{"id":2097,"date":"2016-02-15T10:12:25","date_gmt":"2016-02-15T15:12:25","guid":{"rendered":"http:\/\/revistamar.com\/?p=2097"},"modified":"2016-02-15T10:29:30","modified_gmt":"2016-02-15T15:29:30","slug":"soraia-mejdoubi-paulo-filipe","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistamar.com\/amar\/entrevistas\/soraia-mejdoubi-paulo-filipe\/","title":{"rendered":"Soraia Mejdoubi & Paulo Filipe"},"content":{"rendered":"

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Soraia Mejdoubi come\u00e7ou a tomar os primeiros passos da sua carreira art\u00edstica em 1994, quando competiu para o festival de m\u00fasica patrocinado pela esta\u00e7\u00e3o de televis\u00e3o YTV – Concurso de Canto YTV.
\nAo longo da d\u00e9cada de 90, Soraia teve oportunidade de mostrar as suas capacidades como cantora, int\u00e9rprete e autora.
\nNo in\u00edcio do novo mil\u00e9nio, come\u00e7a a colaborar em v\u00e1rios projetos com cantores das comunidades portuguesas e latino-americanos em Toronto, em espet\u00e1culos ao vivo e fazendo grava\u00e7\u00f5es vocais.
\nA experi\u00eancia de uma vida dedicada \u00e0 m\u00fasica enriqueceu o seu estilo \u00fanico de cantar. O tempo moldou a sua voz e alma at\u00e9 que o Fado entrou no seu cora\u00e7\u00e3o.
\nH\u00e1 quase uma d\u00e9cada, Paulo Filipe tem realizado concertos em diversos locais, manifesta\u00e7\u00f5es culturais e art\u00edsticas, bem como programas de televis\u00e3o e esta\u00e7\u00f5es de r\u00e1dio em toda a Am\u00e9rica do Norte e Portugal. Aos poucos, foi conquistando o seu lugar no panorama musical da can\u00e7\u00e3o nacional mais Portuguesa – o Fado, para muitos apontado como a vers\u00e3o portuguesa dos Blues na Am\u00e9rica do Norte.
\nDesde o seu \u00e1lbum de estreia, Len\u00e7\u00f3is de Fado (2007) at\u00e9 ao seu mais recente, Caminho de Rimas (2014) Paulo tem mostrado o seu lado tradicional e assim, sendo convidado a representar Portugal perante figuras emblem\u00e1ticas das comunidades lus\u00f3fonas e entidades governamentais.
\nDois rostos da comunidade portuguesa que a paix\u00e3o pela m\u00fasica e a vida art\u00edstica juntou. Duas almas que o Fado – da palavra latina \u201cfatum\u201d (que significa destino), uniu e transformou numa hist\u00f3ria de amor.
\nUm amor que come\u00e7ou \u00e0 base de uma amizade, amadureceu com o respeito m\u00fatuo, e se materializou mais tarde com o nascimento da filha de ambos (em 2013). O lema de vida, esse, passa por viver o dia a dia, amar, respeitar os outros, e ser feliz.
