{"id":26636,"date":"2021-07-15T11:34:31","date_gmt":"2021-07-15T15:34:31","guid":{"rendered":"https:\/\/revistamar.com\/?p=26636"},"modified":"2021-07-15T11:40:09","modified_gmt":"2021-07-15T15:40:09","slug":"na-sombra-dos-arranha-ceus","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistamar.com\/mundo\/canada\/toronto\/na-sombra-dos-arranha-ceus\/","title":{"rendered":"Na sombra dos arranha-c\u00e9us"},"content":{"rendered":"
\"Toronto-Dominion
Edif\u00edcios Toronto Dominion Centre
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n

 <\/p>\n

Vivendo o dia a dia na Baixa de Toronto<\/a>, reparo frequentemente em aspetos que podem passar despercebidos ao transeunte apressado.<\/strong><\/p>\n

Nos \u00faltimos dez anos, a cidade transformou-se radicalmente devido ao aparecimento de edif\u00edcios de arquitetura arrojada, e tudo indica que assim continue. Provam-no os bra\u00e7os dos enormes guindastes a anunciar a eleva\u00e7\u00e3o de novos arranha-c\u00e9us. Na minha frente, vejo crescer, entre outros, o pol\u00e9mico complexo Pinnacle, no n\u00famero 1 da Yonge Street, um conjunto de seis arranha-c\u00e9us em que a Sky Tower se anuncia como a torre residencial mais alta do pa\u00eds, com 95 andares. N\u00e3o posso deixar de lembrar os testemunhos que ouvi de luso-canadianos orgulhosos que, nos anos 1960, ajudaram a construir o imponente Toronto Dominion Centre, no \u201cFinancial District\u201d \u2013 tr\u00eas edif\u00edcios com cerca de 50 andares – nas ruas King e Bay, que, em muito, viriam a influenciar o design futuro da \u00e1rea financeira da cidade.<\/p>\n

No meio dos grandes edif\u00edcios dessa \u00e1rea da cidade, muitas vezes me surpreendo, agradavelmente, ao encontrar parques verdejantes, pracinhas, p\u00e1tios e becos, entre as torres, onde um escultor, pintor ou outro artista faz um aproveitamento bem planificado para embelezar e humanizar essas constru\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"revista
Guindastes e Pinnacle ao fundo
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n

 <\/p>\n

Uma das pe\u00e7as de escultura mais impressionantes, que me faz parar extasiada, encontra-se no conjunto de edif\u00edcios intitulado Brookfield Place, nas ruas Bay e Wellinton, e ocupa todo um quarteir\u00e3o. \u00c9 a monumental obra do conhecido arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que, com a\u00e7o e vidro, recriou uma rua campestre ladeada de \u00e1ceres canadianos. De forma harmoniosa, integra as fachadas de alguns edif\u00edcios hist\u00f3ricos de interesse p\u00fablico e a galeria de arte Allen Lambert que oferece exposi\u00e7\u00f5es de qualidade ao alcance do p\u00fablico que por ali circula livremente.<\/p>\n

Passear nas ruas do \u201cFinancial District\u201d de olhos atentos e com tempo para entrar nos corredores subterr\u00e2neos – que nos rigorosos invernos nos acolhem com boutiques, restaurantes, servi\u00e7os variados -, pode oferecer-nos, igualmente, experi\u00eancias est\u00e9ticas que nos alimentam o esp\u00edrito. Num dos corredores, no n\u00famero 1 da York Street, podemos admirar uma obra do misterioso e controverso grafiteiro Banksy que, ao passar por Toronto, aqui deixou a sua marca distinta, preservada gra\u00e7as a algu\u00e9m com vis\u00e3o e conhecimento de arte.
\nAs pinturas, esculturas e instala\u00e7\u00f5es quebram a frieza dos arranha-c\u00e9us que se erguem esmagadores, minimizando a presen\u00e7a dos poucos vest\u00edgios hist\u00f3ricos da antiga Toronto. \u00c9 essa arte urbana que legamos ao futuro cidad\u00e3o.<\/p>\n

Esta arte urbana existe gra\u00e7as ao programa municipal \u201cPercent for Public\u201d que imp\u00f5e \u00e0s companhias construtoras a ced\u00eancia de espa\u00e7os para projetos art\u00edsticos, assim como o financiamento de obras que venham a beneficiar todos os que se passeiam ou circulem por eles, depois de aprovados pela Toronto\u2019s Public Art Comission.
\nNo cora\u00e7\u00e3o da cidade, onde est\u00e3o localizados as mais importantes institui\u00e7\u00f5es financeiras e centros comerciais, podemos encontrar, no Commerce Court, a escultura \u201cTembo\u201d de Derrick Stephan Hudson – uma m\u00e3e elefante gigantesca de bronze e os seus dois filhotes. No Toronto Dominion Center, a \u201cPastagem\u201d do escultor Joe Fasard com vacas pregui\u00e7osas deitadas no relvado e, muito pr\u00f3xima, a instala\u00e7\u00e3o \u201cDreaming\u201d de Jaume Plensa, na Richmond street.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"revista
“Dreaming” de Jaume Plensa
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n
\"revista
Pastagem de Joe Fasard
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n
\"revista
Tembo e filhotes de Derrick Stephan Hudson
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n

