{"id":15597,"date":"2018-04-19T21:34:20","date_gmt":"2018-04-20T01:34:20","guid":{"rendered":"http:\/\/revistamar.com\/?p=15597"},"modified":"2018-04-19T21:39:32","modified_gmt":"2018-04-20T01:39:32","slug":"ulysses-pratas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistamar.com\/mundo\/canada\/ulysses-pratas\/","title":{"rendered":"\u00c0 conversa com Ulysses Pratas"},"content":{"rendered":"

E<\/span>ste m\u00eas fomos ao encontro do empres\u00e1rio que, desde 1986, est\u00e1 ao leme dos destinos da Presteve Foods, a maior empresa de pesca, processamento e comercializa\u00e7\u00e3o de produtos pescados de \u00e1gua doce da Am\u00e9ria do Norte, sediada em Wheatley no Ont\u00e1rio., empregando atualmente mais de 300 pessoas.
\nNascido no Canad\u00e1, tem ra\u00edzes lusitanas no distrito de Aveiro, mais concretamente na Gafanha da Nazar\u00e9, localidade de onde pai e m\u00e3e imigraram na d\u00e9cada de 60, instalando-se em Leamington nesta prov\u00edncia.
\nMudaram de pa\u00eds mas manteve-se o gosto pela \u00e1gua e, muito em particular, pela pesca.
\nFormado em Marketing pela Fanshawe College e detentor da licen\u00e7a de pesca na categoria de capit\u00e3o \u201cMasters Class III\u201d, ocupa v\u00e1rios lugares de relevo nas associa\u00e7\u00f5es do ramo tendo recebido v\u00e1rios pr\u00e9mios de reconhecimento pelo seu empenho e dedica\u00e7\u00e3o na industria e com\u00e9rcio da pesca.
\nTem como \u201chobby\u201d principal o atletismo. Momentos matinais que utiliza n\u00e3o s\u00f3 pelo bem-estar f\u00edsico mas tamb\u00e9m porque, diz, ajuda-o a pensar e a tomar decis\u00f5es importantes a n\u00edvel pessoal e empresarial. Este gosto pelo desporto levou-o a correr 3 meias-maratonas no ano passado.
\nA filha, Nalani e Ethan, filho mais novo, encontram-se a estudar no ensino superior, em Lisboa e Toronto, respetivamente, tendo sempre acompanhado as ra\u00edzes s\u00f3cio-culturais lusitanas.
\nSalom\u00e9, a esposa e companheira de quase tr\u00eas d\u00e9cadas, nasceu na Nazar\u00e9 em Portugal e \u00e9 a harmonia e equil\u00edbrio da fam\u00edlia.
\nRecentemente embarcou numa nova aventura, levando a Presteve Foods \u00e0 \u201cdescoberta\u201d da zona de Toronto, tendo sido galardoado com o pr\u00e9mio Business Excellence Award atribu\u00eddo pela FCPBP na gala que se realizou no passado m\u00eas de mar\u00e7o.
\nNo m\u00eas de abril estivemos \u00e0 conversa com Ulysses Pratas.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Revista Amar: Onde \u00e9 que aprendeu a falar t\u00e3o bem portugu\u00eas?<\/strong>
\nUlysses Pratas:<\/strong> Eu n\u00e3o acho que o falo muito bem, tenho aquele complexo que n\u00e3o falo bem. Aprendi em casa com os meus pais, ali\u00e1s a minha m\u00e3e era professora de Portugu\u00eas, mas eu n\u00e3o fui muitas vezes \u00e0s aulas dela, s\u00f3 fui uma ou duas vezes e mais tarde foi com a minha esposa.<\/p>\n

R. A.: Nascido no Canad\u00e1, o que significa Portugal para si?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Tive sempre aquela pena de n\u00e3o ter nascido em Portugal, digo sempre na brincadeira que \u201cfui fabricado em Portugal e que nasci no Canad\u00e1\u201d. Tenho uma liga\u00e7\u00e3o com Portugal porque tive sorte de ter ido l\u00e1 quase todos os anos desde da minha inf\u00e2ncia at\u00e9 os meus 17 anos. Entre os 17 e 23 anos menos vezes, devido aos estudos e de come\u00e7ar a trabalhar na empresa. A partir da\u00ed temos ido quase todos os anos, inclusive houve anos em que fomos mais que 1 vez num ano, e sempre que chego l\u00e1, no aeroporto, fico emocionado. A palavra Saudade n\u00e3o existe no resto do mundo e \u00e9 uma palavra que identifica os portugueses. Portugal \u00e9 de onde vem a minha origem\u2026 tenho sangue lusitano e tenho orgulho em ser portugu\u00eas!<\/p>\n

