Magellan Community Foundation: O futuro dos cuidados continuados dos nossos idosos
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Magellan Community Foundation: O futuro dos cuidados continuados dos nossos idosos

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A Magellan Community Charities tem um grupo de luso-canadianos – e não só -, empenhados para que este projeto seja uma realidade em 2025, na 640 Lansdowne Ave., Toronto. A Revista Amar tem convidado voluntários, diretores e membros dos diversos comités, da Magellan Community Foundation e Charities para informar a comunidade portuguesa a cerca de cada comité: a sua função, competência e responsabilidade. Para sabermos mais sobre os últimos acontecimentos, convidámos Krystle Ferreira, membro do comité de Marketing, que gentilmente aceitou conversar connosco nesta edição.

Revista Amar: Krystle, fale-nos um pouco de si.
Krystle Ferreira: Nasci e cresci em Toronto, Canadá. Os meus pais emigraram para o Canadá quando eram crianças. O meu pai é de Lisboa e a minha mãe é de Santa Maria, Açores. Tenho dois irmãos – uma irmã e um irmão, ambos mais novos do que eu. A minha irmã é professora e o meu irmão é eletricista licenciado. Sou bilingue e aprendi a falar português por causa dos meus avós. Os meus avós tomaram conta de mim nos meus primeiros anos, quando os meus pais trabalhavam a tempo inteiro. Devido à compreensão limitada dos meus avós no inglês, estou grata por ter conseguido aprender uma segunda língua. Ser bilingue tem sido muito benéfico, tanto a nível pessoal como profissional. Aos 14 anos, comecei a trabalhar part-time numa sapataria na Orfus Road e no verão, nos meus fins de semana, trabalhava no restaurante do meu pai a limpar as mesas. O meu objetivo, naquela época, era economizar dinheiro suficiente durante o ensino secundário para pagar a minha faculdade e que consegui. Frequentei a Universidade de Toronto e obtive a minha licenciatura em Criminologia e Sociologia. Pouco depois, tomei a maior decisão da minha vida. Em 2009 deixei Toronto e mudei-me para a Inglaterra para tirar o curso de Direito. Assim que me formei na Universidade de Direito, voltei para Toronto e fiz vários exames para obter o meu diploma de Direito credenciado daqui. Os meus anos académicos vieram com muito stresse, ansiedade e noites sem dormir. Mas, em retrospetiva, foi uma bela viagem. Uma bela jornada de progressão. Estou constantemente a aprender… em constante evolução.
RA: É advogada com escritório próprio, a Nova Law. Que tipo de serviços oferece e qual é a sua especialidade?
KF: Sim, sou (risos). A Nova Law está localizada na St. Clair e Dufferin. Pratico, predominantemente, Direito Imobiliário, mas oferecemos serviços de testamentos e espólios, serviços de elaboração de procurações, serviços de cartórios e serviços relacionados à constituição e estruturação de negócios.

RA: Conseguiu trabalhar durante a pandemia? E que tipo de serviços procuravam os seus clientes?
KF: Sendo considerado um negócio essencial, consegui manter o meu escritório de advocacia aberto durante a pandemia. Durante esse período, e com as baixas taxas de juros hipotecárias, ocorreram muitas transações de venda e refinanciamento. Também auxiliámos clientes no planejamento patrimonial, elaborando testamentos e procurações. Se precisar de serviços jurídicos, entre em contato com a Nova Law (risos).

RA: Que relação tem com a comunidade portuguesa?
KF: Acho que sempre tive uma forte afiliação à comunidade portuguesa. O meu avô paterno fazia parte de uma banda portuguesa chamada ‘Francisco Gouveia’… podem encontrar algumas de suas músicas no YouTube. O meu pai também fez parte da banda ‘Apollo 5’ e na sua juventude tocou em vários clubes portugueses, eventos e casamentos. A minha mãe, Márcia Ferreira, trabalha na Igreja de Santo António… na área de Bloor e Dufferin e o meu pai, Fernando Ferreira, é agente imobiliário com a Remax na St. Clair e Dufferin e tem patrocinado muitos eventos e organizações da nossa comunidade. Pelo facto, dos meus pais estarem presentes e envolvidos na comunidade portuguesa há anos, esse sentido comunitário passou para mim.

RA: Porque sentiu que estava na altura de se envolver com a comunidade? E porque acha que era a altura certa para fazê-lo?
KF: Sempre quis me envolver com a comunidade e não consegui fazê-lo enquanto trabalhava e estudava simultaneamente. Então sim, agora é o momento certo para eu me envolver. Estou mais madura, mais confiante e sinto que posso trazer algo para a mesa. Vejo a importância de cimentar um desenvolvimento dessa magnitude para nossa comunidade. Vejo a importância de oferecer às famílias opções de cuidados. Fornecer às famílias opções que se alinham às suas circunstâncias.

RA: De todas as instituições e centro comunitários existentes na comunidade portuguesa na grande área de Toronto, escolheu voluntariar-se na Magellan Community Charities. O que a levo a essa escolha?
KF: Ora bem… Tudo isso aconteceu por causa da Carmo Monteiro, a quem agradeço. Ela é que me sugeriu a Magellan Community Charities. Tivemos uma breve conversa sobre o projeto porque eu nunca tinha ouvido falar da organização e do projeto até então. Depois colocou-me em contato com a Angie Câmara, com quem também tive uma ótima conversa. Não houve entrevistas. Apenas discussões sobre como podemos dar vida a este projeto. Sabemos que faltam lares de cuidados prolongados e é por isso que este desenvolvimento é importante. Procuramos proporcionar um ambiente que compreenda a cultura, costumes e tradições, ao mesmo tempo que promovemos e fornecemos estratégias de saúde.

RA: Qual é o comité que integra e quais são os seus objetivos?
KF: Estou envolvida no comité de Marketing e o nosso principal objetivo é chamar a atenção para este projeto. O objetivo é consciencializar o público através da media: TV, jornais e revistas… e variadas plataformas de redes sociais.

RA: Como é que o comité planeia alcançar os objetivos?
KF: A grande parte do planeamento e da estratégia para esse desenvolvimento está a ocorrer nos bastidores. Planeamos atingir esses objetivos ao integrar o nosso networking para ajudarem a construir o lar de cuidados prolongados para a nossa comunidade. Neste momento estamos a procurar voluntários, que possam dar um pouco do seu tempo e se envolverem com o projeto. Existem várias posições de voluntariado disponíveis e todos são bem-vindos. Juntos podemos fazer isto.

RA: No próximo dia 20 de outubro vai-se realizar na Downtown Winery mais um evento para ajudar a Magellan Community Charities. O que nos pode contar sobre o evento?
KF: Sim e estou ansiosa por este evento. Durante uma das nossas reuniões de Marketing, sugeri que um evento fosse realizado na Downtown Winery, uma adega moderna de vinhos na Ossington, administrada pela minha prima. Juntas, a minha prima e eu organizámos este evento de degustação de vinhos que achamos que vai ser apreciado por todos os presentes, pois continuamos a consciencializar o público sobre este projeto fenomenal que temos em mãos.

RA: Gostaria de a convidar a deixar uma mensagem aos nossos leitores.
KF: Eu incentivo-vos, se puderem, a se envolverem com o projeto. Reflitam sobre a história dos vossos avós, vossos pais e vejam os sacrifícios feitos nas suas jornadas. Estamos a ter a oportunidade de fazer algo grande. Vamos transformar esta visão em realidade. Não hesitem e consultem a página www.magellancommunitycharities.ca e contacte-nos por email [email protected] ou por telefone 437-914-9110 para informações e donativos.

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