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\nNoivos h\u00e1 pouco mais de um ano \u2013 ainda que se conhe\u00e7am e vivam juntos h\u00e1 alguns anos \u2013 Paulo e Soraia apontam para o casamento, ainda sem data e local concretos. Fica no entanto a certeza: \u201cVai ser um matrim\u00f3nio muito \u00edntimo, s\u00f3 para a fam\u00edlia mais pr\u00f3xima.\u201d<\/p>\n

Em m\u00eas dedicado ao Dia de S\u00e3o Valentim, a revista Amar decidiu dar a conhecer um pouco desta hist\u00f3ria de amor que o Fado uniu.<\/p>\n

Revista Amar – Como est\u00e1 a vossa agenda para o fim de semana de S\u00e3o Valentim?<\/strong>
\n[Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cO nosso fim de semana de S\u00e3o Valentim \u00e9 sempre ocupado com a nossa fam\u00edlia. O meu sogro faz anos no dia 14 de fevereiro. Portanto, \u00e9 um anivers\u00e1rio \u00e0 porta, o restaurante est\u00e1 sempre ocupado no Dia de S\u00e3o Valentim. Habitualmente, vimos c\u00e1 almo\u00e7ar ou jantar. Depois \u2026 o resto, o amor \u00e9 em casa [risos]. (\u2026) Todos os dias, \u00e9 dia de amor.\u201d
\nRA – Enquanto casal, deixam-se levar pela onda comercial que est\u00e1 associada ao Dia dos Namorados?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> – \u201cEu tento n\u00e3o deixar, mas sou culpado, porque ainda ontem fui comprar algumas coisinhas, n\u00e3o s\u00f3 para a minha parceira, para a minha mulher, mas tamb\u00e9m para a minha filha, que \u00e9 o outro amor na minha vida.\u201d
\n[Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cAcho que nesse caso \u00e9 importante celebrar o Dia de S\u00e3o Valentim que \u00e9 uma data especial durante o ano e continuar a celebrar para a nossa filha.\u201d
\nRA – J\u00e1 que estamos a falar do Dia dos Namorados, podem resumir como come\u00e7ou a vossa hist\u00f3ria de amor?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cCome\u00e7ou mais por nos conhecermos atrav\u00e9s dos espet\u00e1culos de fado. Eu e o Paulo sempre cant\u00e1vamos juntos. N\u00e3o sempre, tamb\u00e9m cantei com v\u00e1rios artistas, mas foi sempre mais com o Paulo. E para ser sincera, a primeira vez que o vi foi aqui no restaurante (Lisbon by Night). Ele veio para participar numa festa que eles estavam a fazer com o \u2018Amor de Artista\u2019 h\u00e1 v\u00e1rios anos atr\u00e1s. Por acaso, eu at\u00e9 fiz assim uma coisa com a minha m\u00e3e a rir-me dele, porque ele parecia que era o \u2018mini Elvis\u2019. Eu chamava-lhe mini Elvis. Mas quando ele entrou foi a primeira pessoa que eu vi. J\u00e1 conhecia algumas pessoas que estavam envolvidas nesse projeto, mas foi a primeira vez que tinha visto o Paulo. (\u2026) A minha m\u00e3e gosta muito do Elvis! Iria gostar dele como genro [risos].
\nDepois, a gente come\u00e7ou a cantar juntos. Ele come\u00e7ou a se lan\u00e7ar mais com a carreira de fado. Eu n\u00e3o gostava muito do Paulo. N\u00e3o era pela necessidade de ter competi\u00e7\u00e3o com o Paulo, ou porque ele cantava fado e eu tamb\u00e9m cantava fado. N\u00e3o gostava do fato dele ser muito calado e de n\u00e3o conviver muito comigo. Mas depois come\u00e7\u00e1mos, pouco a pouco, a ficar mais amigos, a conhecermo-nos um bocadinho mais, tirar mais fotografias, a compartilhar mais um bocadinho da nossa vida. E nesse caso, come\u00e7\u00e1mos a desenvolver uma amizade e, da\u00ed, desenvolveu o amor.\u201d
\n[Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cO que ela disse, \u00e9 verdade. O nosso amor come\u00e7ou \u00e0 base de uma amizade. E acho que toda a rela\u00e7\u00e3o amorosa deve come\u00e7ar com uma amizade. (\u2026) Porque \u00e9 a funda\u00e7\u00e3o de um casal.\u201d<\/p>\n

