Na história da humanidade, não são todos seres humanos
Cidadania

Na história da humanidade, não são todos seres humanos

seres humanos - revista amar

 

Crescesse a aprender que se é diferente da maioria, que se tem acesso a menos oportunidades e que se deve pensar pequeno. Crescesse com poucos exemplos de sucesso, muitos porque o crescimento foi acompanhado pela falta de amor-próprio e pelas limitações que os outros impunham, e muitos outros porque mesmo indo à luta lhes cortavam as pernas. Crescesse a aprender a baixar a cabeça e a ouvir não. Crescesse a aprender que perante situações, não importam os factos, importa a cor. Crescesse a aprender que nem todas as dores vão ser saradas e que nem todas as vozes conseguem ser ouvidas. Crescesse a entender que na história da humanidade, há várias raças de seres humanos: os que diminuem os outros para benefício próprio; os que não concordam, mas se acobardam; os que lutam e não se escondem; e os explorados.

Fica incutido na sociedade que o negro se associa ao mal e à criminalidade. Que cabelos bonitos são os lisos. Que a cor da pele é prova de valor. E surgem expressões como “E eu sou preto?”, vindo de um tempo em que se considerava que ser negro, era ser menos. Felizmente, há quem lute contra o racismo imposto, ainda há quem se levante no meio da multidão para se fazer ouvir. Tal como Rosa Parks que em 1955 se negou a ceder o seu assento a um branco. No Alabama, por lei, as primeiras filas eram destinadas a passageiros brancos. O seu protesto silencioso alastrou-se rapidamente e conduziu a vários protestos contra a discriminação racial. Desde os dias de servidão, à separação racial e à abolição da escravatura, já se percorreu um grande caminho, mesmo que ainda não se tenha chegado ao destino final – uma sociedade justa. O racismo mata. Mata aqueles que sofrem com ele. E mata a moralidade da coletividade. Neste mês de reflexão e celebração dos contributos de personalidades negras é importante destacar aqueles que tiveram a bravura de mudar mentalidades no Canadá.

 

 

Mary Ann Shadd Cary - REVISTA AMAR
Mary Ann Shadd Cary

Mary Ann Shadd Cary (1823 – 1893) foi uma ativista, educadora, editora e jornalista. Foi a primeira mulher negra a publicar um jornal no Norte da América – The Provincial Freeman. Enquanto educadora, estabeleceu uma escola racialmente integrada para crianças negras em Windsor. E como ativista, focou-se nos direitos dos negros e das mulheres.

 

 

revista amar - Lucie e Thorton Blackburn
Lucie e Thorton Blackburn

Lucie e Thorton Blackburn (1812-1890) depois de escaparem da escravidão em Kentucky, foram caçados e recapturados, mas conseguiram escapar mais uma vez, desta vez para o Canadá. A recusa do tribunal de proceder à extradição, levou o Canadá a ter uma reputação de refúgio seguro para negros ex-escravizados.

 

 

Mifflin Wistar Gibbs - revista amar
Mifflin Wistar Gibbs

Mifflin Wistar Gibbs (1823-1915) era um empresário, político e líder comunitário que se mudou de São Francisco para British Columbia devido às injustiças raciais. Já em BC, foi eleito para o Conselho da cidade e utilizou ao seu poder discursivo para encorajar a integração racial.

 

 

Lincoln Alexander - revista amar

Lincoln Alexander (1922-2012) era veterano da Força Aérea, advogado e político. Foi o primeiro membro negro do Parlamento e o primeiro-ministro federal negro. Em 1985, foi nomeado vice-governador do Canadá, tornando-se a primeira minoria visível a ocupar esse cargo.

 

 

Violet King - revista amar
Violet King

Violet King (1929-1982) tornou-se a primeira mulher negra a ser advogada no Canadá. A falta de advogados que se parecessem consigo, não a impediu de realizar o seu sonho.

 

 

Michaëlle Jean - revista amar
Michaëlle Jean

Michaëlle Jean (1957-) é uma jornalista e cineasta com descendência haitiana que se tornou na primeira Governadora Geral negra no Canadá. Como representante da Rainha no país, defendeu as comunidades marginalizadas. Quando terminou o seu mandato, o Haiti experienciou um terramoto devastador e Jean serviu como enviada especial da UNESCO para apoiar os esforços de recuperação do país.

 

 

Jean Augustine - revista amar
Jean Augustine

Jean Augustine (1937-) quando se tornou Secretária de Estado para o multiculturalismo, tornou-se a primeira mulher negra a ser nomeada para o Gabinete Federal no Canadá. Defendeu ainda o reconhecimento federal do mês de fevereiro como o Mês da História Negra.

 

São vários os nomes que passam despercebidos, mas que foram pioneiros, que são fonte de inspiração e que ajudaram a construir uma sociedade melhor. E fevereiro é mês de os lembrar.

Inês Carpinteiro

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