Na ordem do dia, a crise dos refugiados do navio Aquarius e o controlo apertado das fronteiras nacionais em todo o planeta. No passado dia 20 de junho comemorou-se o Dia Mundial do Refugiado, como mensagem o Secretário Geral das Nações Unidas António Guterres deixou uma pergunta ao mundo.
“O que faria se fosse forçado a abandonar a sua casa?”
A Amnistia Internacional desde outubro de 2016 que lançou a campanha de sensibilização Welcome – Eu acolho, www.amnistia.pt/euacolho, numa tentativa de contribuir para encontrar soluções para a crise global de refugiados. Segundo a AI, cada país no mundo deve assumir a sua quota parte, partilhando responsabilidades no acolhimento. É por demais evidente que qualquer muro ou fronteira a ser evocada seria para traçar uma divisória entre os territórios onde os Direitos Humanos são respeitados e os lugares onde esses pretensos direitos são letra morta.
A história da Amnistia Internacional
Desde que começaram as campanhas em 1961, a AI (Amnistia Internacional) tem trabalhado em todo o mundo para pôr termo ao abuso dos Direitos Humanos.
Em 1961, um advogado Inglês, Peter Benenson lançou uma campanha mundial (“Apelo para Amnistia 1961”) com a publicação de um artigo proeminente “Os Prisioneiros Esquecidos” no Jornal “The Observer”. A notícia da detenção de dois estudantes portugueses que elevaram os seus copos para brindar em público à liberdade, levou Benenson a escrever este artigo. O seu apelo foi publicado em muitos outros jornais pelo mundo fora tornando-se assim na génese da Amnistia Internacional.
A primeira reunião internacional teve lugar em julho de 1961, com delegados da Bélgica, do Reino Unido, França, Alemanha, Irlanda, Suíça e dos EUA. Decidiram estabelecer “um movimento permanente em defesa da liberdade de opinião e de religião”.
Um pequeno escritório e uma pequena biblioteca, dirigida por voluntários, abriu em Peter Benenson’s chambers, em Mitre Court, Londres. A “Rede dos Três” foi então estabelecida consistindo no facto de cada grupo da Amnistia Internacional adoptar três prisioneiros de diferentes áreas geográficas e políticas de modo a enfatizar a imparcialidade do trabalho de cada grupo. No dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, a primeira vela da Amnistia (o logótipo da Amnistia é uma vela envolta em arame farpado) foi acesa na Igreja de St-Martin-in-the-Fields, em Londres.
Os desafios de hoje não são maiores, nem piores, são diferentes.
O que é a Amnistia Internacional ?
A Amnistia Internacional é um movimento global de mais de 7 milhões de pessoas em mais de 150 países e territórios que luta para pôr fim aos abusos dos direitos humanos.
A nossa Visão – Ambição é um mundo em que cada pessoa goze de todos os direitos plasmados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros padrões internacionais de direitos humanos.
Somos independentes de qualquer Governo, ideologia política, interesse económico ou religião e somos financiados pelas quotas dos nossas associados e doações.
A Amnistia Internacional é um movimento que congrega pessoas de todo o mundo que se envolvem em campanhas para que os direitos humanos internacionalmente reconhecidos sejam respeitados e protegidos. Acreditamos que os abusos de direitos humanos em qualquer lado são problema de todos.
Assim, indignados com os abusos de direitos humanos mas inspirados pela esperança de um mundo melhor, trabalhamos para melhorar a vida das pessoas através de campanhas e de solidariedade internacional.
A nossa Missão é investigar e agir de modo a prevenir e a pôr fim a abusos de direitos humanos e exigir justiça para aqueles cujos direitos tenham sido violados. Os nossos membros e apoiantes exercem a sua pressão junto de governos, de entidades políticas, empresas e grupos intergovernamentais.
Os ativistas agem pelos vários temas dos direitos humanos mobilizando a pressão pública através de manifestações de rua, vigílias, lobby direto e, entre outras, através de campanhas on-line e off-line.
Carlos Cruchinho
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