R. A.: Consegue-se imaginar a viver em terras lusas?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Consigo e n\u00e3o consigo\u2026 (risos) Consigo pela cultura, pela liga\u00e7\u00e3o com Portugal e o orgulho de ser portugu\u00eas, mas depois dos meus 32 anos de empres\u00e1rio aqui, n\u00e3o sei se era capaz de \u201csobreviver\u201d no sistema burocr\u00e1tico portugu\u00eas, n\u00e3o sei se iria ter a paci\u00eancia de come\u00e7ar tudo de novo l\u00e1. Vontade n\u00e3o me falta, mas eu sou do tipo de pessoa que se \u00e9 pra fazer alguma coisa, ent\u00e3o fa\u00e7o agora\u2026<\/p>\n

R. A.: E na reforma?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Eu n\u00e3o sei se serei capaz de viver uma reforma sem estar ocupado\u2026 Para mim o ideal ser\u00e1 continuar a fazer alguma coisa, s\u00f3 que em vez de trabalhar 8h a 12h por dia, ser\u00e1 2h, 4h ou 5h, ou ent\u00e3o 2 a 3 dias completos numa semana. Contudo, gostaria que fosse algo que quis de ter feito quando era mais novo e que n\u00e3o tive oportunidade de o fazer, mas tem que ser na altura e no meu tempo certo e nas minhas condi\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

R. A.: O que lhe ensinaram os seus pais?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Os meus pais ensinaram-me o que \u00e9 \u201ctrabalho \u00e1rduo\u201d. Naquela \u00e9poca, nos anos 50 e 60, como pode imaginar n\u00e3o foram d\u00e9cadas f\u00e1ceis em Portugal, tinham pouco ou nada e vieram para um pa\u00eds em que quem trabalhasse muito conseguia ter \u201calguma coisa\u201d, e eles lutaram por isso. Eu fui criado naquele ambiente e fui habituado ao \u201cescola-trabalho-casa\u201d e isso deu-me disciplina, a continuar sempre a ser melhor e passei, e passo, isso aos meus filhos. Agrade\u00e7o aos meus pais por me ensinarem, desde de pequeno, quem eu era e de onde vinha.<\/p>\n

R. A.: Quando os seus pais chegaram ao Canad\u00e1, porque decidiram criar ra\u00edzes em Leamington?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> O meu pai quando c\u00e1 chegou tinha um irm\u00e3o em Hamilton e trabalhou entre Hamilton e Toronto. Em Leamington, vivia a irm\u00e3 do meu pai, desde 1953 e naquela \u00e9poca o destino do emigrante j\u00e1 estava decidido, pela Emigra\u00e7\u00e3o, para onde iria e neste caso o meu tio foi trabalhar para l\u00e1 nas quintas. Os meus pais s\u00e3o da \u00e1rea das Gafanhas, Aveiro, zonas mais pequenas e quando foram visitar a minha tia, gostaram daquilo, arranjaram trabalho e ficaram por l\u00e1. Pouco depois o meu pai come\u00e7ou a empresa de constru\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: Quem esteve presente na Gala da Federa\u00e7\u00e3o de Empres\u00e1rios e Profissionais Luso-Canadianos p\u00f4de assistir, no passado dia 24 de mar\u00e7o, a cumplicidade que existe entre si e a sua fam\u00edlia. Estes valores tamb\u00e9m foram incutidos pelos seus pais? E o que significam para si?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Foram, porque n\u00f3s naquela altura tamb\u00e9m eramos uma fam\u00edlia pequena e o meu pai trabalhava muitas horas extraordin\u00e1rias o que n\u00e3o dava para estar sempre com os meus tios e primos, junt\u00e1vamo-nos em festas e pouco mais, mas fora isso eramos s\u00f3 os 4 em casa. E eu sempre imaginei que se um dia tivesse uma fam\u00edlia que fosse assim unida.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: Como e quando conheceu a sua esposa?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Foi um acaso, num domingo em que tinha ido trabalhar de manh\u00e3, e como era ver\u00e3o fui andar de carro \u00e0 tarde quando vi esta jeitosa (risos), pela primeira vez, a passear com uma mo\u00e7a que eu j\u00e1 conhecia de vista, e a partir dai pouco a pouco tentei aproximar-me dela, mas n\u00e3o foi f\u00e1cil pois n\u00e3o sabia o nome dela. Depois aventurei-me e comecei a falar com ela.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: Est\u00e3o casados h\u00e1 quantos anos?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Celebramos este ano o nosso 29\u00ba anivers\u00e1rio.<\/p>\n