\u201cAgora j\u00e1 somos tr\u00eas. Temos outras perspetivas na nossa vida. Queremos dar o melhor para a nossa filha. E temos que pensar sempre, primeiro, mais nela do que em n\u00f3s.\u201d – Soraia Mejdoubi<\/strong><\/p><\/blockquote>\n

RA – O que mudou nas vossas vidas com a chegada da vossa filha?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cMudou muito. A minha maneira de ser. Tenho que ser mais respeitoso na maneira como eu falo, na maneira como eu convivo com a minha filha. E n\u00e3o s\u00f3. O nosso dia a dia j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 n\u00f3s dois. Agora s\u00e3o tr\u00eas. Portanto, mudou para o melhor. Penso que n\u00e3o voltava atr\u00e1s. Aquilo que n\u00f3s temos hoje, gosto. Confesso que quando era mais jovem n\u00e3o queria ser pai, n\u00e3o queria ter filhos. Mas, com a idade, a gente muda. (\u2026) Temos aquela \u00e9poca certa. Depois, eu comecei a querer ser pai antes dos 30. E aconteceu, com 28, n\u00f3s j\u00e1 estav\u00e1vamos \u00e0 espera da Zaniah – que nasceu em 2013.\u201d
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\n[Soraia]<\/strong> – \u201cAgora j\u00e1 somos tr\u00eas. Temos outras perspetivas na nossa vida. Queremos dar o melhor para a nossa filha. E temos que pensar sempre, primeiro, mais nela do que em n\u00f3s.\u201d
\nRA – O Paulo fez o pedido de casamento \u00e0 Soraia, no ano passado, durante o Winterfest. \u00c9 verdade?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201c\u00c9 verdade. N\u00f3s j\u00e1 nos conhec\u00edamos quase h\u00e1 10 anos. J\u00e1 est\u00e1vamos a namorar h\u00e1 quase dois anos. E j\u00e1 viv\u00edamos uma vida de casal. Mas eu queria oficializar a nossa vida em conjunto. Ent\u00e3o, fui \u00e0 procura de um anel. Comprei o anel. E depois, meses antes de pensar na data, quis falar primeiro com os meus sogros (\u2026); eu queria fazer uma coisa \u00e0 moda antiga. Vim pedir a m\u00e3o da filha em casamento. (\u2026) Os pais disseram que sim. Que j\u00e1 tinham aberto a sua porta para mim h\u00e1 muito tempo. Que isso n\u00e3o ia mudar nada. Mas eu queria fazer uma coisa mais concreta. Depois, pensei sobre qual a melhor data. Pensei no Dia de S\u00e3o Valentim, pensei nos anos da Soraia \u2013 dia 31 de mar\u00e7o \u2013 mas n\u00e3o queria fazer as coisas numa data t\u00e3o \u00f3bvia em que ela j\u00e1 est\u00e1 \u00e0 espera que algo aconte\u00e7a. (\u2026) Como ela foi convidada para participar no Winterfest do Happy Travellers para cantar l\u00e1, e\u00a0eu tamb\u00e9m ia, vi que a melhor oportunidade era fazer nesse palco.
\n(\u2026) Eu pedi a Soraia em casamento depois de cantar. (\u2026) N\u00f3s temos uma can\u00e7\u00e3o, que est\u00e1 inclu\u00edda no meu \u00faltimo trabalho, chamada \u201cPor um dia\u201d, e ela entra no palco a cantar comigo. Depois de cantar juntos, eu retiro-me do palco. Mas antes de me retirar do palco, comecei a falar um pouco com o p\u00fablico, a falar da nossa hist\u00f3ria \u2013 e a Soraia ali a pensar o que \u00e9 que este \u2018gajo\u2019 est\u00e1 ali a falar \u2013 (\u2026); o pessoal que estava l\u00e1, n\u00e3o conhecia a nossa hist\u00f3ria, nem sabia que n\u00f3s est\u00e1vamos a namorar. Eu ajoelhei-me e pedia-a em casamento. O p\u00fablico ficou entusiasmado, bateu palmas. (\u2026) Foi uma coisa bem pensada, mas eu estava super nervoso naquele dia.\u201d
\nRA \u2013 Foi uma surpresa para a Soraia?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cN\u00e3o estava \u00e0 espera. J\u00e1 faz\u00edamos vida de casal. N\u00e3o \u00e9 um anel ou uma pe\u00e7a de papel que vai fazer a diferen\u00e7a. J\u00e1 temos uma filha. N\u00f3s gostamos muito um do outro. Temos muito respeito um pelo outro. Vivemos muito em fam\u00edlia.\u201d
