resposta.

Depois de passar por empresas em Vila Nova de Gaia e na Anadia, ouviu os relatos entusiastas de um colega que tinha estado na Austrália, país que é um grande produtor desta bebida a nível mundial e, em 2014, foi até lá fazer uma vindima. Acabou convidado a ficar a tempo inteiro e ainda hoje está na Tim Adams Wines, onde assume funções como enólogo e trata da parte técnica da adega. Trabalha na região de Clare Valley, aclamada pela casta branca Riesling, e os dias são passados a tentar tornar o vinho cada vez melhor.

Este trabalho não o impediu, no entanto, de ter uma experiência na região de Ningxia, na China. Joel Santos participou num concurso de enólogos que juntou profissionais de todo o Mundo, uma tentativa do país para obter conhecimento técnico e científico. A colaboração estendeu-se depois, de forma pontual, durante um par de anos.

No futuro, Joel Santos espera conseguir também “experiência profissional em Portugal”. Até lá, vai procurando garrafas lusas nas prateleiras australianas. Os vinhos portugueses têm muito “potencial”, mas ainda são raros naquele país.

Zulay Costa

NM

 

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