{"id":30010,"date":"2024-03-23T11:56:50","date_gmt":"2024-03-23T15:56:50","guid":{"rendered":"https:\/\/revistamar.com\/?p=30010"},"modified":"2024-03-23T12:09:33","modified_gmt":"2024-03-23T16:09:33","slug":"john-oliveira","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistamar.com\/amar\/entrevistas\/john-oliveira\/","title":{"rendered":"John Oliveira"},"content":{"rendered":"

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A hist\u00f3ria que vos vou contar come\u00e7a antes do nascimento do seu protagonista. Uma semana antes de vir ao mundo, o seu av\u00f4 passou para outra dimens\u00e3o, mas parece ter deixado a sua maior habilidade, literalmente, em boas m\u00e3os. Uma esp\u00e9cie de heran\u00e7a art\u00edstica que \u00e9, ao mesmo tempo, uma paix\u00e3o. John Oliveira \u00e9 um homem multifacetado, como vamos perceber nesta conversa, mas tal como o av\u00f4, que n\u00e3o chegou a conhecer, tem uma paix\u00e3o pelas madeiras. Sentir o toque, o cheiro, perceber as suas potencialidades, extrair-lhe a beleza e, principalmente, torn\u00e1-las \u00fateis e funcionais. \u00c9 carpinteiro, com orgulho, mas \u00e9 tamb\u00e9m professor, licenciado em Sociologia \u201cporque o High School Diploma n\u00e3o chegava\u201d. Correu sempre atr\u00e1s dos seus sonhos e continua a faz\u00ea-lo. Abriu, recentemente, o Ontario Construction Training Centre, como j\u00e1 tinha feito nascer a AzAnArt Woodworking Inc, juntando o melhor dos dois mundos na sua vida \u2013 a carpintaria e o ensino. Este homem nascido em Toronto, h\u00e1 35 anos, que em menino ajudava os padres nas missas (era ac\u00f3lito) nas igrejas de Santa Helena, Santa Maria dos Anjos e Santa In\u00eas, \u00e9 hoje casado e tem dois filhos. Entrega-se \u00e0 sua profiss\u00e3o com uma frase sempre no pensamento, que lhe guia o caminho \u2013 \u201cfaz o que gostas e nunca trabalhar\u00e1s\u201d. John Oliveira, numa troca de emails para l\u00e1 da entrevista, transmitiu-me uma das mensagens mais lindas, que li nos \u00faltimos tempos, N\u00e3o resisto em partilh\u00e1-la convosco \u2013 \u201cno meu\u00a0cora\u00e7\u00e3o sou marceneiro, mas a hist\u00f3ria que nos torna quem somos \u00e9 importante para que eu deixe uma boa impress\u00e3o para minha fam\u00edlia e filhos, um dia, quando eu partir. Espero poder ser lembrado com boa luz\u201d.\u00a0N\u00e3o tenho d\u00favida que ser\u00e1s.<\/p>\n

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\u2191 John no seu Ontario Construction Training Centre Inc.(foto: Mike Neal)<\/figcaption><\/figure>\n

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Em crian\u00e7a… o que \u00e9 que sonhavas ser?<\/strong>
\nPrimeiro queria ser jogador de basquetebol, mas como n\u00e3o tenho seis p\u00e9s e meio, j\u00e1 ia ser dif\u00edcil. Mas fora disso eu sempre gostei de trabalhar com as minhas m\u00e3os. Um dos meus av\u00f3s, que faleceu uma semana antes de eu nascer, adorava as madeiras. Assim, trabalhar com as m\u00e3os e fazer v\u00e1rias coisas. Ele fez a cozinha na casa dele e outras coisas. Era o pai do meu pai. E o meu pai contava que ele dizia que quando foi para a reforma, s\u00f3 queria aprender essa arte de trabalhar com madeira e fazer mob\u00edlias e tudo. E eu com aquela hist\u00f3ria tamb\u00e9m comecei a ajudar meu pai assim, \u00e0 volta da casa, a fazer v\u00e1rias coisas e comecei a ter um amor para o trabalho, a fazer coisas que amava.<\/p>\n

Concretamente, a carpintaria.<\/strong>
\nSim, carpintaria. Portanto, foi sempre uma coisa que eu disse que se tinha que aprender uma profiss\u00e3o, uma arte, teria que ser trabalho com madeiras.<\/p>\n

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