\nRA – Qual a maior qualidade e o maior defeito que encontram um no outro?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cComo somos um casal e temos uma filha pequenina, nas alturas de dificuldade, quando eu perco a paci\u00eancia, o Paulo est\u00e1 sempre l\u00e1 com paci\u00eancia. Quando o Paulo perde a paci\u00eancia, eu \u00e9 que tenho a paci\u00eancia. N\u00f3s somos assim metade-metade. N\u00f3s completamo-nos. Isso faz muita diferen\u00e7a e \u00e9 muito importante num casal.\u201d
\n[Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cEu n\u00e3o consigo p\u00f4r defeitos, porque eu s\u00f3 sei ver os meus defeitos. O meu defeito \u00e9 n\u00e3o mostrar o amor que eu sinto. Sou uma pessoa muito fechada. Eu sei mostrar o meu amor nas horas necess\u00e1rias, mas n\u00e3o sou aquela pessoa que diz \u2013 \u2018Amo-te\u2019, s\u00f3 pelo sim e pelo n\u00e3o, a qualquer hora do dia. J\u00e1 a Soraia \u00e9 diferente. Ela est\u00e1 sempre a dizer \u2013 \u2018Eu amo-te\u2019 \u2013 e eu \u00e0s vezes n\u00e3o respondo. Isso n\u00e3o \u00e9 porque eu n\u00e3o a amo, mas porque sou uma pessoa assim. Esse \u00e9 o meu defeito, o de n\u00e3o mostrar o amor que eu sinto pelas pessoas.\u201d<\/p>\n

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\u201cA educa\u00e7\u00e3o musical foi o que me ajudou mais a entender o que \u00e9 a m\u00fasica, a tocar instrumentos, e a usar mais a voz.\u201d – Soraia Mejdoubi<\/strong><\/p><\/blockquote>\n

RA – O seu pai, Valdemar Mejdoubi, um homem da m\u00fasica, que toca v\u00e1rios instrumentos, incutiu em si o gosto pela m\u00fasica. A paix\u00e3o estava l\u00e1, ou acredita que sem esse suporte, teria sido mais dif\u00edcil abra\u00e7ar o mundo da m\u00fasica?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cA paix\u00e3o j\u00e1 vem desde pequenina. Mas o meu pai sempre esteve muito envolvido e acho que esse envolvimento com a m\u00fasica, diariamente, me ajudou a gostar ainda mais dessa arte. Eu fa\u00e7o outros tipos de arte, n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 a m\u00fasica. Tamb\u00e9m gosto de pintar, tamb\u00e9m estive sempre envolvida na dan\u00e7a. Portanto, sempre fiz muitas coisas com a minha vida em torno da arte. Mas cantar, cantar, acho que come\u00e7ou vendo o gosto do meu pai cantar. Ele sempre cantou aqui no restaurante. J\u00e1 cantou em outros restaurantes tamb\u00e9m. Mudou-se para o Canad\u00e1 com um contrato como cantor e m\u00fasico. Portanto, \u00e9 uma coisa que j\u00e1 vem desde que sou pequenina. (\u2026) A educa\u00e7\u00e3o musical foi o que me ajudou mais a entender o que \u00e9 a m\u00fasica, a tocar instrumentos, e a usar mais a voz.\u201d
\nRA – O fado entrou no seu cora\u00e7\u00e3o, e hoje muitos veem-na como uma fadista que enriquece a comunidade portuguesa em Toronto, Canad\u00e1. Mas o que a faz realmente gostar de cantar o fado?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cGosto de cantar todo o tipo de m\u00fasica. Comecei a cantar m\u00fasica ligeira. (\u2026) O fado, comecei a gostar mais talvez pela vida, pelas m\u00e1goas que passei na minha vida, e talvez tamb\u00e9m pela experi\u00eancia de ter trabalhado aqui no restaurante, em que este palco foi pisado por tantos artistas, muito conhecidos no mundo inteiro. At\u00e9 a Am\u00e1lia Rodrigues, que veio c\u00e1 almo\u00e7ar e jantar. (\u2026) Havia sempre fadistas que vinham c\u00e1 cantar. E ainda hoje s\u00e3o contratados para vir c\u00e1 cantar no restaurante. S\u00f3 que, nessas noites de fado, eu fugia. A s\u00e9rio! Eu ia l\u00e1 para cima (\u2026) Eu n\u00e3o ouvia os artistas cantar. Para mim, fado, no meu tempo de crian\u00e7a, era uma coisa \u2026 eh p\u00e1, isto \u00e9 aborrecido, \u00e9 m\u00fasica dos velhos. Era o que eu dizia quando era crian\u00e7a. N\u00e3o aproveitei a educa\u00e7\u00e3o, talvez, com fadistas e grandes vozes do fado. (\u2026) Mas a nossa vida muda, e comecei a aperceber-me melhor dos poemas do fado, a gostar mais do tipo de m\u00fasica. Um bichinho acordou c\u00e1 dentro e comecei a gostar mais de fado.\u201d