R. A.: \u00c9 caso para se dizer que \u201cpor de tr\u00e1s de um grande homem, est\u00e1 uma grande mulher\u201d?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> \u00c9, no meu caso \u00e9. Eu estou sempre a pensar, e \u00e0s vezes tenho ideias boas e outras menos boas, e a Salom\u00e9 \u00e9 quem me tr\u00e1s o equil\u00edbrio e a calma que preciso para tomar certas decis\u00f5es.<\/p>\n

R. A.: T\u00eam 2 filhos, Nalani e Ethan. Que idade t\u00eam?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> A Nalani tem 24 anos e o Ethan 21 anos.<\/p>\n

R. A.: Como descreve a vossa rela\u00e7\u00e3o, pais e filhos?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> N\u00f3s somos uma fam\u00edlia chegada. Os jovens quando atingem esta idade t\u00eam uma tend\u00eancia de quererem ser independentes, o que \u00e9 normal\u2026 n\u00f3s deixamos que eles tenham essa independ\u00eancia e respeitamos o espa\u00e7o deles, sempre vigilantes, o que de vez em quando \u00e9 dif\u00edcil. Temos tido sorte, n\u00e3o tivemos problemas de maior com os nossos filhos. Damos conselhos, como por exemplo em rela\u00e7\u00e3o aos estudos\u2026 tentamos gui\u00e1-los sem os sufocar e tem resultado. Sabem que podem sempre falar connosco e quando precisam de alguma coisa falam mais para a m\u00e3e, claro que m\u00e3e \u00e9 sempre m\u00e3e. Eu estou mais ocupado e eles entendem isso e respeitam, mas obviamente sempre que necessitam de mim e se me for poss\u00edvel deixo tudo da m\u00e3o. Eu tamb\u00e9m sei quando eles precisam de mim, um pai reconhece isso, nessas alturas paro tudo e dou-lhes o tempo que eles necessitam para falarmos.<\/p>\n

R. A.: Achou importante partilhar com eles a l\u00edngua de Cam\u00f5es e as tradi\u00e7\u00f5es portuguesas?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Eu acho muito importante. No caso da nossa filha, ela fala, l\u00ea e escreve. Adora as nossas tradi\u00e7\u00f5es, a nossa cultura, tem orgulho em dizer que \u00e9 portuguesa e com esta experi\u00eancia que est\u00e1 a viver, por estar a estudar em Portugal, os la\u00e7os ficaram ainda mais fortes. No caso do nosso filho \u00e9 um pouco diferente, pois ele j\u00e1 foi criado noutro ambiente com menos portugueses ao redor dele, numa comunidade mais multicultural e j\u00e1 n\u00e3o teve aquela necessidade de falar em portugu\u00eas, mas claro que gosta de Portugal, sabe e compreende as nossas tradi\u00e7\u00f5es e a nossa cultura. Sabe dar valor e gosta das festas religiosas ou socioculturais e n\u00e3o esconde que \u00e9 portugu\u00eas. Acho que tem a ver com o ambiente escolar, que o influenciou e que \u00e9 natural porque nasceu c\u00e1. A Nalani teve a vantagem de ter ido a Portugal mais vezes em pequenina e a primeira l\u00edngua que aprendeu foi o portugu\u00eas.<\/p>\n

R.A.: A Nalani est\u00e1 a tirar o mestrado de Business Management na Universidade Nova de Lisboa. Porqu\u00ea tirar o mestrado em Portugal?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Voltando ao que j\u00e1 tinha referido, a decis\u00e3o foi dela pela liga\u00e7\u00e3o que tem com Portugal e se sentir portuguesa. A Nalani podia ter ficado por aqui e inclusive foi aqui em Toronto, na Ryerson University, que se formou em Business Managment. Depois andou a pesquisar sobre universidades no Canad\u00e1 para fazer o mestrado, por\u00e9m tamb\u00e9m queria sair e ent\u00e3o seria f\u00e1cil ir para um pa\u00eds onde tem ra\u00edzes e fala a l\u00edngua. Foi isso que a motivou.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: O Ethan, por sua vez veio para a Universidade de Toronto, estudar F\u00edsica. Por alguma raz\u00e3o em especial?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Foi por causa do curso que ele queria. Tamb\u00e9m fez uma procura e a universidade que lhe proporcionaria o que ele queria era a de Toronto. Na \u00e9poca a Nalani ainda estava a estudar c\u00e1 e isso talvez tamb\u00e9m pesou na decis\u00e3o dele.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: Quando \u00e9 que se mudaram de \u201cmalas e bagagens\u201d para Toronto?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> De vez foi no inicio de mar\u00e7o, contudo come\u00e7\u00e1mos a vir com mais frequ\u00eancia desde do Natal.<\/p>\n

