{"id":29763,"date":"2023-12-06T11:26:19","date_gmt":"2023-12-06T16:26:19","guid":{"rendered":"https:\/\/revistamar.com\/?p=29763"},"modified":"2023-12-06T11:26:19","modified_gmt":"2023-12-06T16:26:19","slug":"plug-in-no-maat","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistamar.com\/entretenimento\/arte-cultura\/plug-in-no-maat\/","title":{"rendered":"\u201cPlug in\u201d no MAAT"},"content":{"rendered":"

\"1\"<\/p>\n

 <\/p>\n

\u201cAs minhas expectativas s\u00e3o que as minhas obras despertem nas pessoas o gosto pela vida, pelo quotidiano e lhes tragam alguma felicidade, pelo menos um sorriso nos l\u00e1bios e fiquem contentes de terem passado tempo num museu\u201d \u2013 s\u00e3o palavras da artista Joana Vasconcelos numa entrevista realizada por F. Pinto Balsem\u00e3o, a 3 junho deste ano, no \u201cpodcast\u201d intitulado \u201cDeixar o mundo melhor\u201d. E explica \u201cSou uma artista portuguesa e o que me inspira \u00e9 o nosso clima, a nossa cultura, o nosso passado, a nossa luz, as nossas cores e a paisagem onde tenho origem\u201d.<\/p>\n

Reconhe\u00e7o fazer parte do grupo das pessoas que fica de sorriso nos l\u00e1bios ao observar as esculturas monumentais desta artista portuguesa. Admiro as ideias criativas que gera a partir de objetos comuns. E a minha admira\u00e7\u00e3o junta-se \u00e0 de milhares e milhares de outras pessoas. Nos \u00faltimos vinte anos, Joana Vasconcelos conquistou o mundo com a sua originalidade, gerando pe\u00e7as a partir de objetos aparentemente banais que ela transforma e torna \u00fanicos.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/p>\n

 <\/p>\n

Em 2000, a companhia EDP (Eletricidade de Portugal) atribuiu a Joana Vasconcelos o Pr\u00e9mio Jovens Artistas da Funda\u00e7\u00e3o EDP. Vinte e tr\u00eas anos depois, os dois edif\u00edcios da EDP que englobam o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa – MAAT Central e MAAT Gallery proporcionam-nos a oportunidade de admirar uma mostra sua de obras originais e outras mais ic\u00f3nicas.<\/p>\n

A arquitetura do inovador MAAT e a sua localiza\u00e7\u00e3o privilegiada \u00e0 beira do Rio Tejo, em Bel\u00e9m, s\u00e3o j\u00e1 pretextos de peso para o visitar. Na exposi\u00e7\u00e3o \u201cPlug-in\u201d, inaugurada a 29 de setembro e a decorrer at\u00e9 dia 23 de mar\u00e7o de 2024, o visitante pode deslumbrar-se com pe\u00e7as monumentais da artista expostas quer no interior, quer no exterior dos dois edif\u00edcios.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/p>\n

 <\/p>\n

\u201cPlug-in\u201d \u00e9 a primeira exposi\u00e7\u00e3o individual em Lisboa de Joana Vasconcelos, depois do sucesso extraordin\u00e1rio no Pal\u00e1cio da Ajuda, h\u00e1 dez anos. A escolha do t\u00edtulo deve-se \u00e0 associa\u00e7\u00e3o com a energia, e do edif\u00edcio ter sido uma central termoel\u00e9trica que forneceu Lisboa de eletricidade durante mais de quatro d\u00e9cadas. Ao entrarmos naquele espa\u00e7o industrial do MAAT Central, deparamo-nos com a \u201c\u00c1rvore da Vida\u201d, com cerca de 13 metros de altura que come\u00e7ou por ser exposta em Fran\u00e7a, na Capela do Castelo de Vincennes, em abril de 2023. Os tons predominantes deste loureiro monumental, inspirados na obra de Bernini, s\u00e3o o preto, o dourado e o vermelho. A \u00e1rvore, com ra\u00edzes longas que serpenteiam ao seu redor, \u00e9 composta por t\u00eaxteis de materiais reciclados do ateli\u00ea da artista e decorados com lantejoulas, missangas e bijuterias. O croch\u00ea de algod\u00e3o e os bordados em ponto canutilho de Viana do Castelo completam uma \u00e1rvore de 140 mil folhas bordadas em que est\u00e3o embutidas 10 mil l\u00e2mpadas led que, ao piscar, nos prendem o olhar.<\/p>\n

Na entrada do edif\u00edcio adjacente, vemos o \u201cSolit\u00e1rio\u201d, o anel de noivado s\u00edmbolo estereotipado dos desejos feminino e masculino, cuja argola \u00e9 feita a partir de jantes de autom\u00f3vel, encimada por um cristal de copos de u\u00edsque, que foi apresentado no Guggenheim de Bilbau, em 2018.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/p>\n

 <\/p>\n

Ao entrar no interior do museu, \u00e9 a pe\u00e7a Valkyrie Octopus (2015) que mais nos prende a aten\u00e7\u00e3o. A cor e a combina\u00e7\u00e3o de azulejos pintados, de croch\u00e9 de algod\u00e3o, malha industrial, materiais de seda, plumas, com aplica\u00e7\u00f5es bordadas e muitas pedrarias encanta-nos pela sua monumentalidade e colorido. Os tent\u00e1culos deste polvo gigante envolvem o espa\u00e7o e os que por ele deambulam.<\/p>\n

A artista portuguesa tem estado presente em mais de sete Bienais de Veneza, e nos mais importantes museus do mundo. Foi, no entanto, a sua exposi\u00e7\u00e3o no Pal\u00e1cio de Versailles em 2012 que lhe granjeou prest\u00edgio internacional. Foi a primeira artista de arte contempor\u00e2nea a expor em Versailles, atingindo o recorde de um milh\u00e3o e seiscentos mil visitantes.<\/p>\n

Joana Vasconcelos tem continuado a produzir obras que a tornam \u00fanica no panorama art\u00edstico mundial. Com um olhar cr\u00edtico e cheio de humor, a artista re\u00fane no seu Atelier Museu Aberto (AMA) uma equipe de artes\u00e3os que, com ela, se empenham em tornar o mundo mais belo.<\/p>\n

Manuela Marujo<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

  \u201cAs minhas expectativas s\u00e3o que as minhas obras despertem nas pessoas o gosto pela vida, pelo quotidiano e lhes tragam alguma felicidade, pelo menos um sorriso nos l\u00e1bios e fiquem contentes de terem passado tempo num museu\u201d \u2013 s\u00e3o palavras da artista Joana Vasconcelos numa entrevista realizada por F. Pinto Balsem\u00e3o, a 3 junho …<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":29764,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[36,128],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/revistamar.com\/wp-content\/uploads\/2023\/12\/1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/29763"}],"collection":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=29763"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/29763\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/29764"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=29763"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=29763"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/revistamar.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=29763"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}