\nRA – O g\u00e9nero Trance\/Techno e House liberta-a da saudade e melancolia do Fado?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cJ\u00e1 me libertou mais do que hoje em dia. J\u00e1 n\u00e3o tenho tanto tempo para me dedicar a fazer o meu pr\u00f3prio estilo de m\u00fasica. (\u2026) Seja qual for o tipo de m\u00fasica, escrevendo um poema ou uma coisa que seja mais triste, tamb\u00e9m pode ser ligado ao fado. Hoje em dia, temos muitas pessoas a cantar fados que est\u00e3o noutro estilo de m\u00fasica. Mas sim, acho que \u00e9 como se fosse uma liberta\u00e7\u00e3o, leva-me para outro lado. (\u2026) Para mim, a m\u00fasica em geral, \u00e9 uma liberta\u00e7\u00e3o do nosso esp\u00edrito.\u201d
\nRA – Como se sente ao participar em can\u00e7\u00f5es do Paulo Filipe, e como \u00e9 vivida a qu\u00edmica em palco?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cComo j\u00e1 vivemos uma vida de casados, acho que a qu\u00edmica \u00e9 ainda maior. J\u00e1 nos conhecemos de outra maneira, em que n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o canto que nos liga. No caso de cantar com ele no palco, eu gosto muito. Acho que toda a gente pensa que esse fado (Por um dia) \u00e9 um dos fados mais lindos que n\u00f3s cantamos em conjunto. (\u2026) \u00c9 um fado que nos liga um ao outro e tem muito a ver com o nosso dia a dia. Eu n\u00e3o quero que o Paulo me deixe! E o Paulo diz que tamb\u00e9m n\u00e3o quer que eu o deixe. Portanto, n\u00f3s vivemos aquela qu\u00edmica, aquele amor no palco. \u00c0s vezes, pomos muita gente a chorar por causa desse fado.\u201d
\nRA – Algum outro projeto futuro em vista que queira partilhar com os leitores da revista Amar?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cEstou a pensar fazer uma exposi\u00e7\u00e3o das minhas pinturas, porque eu tamb\u00e9m gosto muito de pintar. J\u00e1 tenho alguns trabalhos completados. E neste momento, ainda estou a tentar adicionar mais. Mas tenho a certeza absoluta que daqui a uns poucos meses terei essa oportunidade de fazer ent\u00e3o uma exposi\u00e7\u00e3o do meu trabalho art\u00edstico e das minhas pinturas.\u201d<\/p>\n

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\u201cO fado \u00e9 a minha zona de conforto. Porque j\u00e1 canto o fado h\u00e1 10 anos.\u201d \u2013 Paulo Filipe<\/strong><\/p><\/blockquote>\n

RA – A sua carreira profissional come\u00e7ou em 2006, quando participou num projeto da comunidade portuguesa conhecido como \u201cAmor de Artista\u201d. Dez anos depois, que avalia\u00e7\u00e3o faz do percurso e sucesso alcan\u00e7ados?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cO meu sucesso foi atingido atrav\u00e9s do projeto Amor de Artista. Eu aprendi muito, porque antes do Amor de Artista, eu n\u00e3o conhecia ningu\u00e9m na comunidade portuguesa. Nasci em Toronto, fui viver para Portugal com 8 anos de idade. Regressei com 12. Mas (\u2026) eu n\u00e3o tinha liga\u00e7\u00e3o nenhuma \u00e0 comunidade portuguesa. Foi s\u00f3 a partir deste projeto que eu comecei a cantar fado. E aprendi muito, porque quando comecei a cantar, nem sequer cantava fado. Cantava outro g\u00e9nero musical.\u201d