R. A.: Presumo que n\u00e3o tenham tomado esta decis\u00e3o de \u00e2nimo leve, contudo o que vos levou a tomar essa decis\u00e3o?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Bem, \u00e9 uma boa pergunta\u2026 n\u00e3o foi f\u00e1cil tomar esta decis\u00e3o e n\u00e3o foi de um dia para o outro, foi uma decis\u00e3o muito ponderada que levou anos a ser tomada. Eu quis sempre mudar-me para uma cidade grande, tinha a ideia de vir para esta \u00e1rea desde crian\u00e7a. Para al\u00e9m do gosto de um dia viver aqui, achava que tamb\u00e9m era uma \u00e1rea para novas e boas oportunidades de neg\u00f3cio… ainda n\u00e3o sei quais, mas com o tempo vou descobrir.
\nDepois de 32 anos a trabalhar em Leamington concretizei os meus sonhos e objetivos, chegar onde cheguei \u00e9 um marco a n\u00edvel pessoal e profissional… eu podia l\u00e1 ficar, mas tamb\u00e9m \u00e9 importante dar aquele salto para n\u00e3o ficar estagnado, novos objetivos tinham que ser, sem d\u00favida, num novo ambiente e j\u00e1 que tinha que ser noutro ambiente, ent\u00e3o fosse numa \u00e1rea que eu sempre gostei e que \u00e9 esta. Agora estou na fase de \u201cdescoberta\u201d, mas ainda s\u00f3 passaram 3 semanas, j\u00e1 tenho algumas ideias porque eu estou sempre a pensar no que vem a seguir e no futuro, acho que \u00e9 uma caracter\u00edstica dos empres\u00e1rios, de nunca parar… se por um lado como empres\u00e1rio tem que se arriscar e dar aquele salto, por outro lado \u00e9 um salto para o incerto, uma pessoa nunca sabe o que pode acontecer, mas se os resultados viessem antes da ideia a vida seria muito f\u00e1cil. Por\u00e9m, acreditar em n\u00f3s pr\u00f3prios \u00e9 essencial e \u00e9 o esfor\u00e7o que fa\u00e7o todos dias… acreditar em mim e nas pessoas que me rodeiam.
\nNecessito ter a confian\u00e7a das pessoas e do apoio delas para alcan\u00e7ar os objetivos e os sonhos que tenho, \u00e9 o que me d\u00e1 aquela for\u00e7a de vontade de manh\u00e3 de arrancar e fazer. \u00c9 muito bom chegar a casa descansado porque consegui fazer durante o dia o que tinha projetado… claro que deu e d\u00e1 aquele \u201cfrio na barriga\u201d, mas \u201cquem n\u00e3o arrisca n\u00e3o petisca\u201d, obviamente que tenho uma liga\u00e7\u00e3o especial, \u00e9 uma paix\u00e3o e tenho muito orgulho no que consegui alcan\u00e7ar e fazer na minha vida e como disse na Gala n\u00e3o o consegui sozinho, apesar de ter tido as minhas ideias tamb\u00e9m aceitei ideias de quem me rodeava e para conseguir fazer o que era necess\u00e1rio.
\nTorna-se f\u00e1cil tomar certas decis\u00f5es quando sei que as pessoas \u00e0 minha volta s\u00e3o boas e que fica l\u00e1 uma equipa que para al\u00e9m de saberem como gosto que as coisas funcionam, tamb\u00e9m t\u00eam as ideias deles e juntos chegaremos ao ponto onde precisamos chegar. Deixar completamente n\u00e3o vou, afinal s\u00e3o 32 anos da minha vida.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: Atletismo \u00e9 um hobby ou uma paix\u00e3o?