Pedro Marques
O fotógrafo perfecionista que quer conquistar a comunidade
Nasceu em Toronto, mas aos 10 anos, a sua vida tomava um novo rumo. A família reformou-se e decidiu voltar para Portugal.
Para trás ficava a cidade de Toronto que amava, mas que não esqueceria jamais. Agora, havia que abraçar uma nova vida no Barreiro, a poucos quilómetros de distância de Lisboa, e enfrentar vários desafios. O primeiro deles, a barreira linguística, ele que praticamente não falava português. Esteve lá 10 anos, onde fez escola.
“Acabei por ser um bom aluno. As professoras diziam que deveria ficar e ir para a Universidade que iria dar-me bem na área da publicidade”, conta Pedro Marques. Mas a opção de estudos iria recair nas áreas de jornalismo, comunicação e difusão.
Por algum tempo, ainda chegou a pensar que poderia dar-se bem em Portugal, em particular em Lisboa, cidade que adora. Sentimento que rapidamente se viu confrontado com a constatação pessoal que havia uma crónica falta de oportunidades em Portugal. Isso, aliado à vontade férrea de regressar a Toronto, leva-o a comprar um bilhete de volta para a maior cidade do Canadá.
“A minha avó não acreditava”, confidencia. Mas o passo estava dado. Ia fazer 21 anos.
No regresso a Toronto, deu início a um website chamado TorontoPT, com um conceito de rede social – na altura não havia Facebook – para portugueses a viver nesta cidade.
“Era uma forma de eu começar a conhecer pessoas, pois não conhecia quase ninguém”, admite. Contudo, a falta de rentabilidade e o muito trabalho leva-o a desistir deste projeto, ao fim de poucos anos.
Ainda assim, a (re)integração na comunidade corre bem, chegando a conhecer e a trabalhar com muitos portugueses. Inclusive, ainda preserva hoje algumas dessas amizades da altura.
“A fotografia não é trabalho,
é uma paixão”
Sempre gostou de tirar fotografias, ainda que não tenha estudado para ser fotógrafo. Era uma coisa que fazia como passatempo, usando a câmara fotográfica do pai.
O gosto por viajar e a possibilidade de fotografar os locais leva-o, em 2005, a fazer a sua primeira grande viagem por algumas cidades do Canadá. Seguem-se as viagens pelos Estados Unidos da América e Europa.
Mas voltando um pouco atrás na sua história, Pedro Marques conta que após voltar para Toronto, foi trabalhar para a Calvin Klein, aventurando-se na venda de perfumes. Ao fim de algum tempo, começa a fazer marketing para eles. Mas isso não o satisfazia. Decide então ir para a escola para tirar o curso de Designer Gráfico, na George Brown, revelando-se um bom aluno, com notas excelentes.
O convite de um professor talha um novo caminho na sua vida. Inicialmente, a trabalhar como Designer Gráfico, mas depois abrindo as portas para a chamada fotografia de entretenimento, ao fotografar a vida noturna de Toronto, em discotecas, pubs e bares, apanhando as expressões das pessoas a divertirem-se.
Aprende as técnicas de fotografia e compra uma boa câmara fotográfica e um conjunto de lentes de maior alcance que não se usavam em discotecas. “Nessa altura, havia um ou dois fotógrafos que faziam trabalhos em discotecas, mas com câmaras mais pequenas e lentes de menor capacidade”, diz.
O sucesso e a qualidade do trabalho, faz com que receba convites de várias discotecas da cidade, como forma de divulgar o negócio da noite. “Fiz isto durante 10 anos.”
Durante este tempo, conhece muita gente famosa. Pelo meio, vai fotografando alguns casamentos.
O cansaço da vida da noite (apesar de ganhar bem) e a vontade de abraçar um novo desafio, fá-lo entrar no mundo dos eventos para empresas e festivais de cinema. Faz também trabalho de estúdio (em casa), para o setor imobiliário.
Em outubro de 2015, começa o projeto 6ixer Magazine, por enquanto somente online. O foco da revista é apanhar o estilo e a moda de pessoas famosas e conhecidas do público, através de sessões fotográficas no ambiente das próprias casas, e escrevendo também sobre o espaço onde eles moram.