\nRA – Desde o seu \u00e1lbum de estreia, Len\u00e7\u00f3is de Fado (2007) at\u00e9 ao seu mais recente, Caminho de Rimas (2014), o Paulo tem mostrado o seu lado tradicional. O fado \u00e9 realmente a sua zona de conforto ou est\u00e1 aberto a experimentar novos estilos musicais?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cO fado \u00e9 a minha zona de conforto. Porque j\u00e1 canto o fado h\u00e1 10 anos. Mas se repararem, no primeiro \u00e1lbum, eu cantei uma vers\u00e3o de Len\u00e7\u00f3is de Fado em espanhol. No segundo \u00e1lbum, eu cantei um outro tema intitulado Nights in White Satin dos Moody Blues em ingl\u00eas. E vou continuar sempre a fazer isto. No pr\u00f3ximo disco, hei de cantar em italiano. No seguinte, em franc\u00eas. Nos espet\u00e1culos que eu canto no dia a dia, eu canto em outros idiomas. D\u00e1-me um regozijo enorme poder cantar em outros idiomas, porque a m\u00fasica n\u00e3o tem barreiras, n\u00e3o h\u00e1 limite. Gosto de aprender outros idiomas. (\u2026) Os meus estilos musicais, por enquanto, s\u00e3o o fado. Mas estou a mudar cada vez mais para outros estilos. Canto de tudo, desde que a can\u00e7\u00e3o consiga tocar no meu cora\u00e7\u00e3o e eu consiga transmitir aquela emo\u00e7\u00e3o que foi escrita na poesia.\u201d
\nRA – Para quando um novo \u00e1lbum?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cPor enquanto, n\u00e3o estou a fazer mais novos trabalhos. Vou come\u00e7ar a fazer singles. De vez em quando, vou lan\u00e7ar um tema diferente. Fa\u00e7o um videoclip, porque ultimamente tenho feito v\u00e1rios videoclips para o \u00faltimo trabalho. Estou no processo de fazer mais dois este ano. (\u2026) Depois vou come\u00e7ar a gravar singles. Lan\u00e7ar uma m\u00fasica de cada vez, para dar mais destaque \u00e0s can\u00e7\u00f5es e para poder me envolver ainda mais.\u201d
\nRA – Que outros projetos tem para a sua carreira profissional?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cEstou cada vez mais apaixonado pela m\u00fasica de \u00d3pera, pela m\u00fasica cl\u00e1ssica. Estou a treinar com uma professora de canto. Por enquanto \u00e9 isto. A \u00d3pera n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 cantar. \u00c9 tamb\u00e9m fazer espet\u00e1culos, pe\u00e7as de teatro. Penso que a \u00d3pera \u00e9 a arte mais dif\u00edcil de poder transmitir, porque temos de cantar ao vivo, temos que atuar, temos que nos preparar. Mas vou tentar ir por este caminho, porque \u00e9 uma coisa que eu sempre gostei. Antes de cantar fado, gostava muito de cantar \u00d3pera e m\u00fasica cl\u00e1ssica em casa.\u201d
\nRA- Em 2011, a fadista Mariza real\u00e7ou que o fado \u201cantes de ser um Patrim\u00f3nio Imaterial da Humanidade \u00e9 um patrim\u00f3nio nosso\u201d. Como interpretam estas palavras?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cO fado \u00e9 nosso, o fado \u00e9 portugu\u00eas. O fado \u00e9 lisboeta, nasceu em Lisboa. O fado \u00e9 m\u00fasica urbana, cresceu com popularidade e espalhou-se por Portugal. E depois, com a emigra\u00e7\u00e3o, espalhou-se pelo mundo inteiro. \u00c9 uma coisa que \u00e9 nossa. S\u00f3 n\u00f3s podemos interpretar aquela m\u00fasica. \u00c9 uma estrutura musical que \u00e9 criada e depois cada fadista p\u00f5e a sua poesia na estrutura musical. \u00c9 uma coisa que \u00e9 portuguesa, porque \u00e9 dif\u00edcil encontrar este estilo musical em outra parte do mundo. O fado \u00e9, muitas vezes, comparado com outros g\u00e9neros, tais como o Jazz, Blues, porque n\u00e3o temos outra maneira de explicar ao povo o que \u00e9 o fado. Para mim, o fado \u00e9 uma m\u00fasica que reside na nossa alma, que cada pessoa canta \u00e0 sua maneira. (\u2026) Mas agora o fado \u00e9 de todos. E eu concordo que o fado seja de todos, porque o fado j\u00e1 est\u00e1 no mundo.\u201d
\nRA – Qual a import\u00e2ncia da fam\u00edlia no sucesso das respetivas carreiras?<\/strong>
\n [Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cAcho que \u00e9 muito importante. Sempre tive a ajuda dos meus pais nesse sentido. (\u2026) \u00c9 muito importante ter uma boa fam\u00edlia e um bom apoio. \u00c9 isso que eu quero para a minha filha.\u201d