 <\/p>\n

Vivendo o dia a dia na Baixa de Toronto, reparo frequentemente em aspetos que podem passar despercebidos ao transeunte apressado.<\/p>\n

Nos \u00faltimos dez anos, a cidade transformou-se radicalmente devido ao aparecimento de edif\u00edcios de arquitetura arrojada, e tudo indica que assim continue. Provam-no os bra\u00e7os dos enormes guindastes a anunciar a eleva\u00e7\u00e3o de novos arranha-c\u00e9us. Na minha frente, vejo crescer, entre outros, o pol\u00e9mico complexo Pinnacle, no n\u00famero 1 da Yonge Street, um conjunto de seis arranha-c\u00e9us em que a Sky Tower se anuncia como a torre residencial mais alta do pa\u00eds, com 95 andares. N\u00e3o posso deixar de lembrar os testemunhos que ouvi de luso-canadianos orgulhosos que, nos anos 1960, ajudaram a construir o imponente Toronto Dominion Centre, no \u201cFinancial District\u201d \u2013 tr\u00eas edif\u00edcios com cerca de 50 andares – nas ruas King e Bay, que, em muito, viriam a influenciar o design futuro da \u00e1rea financeira da cidade.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"revista
Brookfield Place
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n
\"revista
Esculturas rodeadas por arranha-c\u00e9us
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n

 <\/p>\n

No meio dos grandes edif\u00edcios dessa \u00e1rea da cidade, muitas vezes me surpreendo, agradavelmente, ao encontrar parques verdejantes, pracinhas, p\u00e1tios e becos, entre as torres, onde um escultor, pintor ou outro artista faz um aproveitamento bem planificado para embelezar e humanizar essas constru\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"revista
“City People” de Catherine Widgery
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n
\"revista
Escadaria interior de Joshua Kalfa
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n
\"revista
Obra de Banksy
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n
\"revista
Esculturas na Scotia Arena
Cr\u00e9ditos \u00a9 Manuela Marujo<\/figcaption><\/figure>\n

 <\/p>\n

Uma das pe\u00e7as de escultura mais impressionantes, que me faz parar extasiada, encontra-se no conjunto de edif\u00edcios intitulado Brookfield Place, nas ruas Bay e Wellinton, e ocupa todo um quarteir\u00e3o. \u00c9 a monumental obra do conhecido arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que, com a\u00e7o e vidro, recriou uma rua campestre ladeada de \u00e1ceres canadianos. De forma harmoniosa, integra as fachadas de alguns edif\u00edcios hist\u00f3ricos de interesse p\u00fablico e a galeria de arte Allen Lambert que oferece exposi\u00e7\u00f5es de qualidade ao alcance do p\u00fablico que por ali circula livremente.<\/p>\n

Passear nas ruas do \u201cFinancial District\u201d de olhos atentos e com tempo para entrar nos corredores subterr\u00e2neos – que nos rigorosos invernos nos acolhem com boutiques, restaurantes, servi\u00e7os variados -, pode oferecer-nos, igualmente, experi\u00eancias est\u00e9ticas que nos alimentam o esp\u00edrito. Num dos corredores, no n\u00famero 1 da York Street, podemos admirar uma obra do misterioso e controverso grafiteiro Banksy que, ao passar por Toronto, aqui deixou a sua marca distinta, preservada gra\u00e7as a algu\u00e9m com vis\u00e3o e conhecimento de arte.
\nAs pinturas, esculturas e instala\u00e7\u00f5es quebram a frieza dos arranha-c\u00e9us que se erguem esmagadores, minimizando a presen\u00e7a dos poucos vest\u00edgios hist\u00f3ricos da antiga Toronto. \u00c9 essa arte urbana que legamos ao futuro cidad\u00e3o.<\/p>\n

Manuela Marujo<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

  Vivendo o dia a dia na Baixa de Toronto, reparo frequentemente em aspetos que podem passar despercebidos ao transeunte apressado. Nos \u00faltimos dez anos, a cidade transformou-se radicalmente devido ao aparecimento de edif\u00edcios de arquitetura arrojada, e tudo indica que assim continue. Provam-no os bra\u00e7os dos enormes guindastes a anunciar a eleva\u00e7\u00e3o de novos …<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":26637,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[336],"tags":[1173,1515,457,1516],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/revistamar.com\/wp-content\/uploads\/2021\/07\/Toronto-Dominion-Centre-edificios.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26636"}],"collection":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=26636"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26636\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/26637"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=26636"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=26636"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=26636"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}