Comunidade portuguesa no Canadá quer bater o Guinness World Records de Maior Dança Folclórica Portuguesa
PCC of Mississauga

Comunidade portuguesa no Canadá quer bater o Guinness World Records de Maior Dança Folclórica Portuguesa

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A comunidade portuguesa no Canadá tem as tradições de danças folclóricas bem enraizadas e presentes. Foi esse o motivo que levou o Centro Cultural Português de Mississauga (PCCM) a organizar a tentativa oficializada pelo Guinness World Records de bater o recorde da Maior Dança Folclórica Portuguesa, no dia 5 de junho, pelas às 11:00 horas. Para esse dia o PCCM planeou, para quem queira passar pelo recinto do clube, uma variedade de atividades, com arte ao vivo, ou seja, artistas que vão estar a fazer pinturas, entretenimento, sorteios, networking e outras surpresas. A data deste evento coincide com o início do Mês do Património Português no Canadá.

O recorde atual está em 750 pessoas a dançar ao mesmo tempo o Vira, mas o objetivo é ultrapassar esse número, com cerca de 850 pessoas.

Para nos falar um pouco sobre esta iniciativa, convidámos Jorge Mouselo, presidente do PCCM e um dos oito diretores do comité para uma conversa, que amavelmente aceitou.

 

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Revista Amar: Jorge, conte-nos em que ponto estão os preparativos para a tentativa oficial do Guinness World Records?
Jorge Mouselo: Estão a correr bem, mas não posso dizer que estão fantásticos. Infelizmente, estamos um pouco atrasados, porque ainda não temos metade das inscrições que já contávamos ter. Contudo, compreendemos que estamos a sair de uma pandemia que atrasou muita coisa, quer na vida das pessoas como no associativismo. Tanto que ainda não há nenhum rancho folclórico a ensaiar, quanto mais prontos para dançar. O que também temos visto é que a maioria das pessoas ainda não se junta. Nós temos feito os nossos contactos com o intuito de promover este evento e a resposta que temos recebidos é “se tu vais, eu vou”, mas isto é só palavra, porque quando não estamos juntos, a conversa é outra porque acabamos por nos esquecermos com os afazeres do dia a dia. Agora, conforme as coisas vão abrindo mais está-se a notar uma diferença e o número de inscrições que estamos a receber é maior, incluindo grupos.

RV: Então, estamos no bom caminho?
JM: Há esperança que sim. A pandemia estragou muita coisa, mas espero que não estrague este sonho de bater o recorde. Como costumo dizer, quem tem fé vai longe.

RV: Tem havido uma certa confusão sobre este evento no seio da comunidade, que acha que esta tentativa é só para ranchos folclóricos, mas que de facto é para qualquer pessoa que queira participar, quer saiba dançar o Vira ou não.
JM: Exatamente, é para todos e não importa idade. Podem vir sozinhos ou com grupos. Quem não souber dançar e falo por mim, que sou um deles… já dancei há muitos anos, mas hoje em dia nem por isso (risos), pode ir ver os vídeos que estamos a prepara com os passos. E isto é para todos que queiram participar e não tem que ser luso-descendente, tanto que já temos inscrições de pessoas que não o são e torna-se bonito a união entre comunidades.

RV: E tem havido inscrições de fora da GTA?
JM: Tem. Sabemos que há três ranchos dos Estados Unidos que estão a tentar fazer um grupo, o Clube Português de Montreal também está a organizar um grupo e há outros. Portanto, todas estas pessoas – quer de ranchos, quer de associações – já começaram a falar sobre a tentativa de bater o recorde entre si, e isso nota-se de uma semana para outra, quando recebemos emails, inscrições e telefonemas. Claro que preferíamos que nesta altura já tivéssemos mais inscrições.

RV: Como tem sido o apoio do associativismo português da Grande Área de Toronto?
JM: Estamos um pouco tristes pela falta de apoio que temos tido. Tenho o dito publicamente muita vez, que a comunidade portuguesa quando está unida é muito forte. Infelizmente, por causa de pequenos atritos que há na nossa comunidade, mas que não deveriam de existir, há quem faça um aproveitamento disso e amplifique as coisas para algo maior do que realmente são. Sou da opinião, de que as pessoas devem ser superiores e que saibam separar as coisas. Este evento não é só para a comunidade portuguesa de Mississauga ou do Clube Cultural Português de Mississauga ou do Rancho do Clube de Mississauga… isto é para toda a comunidade portuguesa e para quem queira participar! Por acaso fomos nós que tivemos a ideia, mas poderiam ser outros. E, o facto de termos um espaço nosso e enorme lá fora, facilita.

RV: Este evento, depois de tudo que aconteceu por causa da pandemia, não deveria ser visto, pela comunidade, como uma motivação de união na comunidade portuguesa?
JM: Na minha opinião, sim. Ainda para mais que isto é um evento mundial.

RV: Qual é o objetivo de tentar bater o recorde existente em Portugal?
JM: É mostrar que os portugueses fora de Portugal também conseguem fazer coisas por Portugal.

RV: Os custos de um evento desta envergadura, são elevados e ter o espaço, já evita o aluguer…
JM: Sem dúvida! Só para o Guinness World Records são 20 mil dólares americanos e já tivemos que enviar uma parte deste montante, como depósito… seja realizado ou não, esse dinheiro já é deles. Nós também passámos pela pandemia e tivemos que pagar as despesas desta casa, como todas as associações e, portanto, estamos a fazer um esforço muito grande para que isto dê certo.

RV: Quantas pessoas fazem parte do comité e quem são?
JM: Somos oito diretores: a Angie Câmara, Ricardo Santos, Angie Câmara Sr., Danny Araújo, Valerie da Silva, Andrew Câmara, Nancy Vieira e eu.

RV: Como vão fazer face às despesas?
JM: Inicialmente estávamos só a pensar pagar tudo com o valor total das inscrições, 25 dólares por pessoa. Entretanto já temos alguns patrocinadores.

RV: E quem são?
JM: Hoje posso dizer que temos o Sr. Manuel DaCosta… eu nem tenho palavras suficientes para agradecer o apoio que ele está disposto a nos “dar”! Desde do palco ao som, tudo. O Sr. Manuel é uma pessoa que aprecia e valoriza este tipo de eventos e entende que isto é pela nossa cultura e para a comunidade portuguesa em geral. A LiUNA Local 183 e OPDC também gostaram muito e acharam uma ideia fantástica e também vão-nos patrocinar.

RV: Sendo assim, provavelmente, deve sobrar dinheiro depois de pagarem as despesas. Se esse for o caso, o que pretendem fazer com esse dinheiro?
JM: Seja qual for o montante que sobrar, nós vamos dividi-lo por três organizações comunitárias sem fins-lucrativos: Community Living Mississauga, Canadian Cancer Society e a Luso Canadian Charitable Society. Escolhemos estas organizações porque dão apoio a pessoas debilitadas ou que não têm, por qualquer razão médica, capacidades para dançar.

 

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