\n[Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cPara dizer a verdade, eu nunca tive o apoio dos meus pais. Os meus pais separaram-se quando eu era novo (com 8 anos de idade). Vivi com a minha m\u00e3e, durante muitos anos. Depois fui viver s\u00f3 com o meu pai. A partir dos 17, comecei a viver sozinho. (\u2026) O meu apoio foi sempre dos amigos e depois de conhecer a Soraia, e a fam\u00edlia dela, os meus sogros \u00e9 que s\u00e3o os meus melhores amigos. O meu apoio familiar vem do lado da minha esposa.\u201d
\nRA – Num mundo cada vez mais dominado pela Internet, novas tecnologias e redes sociais, acreditam que os artistas da m\u00fasica t\u00eam a vida mais facilitada?<\/strong>
\n [Paulo]<\/strong> \u2013 \u201cTem dois lados. Primeiro, \u00e9 mais f\u00e1cil divulgar a m\u00fasica, porque toda a gente tem acesso \u00e0 Internet. Eu tenho o meu website, os meus discos est\u00e3o dispon\u00edveis para comprar online. Os meus videoclips est\u00e3o todos no Youtube. At\u00e9 m\u00fasicas minhas est\u00e3o a passar nas r\u00e1dios online, em Fran\u00e7a, na Su\u00ed\u00e7a, seja onde for. Onde h\u00e1 portugueses, o fado est\u00e1 l\u00e1. \u00c9 f\u00e1cil divulgar, muito mais. Mas tamb\u00e9m as pessoas j\u00e1 n\u00e3o v\u00e3o aos espet\u00e1culos, porque j\u00e1 \u2018mataram\u2019 a curiosidade, ouvem aquilo que querem em casa, veem os espet\u00e1culos na Internet. J\u00e1 n\u00e3o se d\u00e3o ao trabalho de sair, de comprar um bilhete, de ir ao espet\u00e1culo ou ficar at\u00e9 tarde. Portanto, tem os dois lados. \u00c9 bom e n\u00e3o \u00e9.
\nMas um artista para ser um artista, tem de ter as suas coisas na Media online. Se a pessoa n\u00e3o tem Instagram, se n\u00e3o tem Twitter, se n\u00e3o tem Website, n\u00e3o \u00e9s artista. J\u00e1 contactei v\u00e1rias companhias que representam artistas e se tu n\u00e3o tens website eles n\u00e3o podem fazer nada por ti. Tens de ter alguma coisa na Internet.\u201d
\n[Soraia]<\/strong> \u2013 \u201cConcordo com o que ele disse. Acho que hoje em dia \u00e9 muito f\u00e1cil divulgar o nosso in\u00edcio de carreira. O Justin Bieber tamb\u00e9m come\u00e7ou assim. Muitas pessoas que hoje em dia s\u00e3o bem conhecidas come\u00e7aram na Internet. (\u2026) Por outro lado, h\u00e1 mais concorr\u00eancia.\u201d
\n…
\nNa hora da despedida, agradecemos a amabilidade da Soraia e do Paulo Filipe para estar \u00e0 conversa com a Revista Amar. Foi um prazer enorme.
\nMarcamos encontro numa casa de espet\u00e1culos, esperamos, muito brevemente.<\/p>\n

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Soraia Mejdoubi come\u00e7ou a tomar os primeiros passos da sua carreira art\u00edstica em 1994, quando competiu para o festival de m\u00fasica patrocinado pela esta\u00e7\u00e3o de televis\u00e3o YTV – Concurso de Canto YTV. Ao longo da d\u00e9cada de 90, Soraia teve oportunidade de mostrar as suas capacidades como cantora, int\u00e9rprete e autora. No in\u00edcio do novo …<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":2098,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[37,8],"tags":[202,201],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/revistamar.com\/wp-content\/uploads\/2016\/02\/Untitled.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2097"}],"collection":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2097"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2097\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2098"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2097"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2097"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2097"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}