Na sombra dos arranha-céus
Vivendo o dia a dia na Baixa de Toronto, reparo frequentemente em aspetos que podem passar despercebidos ao transeunte apressado.
Nos últimos dez anos, a cidade transformou-se radicalmente devido ao aparecimento de edifícios de arquitetura arrojada, e tudo indica que assim continue. Provam-no os braços dos enormes guindastes a anunciar a elevação de novos arranha-céus. Na minha frente, vejo crescer, entre outros, o polémico complexo Pinnacle, no número 1 da Yonge Street, um conjunto de seis arranha-céus em que a Sky Tower se anuncia como a torre residencial mais alta do país, com 95 andares. Não posso deixar de lembrar os testemunhos que ouvi de luso-canadianos orgulhosos que, nos anos 1960, ajudaram a construir o imponente Toronto Dominion Centre, no “Financial District” – três edifícios com cerca de 50 andares – nas ruas King e Bay, que, em muito, viriam a influenciar o design futuro da área financeira da cidade.
No meio dos grandes edifícios dessa área da cidade, muitas vezes me surpreendo, agradavelmente, ao encontrar parques verdejantes, pracinhas, pátios e becos, entre as torres, onde um escultor, pintor ou outro artista faz um aproveitamento bem planificado para embelezar e humanizar essas construções.
Uma das peças de escultura mais impressionantes, que me faz parar extasiada, encontra-se no conjunto de edifícios intitulado Brookfield Place, nas ruas Bay e Wellinton, e ocupa todo um quarteirão. É a monumental obra do conhecido arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que, com aço e vidro, recriou uma rua campestre ladeada de áceres canadianos. De forma harmoniosa, integra as fachadas de alguns edifícios históricos de interesse público e a galeria de arte Allen Lambert que oferece exposições de qualidade ao alcance do público que por ali circula livremente.
Passear nas ruas do “Financial District” de olhos atentos e com tempo para entrar nos corredores subterrâneos – que nos rigorosos invernos nos acolhem com boutiques, restaurantes, serviços variados -, pode oferecer-nos, igualmente, experiências estéticas que nos alimentam o espírito. Num dos corredores, no número 1 da York Street, podemos admirar uma obra do misterioso e controverso grafiteiro Banksy que, ao passar por Toronto, aqui deixou a sua marca distinta, preservada graças a alguém com visão e conhecimento de arte.
As pinturas, esculturas e instalações quebram a frieza dos arranha-céus que se erguem esmagadores, minimizando a presença dos poucos vestígios históricos da antiga Toronto. É essa arte urbana que legamos ao futuro cidadão.
Esta arte urbana existe graças ao programa municipal “Percent for Public” que impõe às companhias construtoras a cedência de espaços para projetos artísticos, assim como o financiamento de obras que venham a beneficiar todos os que se passeiam ou circulem por eles, depois de aprovados pela Toronto’s Public Art Comission.
No coração da cidade, onde estão localizados as mais importantes instituições financeiras e centros comerciais, podemos encontrar, no Commerce Court, a escultura “Tembo” de Derrick Stephan Hudson – uma mãe elefante gigantesca de bronze e os seus dois filhotes. No Toronto Dominion Center, a “Pastagem” do escultor Joe Fasard com vacas preguiçosas deitadas no relvado e, muito próxima, a instalação “Dreaming” de Jaume Plensa, na Richmond street.
Vivendo o dia a dia na Baixa de Toronto, reparo frequentemente em aspetos que podem passar despercebidos ao transeunte apressado.
Nos últimos dez anos, a cidade transformou-se radicalmente devido ao aparecimento de edifícios de arquitetura arrojada, e tudo indica que assim continue. Provam-no os braços dos enormes guindastes a anunciar a elevação de novos arranha-céus. Na minha frente, vejo crescer, entre outros, o polémico complexo Pinnacle, no número 1 da Yonge Street, um conjunto de seis arranha-céus em que a Sky Tower se anuncia como a torre residencial mais alta do país, com 95 andares. Não posso deixar de lembrar os testemunhos que ouvi de luso-canadianos orgulhosos que, nos anos 1960, ajudaram a construir o imponente Toronto Dominion Centre, no “Financial District” – três edifícios com cerca de 50 andares – nas ruas King e Bay, que, em muito, viriam a influenciar o design futuro da área financeira da cidade.
No meio dos grandes edifícios dessa área da cidade, muitas vezes me surpreendo, agradavelmente, ao encontrar parques verdejantes, pracinhas, pátios e becos, entre as torres, onde um escultor, pintor ou outro artista faz um aproveitamento bem planificado para embelezar e humanizar essas construções.
Uma das peças de escultura mais impressionantes, que me faz parar extasiada, encontra-se no conjunto de edifícios intitulado Brookfield Place, nas ruas Bay e Wellinton, e ocupa todo um quarteirão. É a monumental obra do conhecido arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que, com aço e vidro, recriou uma rua campestre ladeada de áceres canadianos. De forma harmoniosa, integra as fachadas de alguns edifícios históricos de interesse público e a galeria de arte Allen Lambert que oferece exposições de qualidade ao alcance do público que por ali circula livremente.
Passear nas ruas do “Financial District” de olhos atentos e com tempo para entrar nos corredores subterrâneos – que nos rigorosos invernos nos acolhem com boutiques, restaurantes, serviços variados -, pode oferecer-nos, igualmente, experiências estéticas que nos alimentam o espírito. Num dos corredores, no número 1 da York Street, podemos admirar uma obra do misterioso e controverso grafiteiro Banksy que, ao passar por Toronto, aqui deixou a sua marca distinta, preservada graças a alguém com visão e conhecimento de arte.
As pinturas, esculturas e instalações quebram a frieza dos arranha-céus que se erguem esmagadores, minimizando a presença dos poucos vestígios históricos da antiga Toronto. É essa arte urbana que legamos ao futuro cidadão.
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