“Tenho oportunidade de fotografar estas pessoas e ir ao encontro da sua vaidade”, enfatiza.
Curiosamente, ele revela que a escrita é uma outra paixão, a par da fotografia. Pronto, parece estar um livro de poemas em inglês para o universo infantil, mas que ainda não foi publicado.
O nome da revista remete para a nova alcunha da cidade de Toronto (The 6ix), com os Torontonianos a serem os “6ixer’s”. Uma forma de seguir o exemplo de celebridades, com o rapper Drake, à cabeça, e acompanhar a tendência nas redes sociais e o efeito global de chamar assim a cidade de Toronto.
No futuro imediato, quer desenvolver o projeto e potenciar o domínio (the6ix.ca) na Internet.
Em outubro de 2015, começa o projeto 6ixer Magazine, por enquanto somente online. O foco da revista é apanhar o estilo e a moda de pessoas famosas e conhecidas do público, através de sessões fotográficas no ambiente das próprias casas, e escrevendo também sobre o espaço onde eles moram.
“Tenho oportunidade de fotografar estas pessoas e ir ao encontro da sua vaidade”, enfatiza.
Curiosamente, ele revela que a escrita é uma outra paixão, a par da fotografia. Pronto, parece estar um livro de poemas em inglês para o universo infantil, mas que ainda não foi publicado.
O nome da revista remete para a nova alcunha da cidade de Toronto (The 6ix), com os Torontonianos a serem os “6ixer’s”. Uma forma de seguir o exemplo de celebridades, com o rapper Drake, à cabeça, e acompanhar a tendência nas redes sociais e o efeito global de chamar assim a cidade de Toronto.
No futuro imediato, quer desenvolver o projeto e potenciar o domínio (the6ix.ca) na Internet.
Fotografar Sarah Pacheco
Apreciador de desafios, Pedro Marques aceitou mais um – fotografar Sarah Pacheco. – [O caro leitor da Revista Amar pode ler a reportagem sobre a cantora luso-canadiana, na edição deste mês.]
“Para me preparar, fui à Internet procurar fotografias dela e ouvir a música dela, alguns dias antes de fazer a sessão fotográfica”, explica. “Foi uma coisa fácil. Ela estava a fazer o vídeo de ‘Miraculosa Rainha dos Céus’”, uma das canções que faz parte do novo CD da cantora, com lançamento previsto na primavera 2017.
“É muito fácil fotografar a Sarah. Ela conhece as poses, não precisou de muita instrução”, frisa. Aliás, Pedro Marques observa que “este género de fotografia apanha muito o estilo da 6ixer Magazine”.
Grande parte da sessão fotográfica foi feita com uso da cor, mas há algumas fotografias a preto e branco. Um tipo de fotografia que gosta, porque apresenta diferentes tonalidades e sombras, um escape ao uso sistemático das cores que podem ser uma distração.
À distância de alguns anos, Pedro Marques imagina um mundo em que as fotografias do futuro vão ser uma combinação de realismo e virtual.
“Sempre quis criar experiências.
Por isso é que viajo muito.”
Apresentando-se como uma pessoa muito visual e desprendida da acumulação de bens materiais, Pedro Marques assume uma filosofia de vida onde privilegia a criação de memórias e experiências.
O lado profissional, esse, fica umbilicalmente ligado à vida pessoal.
“A fotografia não é trabalho, é uma paixão. Por isso, não se pode separar os meus objetivos pessoais dos objetivos profissionais. Desenvolvi uma vida que dá para fazer aquilo que eu gosto.”
O futuro a Deus pertence, como diz o ditado. Mas Pedro Marques espera complementar a felicidade do momento, sozinho ou ao lado de alguém, sem abdicar da companhia de dois companheiros de viagem: a escrita e a fotografia.
No fundo, dando razão a uma das suas citações favoritas: – “A mudança é inevitável. A única coisa que você controla é o modo como vai mudar. Continue mudando, experimentando e melhorando. Lembre-se, a vida é uma coleção de experiências. Torne-as memoráveis, pelas razões certas.”
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