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Esta \u00e9 outra boa pergunta. Durante anos n\u00e3o pratiquei desporto. Era de casa para o trabalho e do trabalho para casa, sem hor\u00e1rios para fazer as refei\u00e7\u00f5es, \u00e0 noite compensava… a comida era boa, a Salom\u00e9 cozinha muito bem e nunca tive aquela preocupa\u00e7\u00e3o de cuidar de mim, at\u00e9 ao dia que um primo meu faleceu aos 39 anos que foi, como se diz em ingl\u00eas, um \u201cwake up call\u201d e comecei a pensar e na mesma altura o meu m\u00e9dico tamb\u00e9m me chamou \u00e0 aten\u00e7\u00e3o para os meus n\u00edveis do colesterol que estava um pouco altos e depois aconteceu uma coisa interessante que nunca hei-de esquecer. Numa das minhas viagens de neg\u00f3cio, no avi\u00e3o estava assentado ao lado de um senhor e come\u00e7amos a conversar porque o voo estava atrasado, e eu sem saber que ele era m\u00e9dico s\u00f3 me o disse mais tarde. A conversa foi \u00e0 volta da medicina e o que era bom para o nosso corpo. No meu pensamento, achava que estava bem, quando aquele senhor me diz que \u201cse perdesse alguns \u201cpounds\u201d n\u00e3o lhe fazia mal\u201d… comecei a pensar no que tinha acontecido com o meu primo, o que este m\u00e9dico me tinha dito, o meu colestrol estava alto, o meu pai era diab\u00e9tico… cheguei aos 40 e decidi cuidar de mim. Eu comecei a correr \u00e0s 5:30h da manh\u00e3, o que no inicio era pouco, at\u00e9 me sentia envergonhado porque nem conseguia correr 1km, mas isso deu-me vontade de continuar, por\u00e9m tinha que ser na manh\u00e3 seguinte pois ao fim do dia estava cansado e tamb\u00e9m precisava descansar. Entretanto apercebi-me que aquela corrida matinal n\u00e3o s\u00f3 me fazia bem ao corpo como eu podia aproveitar aquele tempo de 1h a 1h30m para pensar, o que era fant\u00e1stico. Aproveito este tempo para pensar no que vou fazer durante o dia, em projetos e objetivos. Uma coisa ao qual eu nunca tinha dado valor quando era mais novo. Antes sa\u00eda de casa com uma ideia ainda n\u00e3o muito bem amadurecida e chegava ao escrit\u00f3rio para a p\u00f4r em pr\u00e1tica. Comecei pela minha sa\u00fade, mas trouxe-me outros benef\u00edcios e sem nunca ter inten\u00e7\u00f5es de competir. Entretanto a Nalani quando veio para Toronto tentou-me convencer a correr com ela na sua primeira corrida de 5km pelo Natal. N\u00e3o me conseguiu convencer, mas no fim da corrida disse para mim mesmo que se houvesse uma pr\u00f3xima vez iria com ela, mais para estar com ela e partilhar algo que temos em comum, e acabei \u201cviciado\u201d naquilo… (risos). No ano seguinte fiz 5 ou 6 corridas de 10km, umas com a minha filha e outras sozinho. Fui melhorando e no ano passado entre as corridas de 10km, fiz 3 meias-maratonas. N\u00e3o o fa\u00e7o pela competi\u00e7\u00e3o, fa\u00e7o-o pelo meu bem-estar e para provar a mim mesmo que consegui riscar mais um objetivo da minha \u201cBucket List\u201d e agora tento melhorar o meu tempo corrida ap\u00f3s corrida, mas por mim mesmo.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: E o futebol tem espa\u00e7o na lista de desportos?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Naquela altura, em casa com os meus pais, n\u00e3o tivemos acesso \u00e0 media que temos hoje em dia. A televis\u00e3o s\u00f3 tinha um programa portugu\u00eas e era s\u00f3 uma vez por semana, ao domingo e era de Toronto. Posteriormente \u00e9 que veio a televis\u00e3o a cabo e as coisas mudaram. O meu conhecimento pelo desporto portugu\u00eas s\u00f3 veio uns anos depois de ter casado, quando comecei ir mais frequentemente a Portugal. Hoje aprecio o nosso futebol, tanto a sele\u00e7\u00e3o como a n\u00edvel de clubes.<\/p>\n

