Guilherme Castro: o ecologista com raízes nos Jardins Reais de Kew
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Guilherme Castro: o ecologista com raízes nos Jardins Reais de Kew

revista amar - guilherme castro

 

Formou-se em Portugal e rumou ao Reino Unido, onde estuda os serviços da Natureza. Para que possamos valorizar devidamente o que urge preservar.

Os Jardins Botânicos Reais de Kew, no Reino Unido, são a mais recente etapa na vida do ecólogo Guilherme Castro, de 28 anos, que cedo percebeu a importância de conservar os habitats. Depois de cursar Biotecnologia, prosseguiu para um mestrado em Ecologia Aplicada, que concluiu em 2019, na Universidade de Aveiro. Pelo meio, um ano de “pausa” que o levou até à Escócia, onde foi voluntário numa organização ambiental. A experiência ajudou a tornar “mais claro” o que pretendia fazer no futuro: trabalhar na proteção da Natureza.
Em Portugal, integrou a Associação Charcos & Companhia e a BioLiving, através da qual se envolveu no projeto Lusitanica, com vista à criação de microrreservas em Estarreja. Mas procurou novos desafios e, em outubro de 2020, em plena pandemia, voou para o Reino Unido. Juntou-se a uma ONG e, durante um ano, geriu uma reserva natural em Manchester.

Entretanto, surgiu a oportunidade de ingressar nos Kew Gardens e dedicar-se à investigação. O extenso complexo de jardins e estufas, junto à capital londrina, vai ser, pelo menos durante os próximos dois anos, a sua casa. O espaço, que recua ao século XVIII, foi sendo enriquecido por várias personalidades, como o rei George III. Em 1840 tornou-se nos Jardins Botânicos Nacionais e foi direcionado para a investigação científica. Em 2003 foi considerado Património da Humanidade pela UNESCO. Ao longo dos anos foi somando novos edifícios e espaços verdes, até atingir os atuais 120 hectares.

É a partir dali que Guilherme Castro trabalha, com cientistas de diversas áreas, para que se perceba “qual o valor dos serviços e contribuições da Natureza, essencial para que possamos combater as crises da perda da biodiversidade e alterações climáticas”. A ideia é “estudar abordagens integradas de gestão das paisagens e desenvolver indicadores que possam informar e aconselhar os planos governamentais para a sustentabilidade ambiental”.

Guilherme Castro concentra-se particularmente na medição do carbono armazenado na vegetação. “O sequestro de carbono através dos habitats naturais é essencial para mantermos o equilíbrio dos ecossistemas e da humanidade como a conhecemos. Numa altura em que as emissões de carbono estão mais altas do que nunca, tentar perceber como os habitats contribuem para mitigar os efeitos das alterações climáticas é essencial”, explica.

Nos últimos dias, a “avalanche de notícias” sobre incêndios e temperaturas altas tornou ainda mais premente a necessidade de proteger a Natureza. “Sentimo-nos quase impotentes e com falta de esperança, mas temos a oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente, temos de nos concentrar em definir estratégias que nos levem a bom porto. Está tudo a mudar muito rápido e temos de agir já.”

Zulay Costa/NM

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