R. A.: E Fado?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Adoro! Adoro Fado… sem prefer\u00eancias, porque normalmente gosto de tudo o que ou\u00e7o.<\/p>\n

R. A.: A Presteve Foods celebrou este ano o seu 38\u00ba anivers\u00e1rio. Como \u00e9 que come\u00e7ou e quem escolheu o nome?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> O Presteve Food foi fundado em janeiro de 1980. O investimento foi entre o meu pai e um s\u00f3cio. O nome \u00e9 a jun\u00e7\u00e3o dos nomes de fam\u00edlia do meu pai, Pratas e do s\u00f3cio, Sr. Esteves… PR + ESTEVE. A sociedade n\u00e3o durou muito, mas o nome ficou. De 1980 a 1986 a Presteve Food era uma empresa virada s\u00f3 para a pesca, tinha uns barcos e umas cotas e o meu pai ainda tinha a companhia de constru\u00e7\u00e3o. Entretanto foi necess\u00e1rio investir porque a Presteve come\u00e7ou a cescer. Curiosamente o \u00faltimo trabalho da empresa de constru\u00e7\u00e3o do meu pai foi precisamente uma \u00e1rea pequena da nossa f\u00e1brica na sede da Presteve. Nessa \u00e9poca j\u00e1 tinha quase o ensino superior completo, ent\u00e3o quando abrimos em dezembro de 1986 comecei a trabalhar l\u00e1 e a estudar ao mesmo tempo at\u00e9 abril de 1987, aquando finalizei o \u00faltimo semestre e estou l\u00e1 at\u00e9 hoje, j\u00e1 s\u00e3o quase 32 anos.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: \u00c9 formado em Marketing. Foi uma escolha de cora\u00e7\u00e3o ou foi j\u00e1 a pensar que poderia ser \u00fatil no futuro da Presteve Food?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> \u00c9 uma pergunta interessante. Eu comecei a andar na pesca aos fins de semana, nos feriados e nas f\u00e9rias de ver\u00e3o e se me tivesse perguntado naquela altura \u201co que queres ser na vida?\u201d, eu tinha 2 op\u00e7\u00f5es e respondia que queria ser arquiteto ou advogado. A raz\u00e3o poque queria ser arquiteto \u00e9 que eu via os desenhos das casas que o meu pai desenhava, n\u00e3o desenhava todos mas a maioria foi, enquanto teve a companhia de constru\u00e7\u00e3o. Eu gostava de ver o meu pai a desenhar no escrit\u00f3rio de casa. Advogado n\u00e3o sei explicar muito bem de onde \u00e9 que eu tinha tirado a ideia, mas era um gosto… gostava. Por\u00e9m com a compra do nosso primeiro barco, as minhas ideias mudaram para ser mestre de barco, tanto que o sou. Quando acabei o High School eu j\u00e1 queria fazer mais do que ser mestre de um barco, depois apanhei algumas alergias de pele nas m\u00e3os, o meu pai come\u00e7ou a pensar em fazer a f\u00e1brica, ent\u00e3o, como eu gostava de Marketing, de vender e daquele estilo de vida decidi-me por ter uma forma\u00e7\u00e3o que me pudesse ajudar nessa \u00e1rea. Esta foi a raz\u00e3o porque me formei em Marketing, foi j\u00e1 a pensar no futuro… e porque tamb\u00e9m foi a disciplina com a nota mais alta, 100%, que tive no High School… (risos).<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: Era essencial tirar o mestrado de Capit\u00e3o?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Pela lei era essencial e para viver na casa do meu pai tamb\u00e9m… (risos), mas fiz enquanto estava no Grade 12, tive que me ausentar por mais ou menos 2 meses e consegui fazer ambos ao mesmo tempo.<\/p>\n

R. A.: O que mais o fascina quanto se encontra ao leme?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Hoje em dia n\u00e3o tenho muito tempo, contudo quando vou ver os barcos e entro na casa do leme… eu gosto daquela vida, lembro-me dos anos que passei nos barcos, no tempo de estudante e n\u00e3o sei explicar porqu\u00ea… gosto porque talvez compreenda aquela vida.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

R. A.: Como est\u00e1 a pesca nos grandes lagos canadianos? E quais os lagos que d\u00e3o o melhor peixe?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Est\u00e1 bom para a pesca porque o Ministro da Pesca est\u00e1 a fazer um bom trabalho para que haja uma pesca sustent\u00e1vel para que a ind\u00fastria possa ficar por muitos anos, o que \u00e9 important\u00edssimo porque n\u00e3o podemos pensar s\u00f3 no presente. \u00c9 reciso pensar nos recursos renov\u00e1veis e, neste caso, as pr\u00f3ximas gera\u00e7\u00f5es t\u00eam aqui uma ind\u00fastria com futuro, o que me deixa feliz. Em rela\u00e7\u00e3o ao melhor lago, considero todos lagos bons, por\u00e9m o Lake Erie \u00e9 o mais produtivo, porque como \u00e9 mais raso a \u00e1gua aquece mais no ver\u00e3o o que \u00e9 favor\u00e1vel ao aumento de alimento para o peixe, ou seja, o ambiente deste lago \u00e9 o ideal para a reprodu\u00e7\u00e3o e crescimento do peixe. Agora todos os lagos t\u00eam bom peixe e de variad\u00edssimas esp\u00e9cies.<\/p>\n

R. A.: Que tipo de peixes est\u00e3o dispon\u00edveis na Presteve Foods? <\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Os principais e os mais procurados s\u00e3o: o Lake Perch\/Yellow Perch, o Pickerel, o White Fish, o Lake Smelt, o White Bass e o White Perch.<\/p>\n

R. A.: Os portugueses ainda gostam de consumir peixe?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Sim, gostam… s\u00f3 que o portugu\u00eas gosta mais do peixe \u201cdele\u201d que \u00e9 o peixe do mar, o que \u00e9 normal. O peixe da \u00e1gua salgada \u00e9 muito diferente do peixe de \u00e1gua doce, e nota-se que s\u00e3o os portugueses que vieram e v\u00eam do litoral e das ilhas que preferem o peixe do mar e isto n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o gostam do peixe do lago, mas claro que o sabor do peixe \u00e9 diferente.<\/p>\n

R. A.: Na sua opini\u00e3o, que peixe \u00e9 que prefere e recomenda?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Eu prefiro e recomendo o Yellow Perch.<\/p>\n

R. A.: Quem s\u00e3o os seus maiores consumidores\/clientes? <\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Vou voltar \u00e0 parte do Marketing, n\u00f3s temos muitos perfis demogr\u00e1ficos, ou seja, uns s\u00e3o culturais e outros regionais isto numa \u00e1rea de 250km \u00e0 volta dos grandes lagos. Assim sendo, o peixe \u00e9 obviamente conhecido e o mercado \u00e9 fornecido atrav\u00e9s de Food Service, que leva o peixe at\u00e9 aos restaurantes e ao retail. Na Am\u00e9rica do Norte os consumidores s\u00e3o mais \u201cculturais\u201d. Na Europa, o nosso peixe \u00e9 conhecido porque t\u00eam as mesmas esp\u00e9cies. N\u00f3s dizemos que s\u00e3o \u201cprimos\u201d dos nossos e, devido \u00e0 escasses destes nos lagos europeus, proporcionou-nos a exporta\u00e7\u00e3o. N\u00f3s exportamos para a: Sui\u00e7a, It\u00e1lia, Alemanha, Fran\u00e7a, Holanda, Finl\u00e2ndia, Su\u00e9cia, etc… e nestes casos s\u00e3o consumidores \u201cregionais\u201d. Tamb\u00e9m temos espalhado pelo mundo os consumidores \u201cculturais\u201d que tem mais a ver com a religi\u00e3o, como por exemplo a comunidade judaica. O Certificado de Coacher Fish House, do CRQ de Toronto, facilita-nos a exporta\u00e7\u00e3o do peixe para esta comunidade em Miami, Brooklyn, Los Angeles, Chicago, Toronto, etc.<\/p>\n

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R. A.: Est\u00e1 envolvido em v\u00e1rios \u201ccomit\u00e9s\/boards\u201d relacionados com o ramo da pesca. Como consegue conciliar estas tarefas com o seu trabalho di\u00e1rio?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Eu tenho dias complicados, porque \u00e9 dif\u00edcil estar em dois lugares ao mesmo tempo. Por\u00e9m \u00e9 essencial que eu esteja envolvido em certos comit\u00e9s e boards por motivos profissionais. Tenho que fazer aquele esfor\u00e7o adicional de estar presente e por mais que tente balancear as coisas, \u00e9 complicado conseguir, mas tento fazer o melhor poss\u00edvel.<\/p>\n

R. A.: Tem sido reconhecido v\u00e1rias vezes pelo seu empreendorismo, dedi\u00e7\u00e3o e sucesso empresarial. Este pr\u00e9mio e reconhecimento pela Federa\u00e7\u00e3o foi diferente? <\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Os meus objetivos profissionais nunca foram para ganhar pr\u00e9mios. Ganhei alguns grandes reconhecimentos que, como foi este da Federa\u00e7\u00e3o, chegaram de surpresa. S\u00e3o pr\u00e9mios que valorizam e reconhecem o meu trabalho nesta ind\u00fastria. Depois recebi pr\u00e9mios que t\u00eam mais a ver com a \u00e1rea na qual a sede da Presteve Food est\u00e1 inserida, que n\u00e3o s\u00e3o menos importantes por isso, mas s\u00e3o diferentes por raz\u00f5es \u00f3bvias. Agora, este pr\u00e9mio da Federa\u00e7\u00e3o fui muito especial, pois as pessoas n\u00e3o tiveram tempo de me conhecer ou saber por mim sobre a minha hist\u00f3ria neste pouco tempo que vivo c\u00e1 e, mesmo assim reconhecerem e valorizarem o meu trabalho quer dizer-me muito… que a Presteve Foods \u00e9 realmente reconhecida pelo seu produto e dedica\u00e7\u00e3o. Saber que afinal at\u00e9 sabem quem \u00e9 o Ulysses Pratas… nunca pensei que aqui soubessem e nunca fiz nada para que soubessem. Fui uma surpresa muito grande e pensei… WOW!!!<\/p>\n

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R. A.: Quantos barcos fazem parte da frota da Presteve Foods?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Atualmente temos 8 barcos e muitas empresas independentes dos grandes lagos, cerca 60%, a trabalhar para n\u00f3s.<\/p>\n

R. A.: Que nome deu ao primeiro barco? Ainda faz parte da frota?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> O primeiro barco foi batizado de Navegate e ainda faz parte da frota. Em Aveiro havia um navio com esse nome e da\u00ed a escolha. Os outros mantiveram os nomes que tinham. H\u00e1 um barco em particular, o Merri Gale, que tamb\u00e9m decidi manter o nome devido \u00e0s mem\u00f3rias da minha juventude.<\/p>\n

R. A.: A Salom\u00e9 gostou da homenagem? Foi por alguma ocasi\u00e3o especial? <\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Em 2010 houve uma restrutura\u00e7\u00e3o na Presteve Foods e eu comprei a empresa e para assinalar a nova fase decidi \u201crebatizar\u201d alguns barcos com nomes que faziam mais sentido para mim. O primeiro foi rebatizado com o nome da minha filha e ficou Lady Nalani. Depois tamb\u00e9m rebatizei um com o nome da minha esposa, Lady Salom\u00e9 e um com o nome do meu filho, Ethan P.
\nSalom\u00e9 Pratas: Gostei imenso, mas achei que deveria ter o nome do Ulysses por v\u00e1rias raz\u00f5es. Fal\u00e1mos muito sobre isso, como eu achava que o nome dele era o mais indicado, por\u00e9m ele rejeitou sempre e fez quest\u00e3o que fosse o meu nome… n\u00e3o vou negar que me deixou super contente.
\nU. P.: N\u00e3o quis o meu nome num dos meus barcos, porque nunca tive esse objetivo. Talvez porque sou uma pessoa privada e porque seria clich\u00e9.<\/p>\n

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R. A.: Falando nos seus filhos, os cursos que frequentam \u00e9 uma prepara\u00e7\u00e3o para assumirem a empresa no futuro?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Ningu\u00e9m sabe o dia de amanh\u00e3, mas tenho quase a certeza quem nenhum dos dois se venha interessar em a assumir e, honestamente, eu gostaria que eles seguissem alguma coisa que eles gostem. Tudo o que fiz, fiz por gosto e n\u00e3o porque j\u00e1 vinha do meu pai, ou seja, n\u00e3o foi e n\u00e3o \u00e9 uma situa\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00e3o ou de gera\u00e7\u00e3o. Eu tinha prazer de andar nos barcos, ir \u00e0 peixaria para fazer perguntas sobre a origem do peixe e s\u00f3 para ter a certeza que vinha da Presteve Foods ou falar com o Chefe de um restaurante… tenho imensas fotos desse tempo. Por outro lado os meus filhos viram bem os sacrif\u00edcios que tive que fazer. O que eu quero mesmo \u00e9 que eles encontrem algo por eles pr\u00f3prios e que acima de tudo de algo que gostem e que sigam os seus sonhos.<\/p>\n

R. A.: O que espera os torontonianos com a chegada da Presteve Foods?<\/strong>
\nU. P.:<\/strong> Isso ainda \u00e9 um segredo… (risos) mas saber\u00e3o brevemente.<\/p>\n

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Este m\u00eas fomos ao encontro do empres\u00e1rio que, desde 1986, est\u00e1 ao leme dos destinos da Presteve Foods, a maior empresa de pesca, processamento e comercializa\u00e7\u00e3o de produtos pescados de \u00e1gua doce da Am\u00e9ria do Norte, sediada em Wheatley no Ont\u00e1rio., empregando atualmente mais de 300 pessoas. Nascido no Canad\u00e1, tem ra\u00edzes lusitanas no distrito …<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":15618,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[137,7,8,128],"tags":[644,645],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/revistamar.com\/wp-content\/uploads\/2018\/04\/1-8.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15597"}],"collection":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=15597"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15597\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/15618"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=15597"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=15597"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=15597"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}